Vinte anos após primeiro ouro, vôlei tenta o tri em Londres
Equipe de Bernardinho chegou à sua terceira final consecutiva de Olimpíada ao bater a Itália por 3 sets a 0. A seleção já assegura sua quinta medalha em Jogos
Antes da semifinal, o Brasil venceu cinco partidas e só perdeu para os Estados Unidos – superou a Rússia, sua adversária na final, por 3 sets a 0, na fase de grupos
O vôlei brasileiro comemorou na quinta-feira o vigésimo aniversário de seu primeiro ouro olímpico, em Barcelona-1992. Nesta sexta, uma das modalidades mais bem sucedidas do país nos Jogos foi presenteada com mais uma medalha – e com uma chance preciosa de conquistar o tricampeonato em Olimpíadas, no domingo. Com uma convincente vitória por 3 sets a 0 contra a Itália, em Earls Court, em Londres, a equipe treinada por Bernardinho consegue voltar à final olímpica – é sua terceira decisão consecutiva, depois do título em Atenas-2004 e do vice em Pequim-2008. No total, são cinco finais em Jogos (em Los Angeles-2004, o Brasil foi derrotado). Com a prata já assegurada, os brasileiros brigarão pelo ouro com a seleção da Rússia, no domingo. Depois de chegar a Londres num patamar inferior ao que vem mostrando desde que Bernardinho assumiu o comando do time, a seleção se reencontrou no decorrer da competição – e a experiência e talento de seus jogadores falaram mais alto na hora de decidir. O vôlei do Brasil também disputa a final feminina, no sábado, contra os Estados Unidos – a equipe de Zé Roberto Guimarães defende o título olímpico conquistado na China, há quatro anos.
Pela segunda Olimpíada consecutiva, o país marca presença na final tanto do masculino como do feminino. E, assim como no caso das mulheres, a equipe masculina chegou à decisão mostrando autoridade. Na primeira fase, o Brasil venceu quatro partidas e só perdeu para os Estados Unidos – superou a Rússia, sua adversária na final de domingo, por 3 a 0. Nas quartas de final, mais um 3 a 0 sobre os rivais argentinos e vaga garantida nas semifinais. Na partida desta sexta, o desempenho brasileiro foi consistente, com exceção de um perigoso relaxamento no início do terceiro set. Mesmo assim, o time se recuperou, reassumiu a liderança do placar, manteve-se na frente até o final e não deu chances para uma virada italiana. “Bloqueamos muito bem hoje”, disse Murilo, que destacou também o sangue frio dos brasileiros diante das provocações italianas. “Não queríamos entrar nesse clima porque estávamos na frente”, explicou. O primeiro set foi parelho, mas o Brasil, com boas atuações de Dante e do próprio Murilo, fechou de forma segura, por 25 a 21, em 28 minutos. No segundo set, a superioridade brasileira foi mais clara, e a equipe precisou de 23 minutos para marcar 25 a 12.
O levantador Bruninho afirmou que foi um dos melhores sets jogados pelo Brasil nos últimos quatro anos. “Foi um grande jogo para nós. E a diferença foi a cabeça. Nosso poder mental foi uma grande arma. A Itália é sempre forte, mas é importante jogar ponto a ponto e pensar em cada detalhe da partida”, avaliou. Lucão e Wallace cresceram de produção no decorrer do jogo e também foram essenciais para a vitória. Depois de ficar atrás no marcador, o Brasil marcou 25 a 21, em 28 minutos, para selar a ida à decisão. Os maiores pontuadores do Brasil foram Murilo, que marcou 15 vezes (e fechou o jogo num ace), e Wallace, que contribuiu com 12 pontos. E será neles que o time de Bernardinho apostará para subir ao topo do pódio outra vez, na partida marcada para as 9 horas de domingo (no horário de Brasília). “É a final certa para a Olimpíada”, admitiu o técnico italiano, Mauro Berruto. “É fantástico”, disse Bernardinho sobre a nova chance de ouro. “Já jogamos contra os russos, mas sabemos que essa partida será diferente, bem mais difícil. Estamos felizes em ir à final, mas queremos muito o ouro. Será um jogo duro.”