O atleta paralímpico Oscar Pistorius, 26 anos, comparecerá nesta sexta-feira diante de um tribunal sul-africano para ouvir formalmente à acusação de matar a tiros a namorada, a modelo Reeva Steenkamp, em sua residência em Pretória, na África do Sul, nesta quinta-feira. O atleta biamputado foi indiciado nesta quinta como suspeito de participar do crime. Reeva, de 30 anos, foi baleada quatro vezes na casa do atleta, segundo confirmou a polícia local. Uma pistola 9 milímetros foi encontrada na residência do atleta e exames de balística foram realizados na arma.
A polícia foi acionada por vizinhos incomodados com uma discussão na casa de Pistorius. Uma porta-voz da polícia sul-africana informou que queixas anteriores de violência doméstica serão incorporadas à acusação de homicídio. Horas depois de ser interrogado, Pistorius deixou uma delegacia acompanhado por agentes. Ele olhou para o chão quando viu que estava na mira das lentes de fotógrafos e usou a jaqueta que vestia para encobrir o rosto. Acompanhe VEJA Esporte no FacebookSiga VEJA Esporte no Twitter Um dos países com piores índices de criminalidade urbana do mundo, a África do Sul tem numerosos registros de casos de mortes acidentais em residências. As tentativas de assalto são tão frequentes que as pessoas acabam comprando armas para se proteger – o que aumenta o risco de trágicos equívocos dentro das próprias famílias. Há três meses, por exemplo, um homem foi preso por matar a filha de 15 anos ao confundir a garota com um ladrão. Ela chegou tarde em casa porque tinha saído com os amigos. Em 2004, outro esportista famoso foi envolvido num caso semelhante: Rudi Visagie, integrante da adorada seleção sul-africana de rúgbi, bicampeã mundial, matou sua filha de 19 anos porque achou que ela era um ladrão tentando roubar seu carro no meio da noite. A legislação local prevê proteção a quem dispara em legítima defesa no caso de invasão de residência – mesmo quando o intruso não está armado. Com isso, quem acha que será vítima de um ladrão muitas vezes não hesita em abrir fogo quando suspeita que alguém está em sua propriedade. Nas grandes cidades sul-africanas, é grande o porcentual de pessoas que têm armas em casa, mas é preciso cumprir requisitos rigorosos para ganhar o direito de comprar um revólver para se proteger. (Com Estadão Conteúdo)