Brasil toma virada da Rússia e fica só com a prata no vôlei
Equipe de Bernardinho abriu 2 sets a 0 e chegou a ficar a só um ponto do ouro
No tie break, o Brasil não foi capaz de se recuperar psicologicamente – os sinais de nervosismo da equipe eram claríssimos – e amargou mais um revés
A esperança de uma dobradinha de ouros do vôlei brasileiro em Londres-2012 terminou de forma decepcionante. Depois do triunfo da seleção feminina, no sábado, contra os Estados Unidos, o time masculino entrou em quadra neste domingo com uma ótima chance de conquistar seu tricampeonato olímpico (acumulou vitórias em Barcelona-1992 e Atenas-2004). Mas o time treinado por Bernardinho sofreu uma virada surpreendente da Rússia e perdeu a final, em Earls Court, por 3 sets a 2. Restou ao Brasil a medalha de prata, a segunda consecutiva, depois da derrota na final de Pequim-2008. O que torna a derrota mais doída ainda para a equipe brasileira é o fato de o time ter ficado a apenas um ponto do ouro. Depois de iniciar o jogo mostrando grande superioridade em relação aos russos, o time abriu 2 a 0 e teve chance de fechar a partida logo no terceiro set. A Rússia se salvou, ganhou o set, cresceu no quarto e empatou a decisão. O Brasil sentiu o baque e não conseguiu colocar os nervos no lugar para a disputa do tie break, quando foi derrotado não só pelo adversário, mas também por seu próprio nervosismo. Foi a quinta medalha de prata do Brasil em Londres, a 16ª da delegação do país nos Jogos (ganhou também três de ouro e oito de bronze). Agora, o país ocupa a 22ª colocação no quadro de medalhas. Apesar da derrota deste domingo, o vôlei brasileiro fecha sua campanha com bom desempenho. Nenhuma das seleções fez uma campanha invicta, mas ambas chegaram à decisão. O time de Bernardinho perdeu logo na estreia, para os Estados Unidos, por 3 a 1. Depois, derrotou Rússia, Alemanha, Sérvia e Tunísia para garantir um lugar na segunda fase. Nas quartas de final, passou fácil pela Argentina, 3 sets a 0, e repetiu a dose contra a Itália.
Na decisão, o Brasil começou a partida ditando o ritmo do duelo: ficou à frente no placar do primeiro ao último ponto do set, vencido por 25 a 19, em 24 minutos. O ponto negativo foi a série de erros no saque forçado – uma falha que os russos também cometeram. No segundo set, os adversários melhoraram seu jogo e chegaram a ficar na frente, mas foram superados mais uma vez, em 26 minutos, por 25 a 20. Até esse momento do jogo, tudo corria bem para a seleção. E um fator importante para o Brasil avançar no torneio e abrir vantagem no jogo foi a participação dos veteranos Giba, Ricardinho e Rodrigão. Eles foram reservas durante toda a competição, mas exerceram um papel diferente nesta campanha. A cada tempo e a cada virada de set, eles ajudavam Bernardinho na tarefa de orientar os titulares, entre eles três estreantes em Olimpíadas (Wallace, Sidão e Lucão). Mesmo com a confiança e as instruções transmitidas pelos velhos ídolos da seleção, a equipe não conseguiu deter a tentativa russa de se recuperar na partida, perdendo um terceiro set muito equilibrado, por 27 a 29, em 34 minutos, com dois match points desperdiçados. Para o Brasil, ter o ouro quase nas mãos e vê-lo escapar foi um golpe duro demais – e a equipe jamais conseguiu se reencontrar no jogo. No quarto set, os russos seguiram forçando e empataram a partida fechando em 25 a 22, em 28 minutos. No tie break, o Brasil não foi capaz de se recuperar psicologicamente – os sinais de nervosismo da equipe eram claríssimos – e amargou mais um revés, desta vez por 15 a 9, em 16 minutos. Muito abatidos, os jogadores deixaram a quadra antes de retornar para a cerimônia de entrega das medalhas sem conseguir esconder o choque pela derrota.