Os presos acham que serão capazes de aproveitar a oportunidade para esclarecer dúvidas da polícia e conseguir pelo menos o direito a prisão domiciliar
Os doze integrantes de torcidas organizadas do Corinthians presos na Bolívia sob acusação de envolvimento na morte do garoto Kevin Espada, em fevereiro, em Oruro, terão um dia decisivo nesta segunda-feira. Eles voltarão ao Estádio Jesús Bermúdez, localizado a 200 metros da Penitenciária San Pedro, onde estão detidos, para prestar novo depoimento e dar sua versão da tragédia ocorrida na partida entre San José e Corinthians, pela Copa Libertadores. A polícia boliviana deverá registrar as imagens dos relatos dos corintianos no local para depois montar a reconstituição do crime.
Cinco integrantes do grupo de torcedores não deverão entrar no estádio porque alegam que nem sequer estavam na arquibancada no momento do disparo do sinalizador. Tadeu Macedo Andrade, diretor financeiro da Gaviões da Fiel, disse que estava próximo à bilheteria, entregando ingressos para sócios da organizada que se atrasaram. Rafael Machado Castilho Araújo afirmou que, quando passou pela catraca, viu uma pessoa toda ensanguentada sendo levada para fora do estádio. Só depois soube que se tratava de Kevin. Todos se dizem inocentes e garantem não ter contribuído para o disparo do sinalizador que matou o garoto.
Os presos acham que serão capazes de aproveitar a oportunidade para esclarecer dúvidas da polícia e conseguir pelo menos o direito a prisão domiciliar. Uma casa já foi alugada pela Gaviões da Fiel na cidade de Cochabamba. O temor de senadores e deputados brasileiros que foram à Bolívia para tratar do caso é que a prisão seja tratada de maneira política devido ao fato de a embaixada do Brasil em La Paz ter concedido asilo ao senador Roger Pinto Molina, opositor do presidente Evo Morales. Ele está há quase um ano na embaixada. Na semana passada, Morales garantiu que não haverá perseguição aos brasileiros.