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‘Golombiao’, o esporte que une as crianças e adolescentes da Colômbia

Juan David Mosos. Bogotá, 21 jul (EFE).- O ‘Golombiao’, esporte inspirado no futebol, em que a meta não é fazer mais gols e sim cumprir as regras de convivência, já conquistou 60 mil crianças colombianas, e agora pode ser expandido para outros países. O jogo não é só futebol, é uma atividade que ‘permite as […]

Juan David Mosos.

Bogotá, 21 jul (EFE).- O ‘Golombiao’, esporte inspirado no futebol, em que a meta não é fazer mais gols e sim cumprir as regras de convivência, já conquistou 60 mil crianças colombianas, e agora pode ser expandido para outros países.

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O jogo não é só futebol, é uma atividade que ‘permite as crianças participarem’, diz Carolina Castañeda, de 12 anos. Carolina, integrante de uma das equipes que disputou nesta semana uma partida de ‘Golombiao’ em Soacha, localidade de Bogotá, participa há um ano e meio da iniciativa criada pelo Governo colombiano e pela Unicef.

Mais de 140 municípios da Colômbia, um país que há mais de 50 anos vive um conflito armado que atinge sua população, inclusive os jovens, foram palcos de partidas do novo esporte.

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‘Serviu para diminuir o recrutamento forçado (por parte de organizações guerrilheiras) e prevenir a gravidez infantil’, afirmou Gabriel Gómez, diretor do programa governamental ‘Colômbia Jovem’.

Desde 2003 o Governo colombiano, através do Programa Presidencial para o Sistema Nacional de Juventude, o Colômbia Jovem, trabalha no ‘Golombiao’, que de diferente em relação ao futebol, tem o fato de as equipes serem mistas e que antes da partida devem definir as regras do jogo.

A bola só rola após a definição dos integrante das equipes e a escolha de cada um quanto aos sete sentidos que o ‘Golombiao’ prega: Não a violência, Não a discriminação, a participação ativa, o cuidado do entorno, a liberdade de expressão, a igualdade e a amizade.

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Uma das curiosas regras, é a de que os meninos não tem seus gols contados até o gol de uma das meninas.

O jogo ajudou Christian Oliveros, de 15 anos, a se relacionar melhor com as meninas, quando antes só convivia com homens. ‘Quando uma regra é quebrada, a outra equipe avalia e tira seus pontos por isso’, afirma Christian.

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‘A princípio não achei que fosse legal jogar com os homens, porque eles eram muito rudes, mas isso mudou e agora são mais respeitosos’, diz Carolina.

A união nas famílias também melhorou com o ‘Golombiao’. Blanca deu apoio a seus dois filhos para que possam jogar com constância, já que graças a isso, ‘melhoraram no estudo, na convivência com a família, no compromisso em casa, no colégio e na comunidade’.

‘A equipe não vê o adversário como um rival, mas sim como um amigo a mais. Se um cair, o outro dará a mão e pedirá desculpas’, diz Carolina.

Os efeitos do ‘Golombiao’ em crianças como Carolina e Christian já estão sendo estudados por especialistas internacionais.

O diretor de comunicações da Unicef na América Latina, Andrés López, chegou à Colômbia nesta semana vindo do Panamá, onde está o escritório regional da entidade, para conhecer e participar da iniciativa.

Esta é ‘uma atividade muito participativa na qual todos estamos em condições de igualdade e não é nada fácil de conseguir em locais diferentes da Colombia’, disse López à Agência Efe.

O diretor integrou uma das equipes que jogaram o novo esporte no dia 12 de julho, num bairro de Soacha, um município da periferia de Bogotá, onde moram 30.000 mil pessoas ‘deslocadas’, que são obrigadas a abandonar suas casas devido à violência, de acordo com o Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Delito.

Este é ‘um dos bons exemplos que estão aqui na região. Eu gostaria de levá-lo a outros países’, afirmou López.

O ‘Golombiao’ não acaba quando o cronômetro marca o tempo limite. Cada equipe deve se certificar de que seu oponente respeitou os acordos de convivência e aí, segundo López, está a vantagem deste projeto em relação ao de outros países.

Sem se importar com os gols, o placar decreta o respeito entre todos os jogadores, que apertam as mãos uns dos outros assim que a partida se encerra. EFE

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