O goleiro diz festejar a sua volta, mas nega ser o ‘salvador da pátria’ para o time
Neste domingo, o goleiro Rogério Ceni volta ao São Paulo para enfrentar o Flamengo, no Morumbi. E ele encontrará o que a principal organizada do São Paulo chamou de “bandeirão Fabuloso”, em meio a ironias em relação a Luis Fabiano. Ciente da relação estremecida do artilheiro com parte da torcida, o capitão já fez um pedido de confiança com garantia de superação do camisa 9.
“O Luis Fabiano é mais um que, como eu, vai tentar ajudar. Não tem que ser cobrado isoladamente, mas em conjunto”, pediu o goleiro, projetando uma grande possibilidade de o goleador da equipe na temporada balançar as redes no fim de semanas após ser desfalque nas duas últimas partidas por contratura na coxa esquerda.
“Quanto mais expectativa, maior é a responsabilidade que se carrega. Mas o Luis vai se superar e ganhar novamente o apoio do torcedor”, acrescentou Ceni. Rogério Ceni também foi alvo de protestos, em 2004, logo após a eliminação nas semifinais da Libertadores para o Once Caldas.
“Vivi fantásticos momentos e apenas um ruim. Mas sempre trabalhei para corrigir os erros, que são naturais. Para quem joga mais de 1.000 vezes, errar está incluso no pacote”, lembrou Ceni, que já confessou ter até chorado no jogo seguinte àquela eliminação de oito anos atrás, quando falhou em derrota para o Palmeiras no Pacaembu.
“A responsabilidade é de todos, de quem entra em campo ou está sentado no banco. Jogar no São Paulo é uma responsabilidade. Nosso momento não é ruim, temos seis vitórias no Brasileiro e uma campanha mediana, ainda nas dez primeiras posições. O objetivo do atleta do São Paulo não é manter uma postura medida, mas buscar a ponta da tabela”, exigiu o goleiro.
“No futebol, só existem duas possibilidades: a vitória e a derrota. Podemos discursar, dar entrevista de meia hora, mas o futebol é simples e básico. Temos que dar um jeito de ganhar, conseguir mais vitórias do que derrotas e um melhor aproveitamento para atingirmos um ponto mais alto da tabela”, concluiu o capitão.
Recuperação – Recuperado de uma cirurgia no ombro realizada no final de janeiro, o goleiro retomou o posto de titular e líder do time com um discurso confiante, enfatizando que o time precisa acreditar na possibilidade de brigar diretamente pelo título do Campeonato Brasileiro, mas ressaltou também que não pode ser visto como “salvador da pátria” em meio a este momento instável vivido pela equipe.
“Fico feliz de estar voltando, depois de exatos seis meses que operei. Fico feliz em ter treinado, participado e contado com a colaboração de todos. Será muito emocionante, espero que eu possa voltar bem, sem lesões. Foi a pausa mais longa da minha carreira e quando você se machuca uma parte de si morre junto. Mas vamos tentar transformar isso em vitória no domingo, o Flamengo está em um momento relativamente parecido com o nosso”, afirmou.
“Não sou o salvador da pátria, sou mais um jogador tentando ajudar. Faltam experiência em alguns setores, carência. Mas eu não vou resolver tudo sozinho, minha volta não garante nada. Se não corrermos, marcarmos, jogarmos e trazermos o torcedor para o nosso lado, não vai adiantar nada. Sou mais um jogador, mas falar como um líder em campo é algo importante”, completou.
Já ao falar sobre como estão as suas condições físicas depois de seis meses afastado das partidas, o ídolo são-paulino garantiu estar pronto para atuar e lembrou que chegou a hora de os jogadores exibirem uma postura vencedora dentro de campo para poderem vislumbrar grandes objetivos.
(Com agências GazetaPress e Estado)