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Corintianos presos voltarão ao local de crime na Bolívia

Reconstituição da morte de Kevin Espada, atingido por sinalizador em jogo, é considerada decisiva para defensor de torcedores presos desde fevereiro

O dia 8 de abril pode ser decisivo para o futuro dos doze torcedores do Corinthians presos na Bolívia desde 21 de fevereiro, acusados da morte do garoto Kevin Espada, de 14 anos, durante a partida contra o San Jose, pela primeira rodada da Copa Libertadores. Os brasileiros voltarão ao estádio Jesús Bermúdez, localizado a apenas 200 metros do presídio San Pedro, onde estão detidos, para a reconstituição do crime. “Essa perícia é chave para nós porque lá vão saber que eles não participaram do crime e quem participou está no Brasil”, disse o advogado boliviano Jaime Flores, que tem atuado na defesa dos torcedores.

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Alguns dos presos – como Macedo Andrade, de 30 anos, e Rafael Machado Castilho Araújo, de 18 anos, por exemplo – alegam que nem estavam no estádio no momento do disparo do sinalizador que atingiu Kevin.

Apesar de o Ministério Público de São Paulo ter atendido às solicitações da Justiça boliviana e já ter encaminhado para Oruro cópias do depoimento do jovem de 17 anos, sócio da Gaviões da Fiel, que confessou o crime, e do vídeo da entrevista que o menor deu à TV Globo, o advogado dos torcedores alega que a defesa não pode se limitar a esses fatos.

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“Estamos tentando todas as instâncias legais. Já pedimos para que os peritos analisassem as imagens. A perícia e a reconstituição vão apontar a mesma coisa, ou seja, que eles não participaram do crime. Com isso, teriam de, pelo menos, dar a prisão domiciliar”, justificou Jaime Flores.

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A Gaviões da Fiel alugou uma casa em Cochabamba para tentar provar que os doze corintianos têm endereço fixo na Bolívia, não vão fugir para o Brasil e ficarão à disposição da Justiça enquanto o processo não for concluído. O advogado, inclusive, já enviou à Justiça fotos e a planta do imóvel. “Após a reconstituição, não haverá motivos para manter a prisão já que não haverá elementos suficientes de convicção de que eles participaram do crime. Queremos gerar uma convicção no juiz para que ele ao menos lhes dê a detenção domiciliar”, disse Jaime Flores.

Sem prazo – Mesmo se a defesa obtiver êxito, o advogado afirma não ter previsão de quando os corintianos poderão sair do presídio. De acordo com as leis bolivianas, a prisão preventiva pode durar seis meses. “O problema é que o relaxamento da prisão não depende de nós, mas sim da agenda do juiz, das audiências.”

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Outro entrave pode ser a troca de fiscal de investigação. Na última quarta-feira, o Ministério Público boliviano substituiu Abigail Saba, que acompanhava o caso desde o início, por Alfredo Santos. “O novo fiscal pode pedir novas provas, depoimentos. É complexo”, lamentou Flores.

(Com Estadão Conteúdo)

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