Uma inusitada e explosiva mistura de doping, bebida e ciúme pode ter provocado a morte da modelo Reeva Steekamp, vítima de quatro tiros disparados pelo namorado, Oscar Pistorius, na semana passada, na África do Sul. A perícia realizada na casa do atleta paralímpico no fim de semana revelou diversos indícios de que a versão apresentada pelo corredor – a de morte acidental, ocorrida quando ele confundiu Reeva com um ladrão – é falsa. Depois da descoberta de um taco de críquete ensanguentado (o objeto teria sido usado por Pistorius para golpear a cabeça da namorada), a polícia revelou também ter achado esteroides na casa. De acordo com fontes policiais ouvidas pela imprensa sul-africana, as drogas usadas para melhorar o desempenho esportivo de forma ilícita podem ter sido o combustível do ataque de fúria que culminou no assassinato de Reeva.
Além dos esteroides, a polícia encontrou evidências de abuso de bebidas alcoólicas. O consumo de álcool por alguém que usa esteroides costuma provocar graves desequilíbrios no organismo. Se os anabolizantes usados por Pistorius foram o combustível de sua explosão de raiva, a faísca teria sido uma mensagem de texto enviada a Reeva por François Hougaard, atleta de rúgbi sul-africano e amigo de Pistorius. O que seria uma crise de ciúme comum pode ter virado uma reação descontrolada em função das substâncias ingeridas pelo corredor – que, para completar, era conhecido por ter rompantes de paranoia. Pistorius seria submetido a um exame de sangue para confirmar se realmente fez uso das substâncias na noite do crime. Além disso, as autoridades irão checar o registro de ligações e mensagens de texto do atleta e da namorada.