O advogado de defesa usou a deficiência física de seu cliente, que tem as duas pernas amputadas e corre com duas prótese de carbono, para reforçar a tese de que Pistorius não tentaria escapar
O juiz responsável pelo caso do atleta paralímpico sul-africano Oscar Pistorius, acusado de assassinar a namorada, a modelo Reeva Steenkamp, na semana passada, autorizou nesta sexta-feira que ele aguarde o julgamento em liberdade. O pedido de fiança tinha sido pedido pela defesa de Pistorius com base no fato de que o corredor é muito conhecido e, portanto, não seria capaz de fugir do país. O magistrado, Desmond Nair, aceitou os argumentos do advogado do atleta, Barry Roux, e rejeitou a tese da promotoria, que teme que Pistorius escape antes de responder pela morte da namorada. O promotor Gerrie Nel afirmava que a fama de Pistorius, ao invés de atrapalhar, pode até ajudar numa possível fuga, já que ele tem muitos contatos em diferentes partes do mundo – o atleta costuma passar alguns meses do ano numa casa na Itália, por exemplo.
“Ele pode ficar hospedado em qualquer lugar”, reclamou o chefe da acusação. O advogado de defesa usou a deficiência física de seu cliente, que tem as duas pernas amputadas e corre com duas prótese de carbono, para reforçar a tese de que Pistorius não tentaria escapar. “As próteses das pernas exigem atenção constante e Pistorius precisa de ajuda médica também por causa de um problema no estômago”. “Se ele vive bem na África do Sul com as próteses, pode viver bem com elas em qualquer lugar”, rebateu Nel. A Promotoria insiste em sua versão de que Pistorius é culpado de “assassinato premeditado”, enquanto a defesa sustenta que o velocista atirou na namorada através da porta fechada do banheiro pensando que fosse um ladrão. A audiência para decidir se ele teria direito a liberdade mediante pagamento de fiança se estendeu por cinco dias. Não há previsão sobre a data do julgamento.