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Botafogo e prefeito discutem o que fazer com o Engenhão

Clube se divide sobre devolução do estádio. Prefeitura aceitaria essa decisão

A diretoria e os conselheiros do clube se dividem sobre uma possível devolução, mas todos estão muito irritados com as perdas financeiras provocadas pelo estádio

O destino do Estádio Olímpico João Havelange, interditado em função de problemas estruturais, deverá ser decidido ainda nesta semana. Nesta quarta-feira, o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, teria um novo encontro com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, para discutir detalhes da situação do estádio. O clube quer saber se existe um prazo para que o Engenhão possa ser reaberto. Caso não exista uma estimativa clara sobre a reabertura, o Botafogo estuda devolver o estádio à Prefeitura. Dentro do Botafogo, existe um grupo político que já dá a devolução como certa – seu principal representante, Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente da agremiação, afirma que o Engenhão é um “castelo de areia” e um “mico”, e garante que “não há a possibilidade de o clube continuar com o estádio”. Depois da conversa de Assumpção com Paes, o Botafogo realiza uma nova reunião na quinta-feira para decidir o que fazer.

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O contrato de concessão fechado entre o clube e o Rio de Janeiro não teria nenhuma cláusula prevendo a devolução do estádio em caso de problemas na construção. Ainda assim, a Prefeitura sinaliza que aceitaria o estádio de volta – nesse caso, faria todos os reparos e convocaria uma nova licitação para definir quem ficaria com o local, palco do Pan de 2007 e da Olimpíada de 2016. A diretoria e os conselheiros do clube se dividem sobre uma possível devolução, mas todos estão muito irritados com as perdas financeiras provocadas pelo estádio. Cogita-se até reformar o velho Caio Martins, antiga casa botafoguense. Recentemente, o presidente Maurício Assumpção intermediava um acordo para vender os naming rights do Engenhão. A empresa que colocaria seu nome ao estádio oferecia cerca de 30 milhões de reais. De acordo com o clube, o vexame da interdição fez com que a empresa desistisse permanentemente das negociações.

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Sem poder mandar jogos no estádio, o clube também terá de arcar com os prejuízos ligados aos acordos comerciais para o uso de camarotes e exposição de placas publicitárias. “O clube não tem condições de gerenciar. Mesmo que a prefeitura arque com a manutenção, não haveria tanto lucro”, disse Montenegro. O Engenhão foi deficitário para o Botafogo até 2009. Nos últimos anos, porém, o estádio passou a dar lucro – no ano passado, foram quase 20 milhões de reais com shows, jogos e outros eventos. O custo mensal da manutenção é de cerca de 450.000 reais mensais. Depois de quatro anos de construção e um investimento de cerca de 380 milhões de reais, o estádio jamais caiu no gosto da torcida carioca, que sempre lamentou o acesso difícil e as poucas opções de transporte público. Projetado pelo arquiteto Carlos Porto, o estádio, mesmo com pouco tempo de uso, já apresenta rachaduras em sua estrutura.

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(Com agência Gazeta Press)

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