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Felipão, de novo campeão: patriotismo, coração e carisma

O técnico prolonga sua série de vitórias, reforça o vínculo com os torcedores, tenta manter os pés no chão e se irrita com questionamento de repórter inglês

“Gente, quando eles cantam o hino, gritam que o campeão voltou… Bem, algumas pessoas podem achar que é bobagem, mas os nossos jogadores ficam motivados, querem dar algo a mais”

Quando os mais de 73.000 torcedores que lotaram o Estádio do Maracanã no domingo gritaram “o campeão voltou”, eles bem podiam estar falando do técnico Luiz Felipe Scolari. Depois de uma ausência de uma década, o gaúcho de 64 anos e de rica coleção de títulos na bagagem retornou ao comando da seleção brasileira em grande estilo, conquistando um título importante logo nos primeiros meses de sua nova gestão. A fórmula do sucesso, segundo ele, continua a mesma. “Meu time sempre joga com o coração. Eu trabalho muito com o coração, com boa vontade”, disse o treinador depois da vitória categórica sobre a Espanha, 3 a 0, na decisão da Copa das Confederações. “Monto grupos em que as pessoas se dedicam, se superam. É muito amor, muito carinho, muita amizade e liberdade com alguns cuidados. É isso tudo que faz a gente gostar do trabalho que tem. É isso que faz a gente ficar feliz.” Ao comentar a conquista, Felipão também voltou a mostrar outra faceta já conhecida: o gosto pelo discurso patriótico. “A equipe refletiu os anseios de todo o povo brasileiro, representou o Brasil de forma digna dentro de campo.” Irritação depois do jogo, só com um jornalista britânico que perguntou sobre a mobilização policial ao redor do estádio e a tensão que cerca as manifestações populares no país. “Não posso falar nada sobre isso, essa não é a minha área. E antes de falar sobre algo de errado que acontece no meu país, é bom que os ingleses olhem para o que aconteceu por lá antes da Olimpíada”, disparou, em referência aos confrontos de rua ocorridos em Londres em agosto de 2011.

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Com a conquista deste domingo, Felipão concretizou um de seus grandes objetivos desde que reassumiu o cargo: mais do que levantar a taça, ele queria ganhar a torcida, colocando o público ao lado da seleção em todos os jogos disputados em casa. “Na final, além da qualidade dos nossos jogadores, tivemos de novo aquilo que foi a tônica desta Copa das Confederações: o torcedor do nosso lado. É importante que essa união continue. Queremos agradecer por tudo o que eles fizeram por nós”, disse. “O que estamos vendo nos estádios brasileiros é muito bonito, Gente, quando eles cantam o hino, gritam que o campeão voltou… Bem, algumas pessoas podem achar que é bobagem, mas os nossos jogadores ficam motivados, querem dar algo a mais. É assim que devemos agir, não só no futebol, mas também na vida. O Brasil já mostrou que pode ser assim”, filosofou. Depois de estender para treze vitórias consecutivas sua sequência à frente da seleção em jogos oficiais, Scolari acha que o título que o Brasil faturou no Rio mostra um bom caminho a trilhar rumo a 2014. Mas ele alerta: “Ainda não somos uma equipe completa. Sabemos que temos um bom grupo, mas sabemos que ainda temos de provar bastante coisa. De qualquer forma, mostramos que podemos enfrentar qualquer um de igual para igual. Tenho certeza que vão respeitar mais o Brasil daqui em diante.” Na tentativa de manter a seleção com os pés no chão, o treinador avaliou que o Brasil “precisa caminhar muito para chegar aonde estão outras seleções como Espanha, Alemanha e Argentina”. “Mas agora nós vamos caminhar com mais confiança e propriedade, já podendo imaginar que a gente pode ser um dos quatro ou cinco favoritos na Copa.”

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