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Irresistível em casa, Brasil se despede da torcida com goleada

Seleção estende sua longa invencibilidade jogando no país com vitória fácil sobre a Austrália: 6 a 0, com ótimas atuações dos suplentes

Agora, a equipe de Felipão joga mais seis partidas antes do Mundial, todas elas fora do Brasil. Na terça, pega Portugal, sem Cristiano Ronaldo

A seleção brasileira se despediu de sua torcida até a Copa do Mundo de 2014 – e no último jogo em casa antes do torneio, mostrou mais uma vez que é muito forte quando joga com o apoio do público. Ao derrotar a Austrália, neste sábado, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília – 6 a 0, com gols de Jô (duas vezes), Neymar, Ramires, Pato e Luiz Gustavo -, a equipe do técnico Luiz Felipe Scolari mantém sua invencibilidade atuando em gramados brasileiros. Desde que iniciou sua renovação depois da queda na Copa de 2010, a seleção jogou quinze vezes no país, vencendo doze vezes e empatando três. �O clima não foi o mesmo da Copa das Confederações: com ingressos caros e um adversário pouco empolgante, o estádio teve pouco mais da metade de suas cadeiras ocupadas, e o apoio do torcedor não foi tão barulhento quanto no torneio de junho. Ainda assim, a seleção mostrou-se confortável e confiante no gramado do Mané Garrincha.� Agora, o time só volta a encontrar o torcedor brasileiro em sua estreia no Mundial, em 12 de junho de 2014, no Itaquerão, em São Paulo. �O próximo amistoso da seleção acontece na terça-feira, em Boston, contra Portugal (que viajará aos Estados Unidos sem seu principal craque, Cristiano Ronaldo, que será poupado). Ainda neste ano, a equipe faz mais quatro amistosos – dois em outubro, dois em novembro. Em 2014, o único jogo da equipe antes da Copa do Mundo será em março. A lista com os 23 convocados para o torneio sai em maio.

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Com os laterais Maicon e Marcelo bastante avançados e muita pressão na saída de bola da Austrália, o Brasil não demorou a abrir o placar neste sábado: saiu em vantagem logo aos 10 minutos, num lance iniciado por Neymar.� Depois de bela jogada pela esquerda, o camisa 10 cruzou para Bernard, que acertou a trave. Jô estava no lugar certo e fuzilou o veterano goleiro Schwarzer no rebote. Depois do gol, a equipe de Felipão diminuiu o ritmo e a Austrália tentou equilibrar o jogo, mas faltava criatividade ao time visitante. É justamente o que Neymar tem de sobra: aos 24, ele foi lançado pela esquerda, invadiu a área e enfileirou os zagueiros com lindos dribles curtos, mas acabou sendo atrapalhado na hora da finalização, que foi para fora. Controlando o jogo sem grandes dificuldades, a seleção ampliou aos 34, de novo com Jô. Paulinho desarmou no meio e lançou Bernard, que disparou pela direita e cruzou para o colega de ataque no Atlético-MG na entrada da pequena área. Apenas dois minutos depois, Neymar deixou sua marca, recebendo livre na intermediária e empurrando para as redes na saída de Schwarzer. No fim da primeira etapa, o craque eleito o melhor da Copa das Confederações ainda teve uma chance preciosa para aumentar a vantagem brasileira, mas seu arremate foi para fora. Antes do intervalo, Marcelo sentiu uma contusão muscular e abriu caminho para mais um teste de Felipão: Maxwell, do Paris Saint-Germain.

No mesmo ritmo – Jogando com outras quatro alterações no time titular que conquistou a Copa das Confederações (Maicon na vaga de Daniel Alves, Jô substituindo Fred, Ramires na posição de Oscar e Bernard no lugar de Hulk), Felipão ganhou boas opções com o amistoso deste sábado. Os dois atletas que já estavam no grupo, Jô e Bernard, foram dois dos destaques do jogo, enquanto as novidades da convocação, Maicon e Ramires, entraram no time com desenvoltura e ótima dinâmica de jogo. Resultado: mesmo iniciando o segundo tempo com quase metade da equipe modificada, o time de Felipão preservou o mesmo estilo de jogo, o mesmo ritmo e praticamente a mesma organização tática (Ramires atuou um pouco mais recuado que Oscar e o garoto Bernard, por motivos óbvios, apresentou um jogo mais veloz e menos físico que o de Hulk). A prova do sucesso dos suplentes veio aos 12 minutos de etapa final, quando o Brasil marcou o quarto gol – o cruzamento de Maxwell foi aproveitado por Ramires, de cabeça, na área. Ramires quase fez seu segundo gol no jogo logo em seguida, ao acertar a trave com um chute rasteiro da entrada da área. Com a partida resolvida, Felipão mexeu ainda mais na equipe, trocando Paulinho por Hernanes, Bernard por Lucas e David Luiz por Dante. Restavam em campo apenas quatro titulares que iniciaram a final contra a Espanha no Maracanã. Logo depois, Alexandre Pato – recebido com vaias por parte do público – entrou no lugar de Jô.

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Tentando equilibrar o duelo, a Austrália também mudou sua formação, mas o Brasil continuou mandando no jogo. Os representantes da Oceania mostraram um futebol muito pobre, mas o teste foi válido para Felipão – afinal, os australianos já estão classificados para a Copa e podem até cair no grupo do Brasil em 2014 (já foram da mesma chave que a seleção na Alemanha-2006). Antes do amistoso, Scolari lembrava que os australianos têm um jogo muito físico e de forte marcação. Ao contrário do que acontecia com a equipe sob o comando de Mano Menezes, a seleção mostrou que está cada vez melhor no confronto contra equipes que jogam muito retrancadas. Aos 26, depois de boa jogada de Neymar, Pato, convocado de última hora depois do corte de Fred, deixou sua marca e ampliou a goleada. Até o discreto Luiz Gustavo, que poucas vezes passa da intermediária, marcou o seu, aos 37, num lindo arremate de média distância. Foi a senha para o público brasiliense puxar o coro de “olé”, principalmente nos lances que envolviam o ídolo Neymar, cada vez mais incentivado e admirado pelo torcedor no país. Há exatamente um ano, também no Sete de Setembro, a seleção de Mano Menezes vencia a fraca África do Sul, no Morumbi, por um magro 1 a 0, e Neymar era xingado na saída do estádio. Totalmente remodelada por Felipão, a equipe recuperou o carinho de seus torcedores e voltou a se sentir em casa nos gramados brasileiros – uma ótima novidade a menos de um ano para o início do Mundial no país.

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