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Na estreia, veterana Londres amarga erros de principiante

Logo no primeiro dia de competição, anfitriões causam crise diplomática com os norte-coreanos – e, na capital, há trânsito, teleférico quebrado, trem atrasado…

Os problemas não ocorreram só na complexa teia urbana que forma uma das cidades mais movimentadas do planeta. Na parte esportiva, também houve falhas nesta quarta

Foi o primeiro dia de competições da terceira Olimpíada realizada na Grã-Bretanha. Confiante e segura por receber dezenas de eventos importantes a cada ano, a veterana Londres, porém, cometeu erros de principiante nesta quarta-feira (confira na galeria de fotos acima). Fosse no Brasil, a cidade olímpica sentiria um fortíssimo golpe em sua autoestima – e a situação correria o risco de se agravar com o passar dos dias. Nada disso. As autoridades londrinas seguem impávidas: mesmo diante dos enormes congestionamentos da manhã e da tarde, por exemplo, seguem dizendo que não existe nada de errado nas ruas (nisso, por sinal, revelaram uma notável semelhança com os homens públicos brasileiros). Os longuíssimos engarrafamentos (as filas chegaram a 20 quilômetros no pico do dia) foram reflexo da instalação da faixa exclusiva de trânsito para os veículos ligados à Olimpíada. A prefeitura já tinha alertado os motoristas de que não era bom negócio circular pela região central nesta quarta. Não adiantou. Ainda no quesito mobilidade urbana, trens ficaram parados perto da estação Paddington, que é uma das mais movimentadas da cidade. Sob calor escaldante – foi o dia mais quente do ano -, centenas de passageiros tiveram de passar até duas horas trancafiados nas composições. Se no subsolo os passageiros sofriam, sobre a cidade acontecia o mesmo. Construído ao custo de 44 milhões de libras (o equivalente a 138 mi de reais), o novo teleférico que transporta passageiros sobre o rio Tâmisa sofreu uma pane, deixando turistas pendurados nos cabos por quase 40 minutos – assim como no metrô, sob as altas temperaturas das cabines fechadas.

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Quem quisesse se refrescar poderia se arriscar no trânsito e cruzar a cidade rumo à região norte, onde uma rua ficou inundada por causa do rompimento de uma tubulação de água. E engana-se quem pensa que os problemas foram só na complexa teia urbana que forma uma das cidades mais movimentadas do planeta. Na parte esportiva, também houve falhas. A seleção da Grã-Bretanha bateu a Nova Zelândia na estreia do futebol feminino, mas a vitória do time da casa ficou em segundo plano em função do primeiro incidente diplomático da Olimpíada. Antes do jogo contra a Colômbia, a seleção da Coreia do Norte notou que o telão instalado no estádio Hampden Park, em Glasgow, exibia as fotos das jogadoras ao lado da bandeira da Coreia do Sul, sua vizinha e inimiga histórica. As norte-coreanas abandonaram o gramado e a partida começou com cerca de uma hora de atraso, depois que os organizadores apelaram para todo o seu poder de persuasão. Na própria delegação da casa há uma saia-justa. Phillips Idowu, britânico que é um dos favoritos ao ouro no salto triplo, segue travando uma estranha disputa com o comando da equipe de atletismo – que suspeita que ele esteja seriamente lesionado, mas não consegue fazê-lo se apresentar para que seja devidamente avaliado. O chefe da equipe teve de aparecer diante das câmeras da rede BBC nesta quarta e admitir, constrangido, que perdeu o controle sobre a situação. Depois de um dia tão conturbado, a torcida britânica não é só pelo saltador machucado – é também para que as coisas engrenem na quinta, a véspera da abertura oficial, com a festa dirigida por Danny Boyle no Estádio Olímpico.

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