Com 3 medalhas, país tem sua melhor arrancada olímpica
Com o ouro de Sarah Menezes, a prata de Thiago Pereira e o bronze de Kitadai, Brasil tem início promissor nos Jogos. E os donos da casa passam em branco
Com o resultado, o Brasil entrava na noite deste sábado com o quarto lugar no quadro de medalhas, empatado com a Coreia do Sul, atrás de China, Itália e Estados Unidos
Para uma equipe olímpica que está a apenas quatro anos de disputar uma Olimpíada em casa, os brasileiros chegaram a Londres sem fazer muito barulho. Oficialmente, o comando da delegação sustentava uma previsão cautelosa em relação às chances de medalha – a meta era apenas igualar Pequim-2008, com quinze medalhas. Muitos brasileiros figuravam entre os candidatos ao pódio nas projeções dos especialistas, mas faltava protagonismo ao país quando o assunto eram as disputas olímpicas mais aguardadas. Esse cenário mudou radicalmente neste sábado, primeiro dia de competições em Londres. Nunca o Brasil começou tão bem uma Olimpíada. Na trigésima edição dos Jogos, foram três medalhas logo na estreia do programa olímpico na capital – uma de ouro, uma de prata e uma de bronze. Marcas históricas foram alcançadas, e ainda houve tempo para o time olímpico brasileiro avançar em disputas que seguem em aberto, como o vôlei de praia e o futebol feminino. Ainda é cedo demais para saber até onde o Brasil é capaz de chegar nos Jogos de Londres. Se depender dos primeiros sinais de sua força, porém, é possível sonhar com uma campanha consistente e superior ao seu patamar usual.
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A grande heroína brasileira do dia mede 1,52 metro, pesa 48 quilos e tem apenas 22 anos. Em sua segunda Olimpíada, Sarah Menezes fez uma campanha arrasadora, com cinco vitórias – incluindo um duelo contra a última campeã dos Jogos – e conquistou um ouro inédito. Jamais uma atleta do judô brasileiro tinha chegado ao topo do pódio (até Pequim, aliás, as mulheres do país não tinham medalhas na modalidade). Sarah foi a primeira a garantir uma medalha ao país em Londres, ao avançar à final de sua categoria. Mesmo que perdesse, teria a prata garantida. Enquanto essa dúvida não era decidida, o Brasil, de novo no judô, faturava oficialmente sua primeira medalha, com o bronze de Felipe Kitadai na categoria até 60 quilos. Aniversariante do dia, Kitadai saiu da repescagem para conseguir o primeiro pódio olímpico de sua carreira. Com essas duas medalhas, o judô ultrapassou o iatismo como modalidade que mais forneceu medalhas ao Brasil, com 17 no total. Robert Scheidt e Bruno Prada vêm aí para tentar aumentar a contagem da vela – mas os judocas brasileiros aparecem com várias outras chances de medalha nos próximos dias. Alguns deles, como Leandro Guilheiro e Mayra Aguiar, são cotados para o ouro.
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A terceira medalha do dia também foi muito significativa. Os olhares do mundo estavam sobre Ryan Lochte e Michael Phelps, que travavam sua primeira batalha nesta Olimpíada nos 400 metros nado medley. Mas o aguardado duelo entre os fenômenos americanos não saiu da imaginação dos especialistas: contrariando todas as previsões, Phelps, que em Londres ainda pode virar o maior medalhista olímpico da história, nem sequer subiu ao pódio. E um dos penetras na festa dos EUA – a primeira-dama Michelle Obama estava no Centro Aquático para torcer – foi um brasileiro. Thiago Pereira surpreendeu, manteve um ritmo forte e mostrou fôlego notável na reta final, conquistando uma prata que poucos previam. Foi o seu primeiro pódio olímpico. Phelps foi só o quarto colocado. Com o resultado, o Brasil entrava na noite deste sábado com o quarto lugar no quadro de medalhas, empatado com a Coreia do Sul, atrás de China, Itália e Estados Unidos. A anfitriã Grã-Bretanha, que esperava pelo menos um ouro neste primeiro dia, com o ciclismo, ficou de mãos abanando. Assim como os donos da casa, o Brasil também acumulou algumas decepções, como Felipe França, da natação, e Diego Hypólito, da ginástica, que prometiam brigar por medalhas mas acabaram fora da disputa. Ainda assim, ninguém ousaria dizer que o dia foi nada menos que muito bom para o Brasil.