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Armstrong quebra o silêncio, mas não rebate acusações

Em sua primeira aparição pública desde a divulgação do dossiê sobre o doping, atleta valorizou sua fundação de combate ao câncer e evitou citar o escândalo

Em sua primeira aparição pública desde a divulgação do dossiê que o acusa de protagonizar o “mais sofisticado esquema de doping da história do esporte”, o ex-ciclista Lance Armstrong discursou no aniversário de quinze anos de sua fundação de combate ao câncer e confessou que passa por “semanas difíceis”. Armstrong, no entanto, se esquivou de falar sobre o escândalo ou rebater as acusações, preferindo dar ênfase aos esforços de sua instituição beneficente, a Livestrong.

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“Esta missão é maior do que eu, é maior do que qualquer individuo”, frisou ele na noite de sexta-feira, durante o jantar de gala realizado em Austin no Texas, cidade natal do ciclista. Aplaudido de pé pelos 1.700 convidados, o ex-atleta relatou que muitas pessoas têm perguntado como ele está se sentindo ultimamente. “Eu respondo: ‘Já estive melhor. Mas também já estive pior’.”

Declínio – O evento aconteceu dois dias depois de Armstrong renunciar à presidência da entidade, na esteira do relatório divulgado pela Usada (agência americana antidoping) na semana passada, que apresentou provas definitivas sobre o doping do astro. “Para evitar à fundação os efeitos negativos vinculados à controvérsia que cercam minha carreira como ciclista, eu encerro minhas funções de presidente”, dizia o comunicado oficial de seu afastamento.

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O documento da agência antidoping também provocou a perda de patrocinadores tradicionais do ciclista, como a Nike, que em uma nota oficial afirmou que Armstrong “enganou a empresa por mais de uma década”. O escândalo, porém, não afastou as celebridades do apoio à Livestrong. Os atores Sean Penn e Robin Williams e a cantora Norah Jones marcaram presença no jantar da entidade.

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Armstrong fundou a instituição em 1997, pouco depois de ser diagnosticado com câncer nos testículos, pulmão e o cérebro. Contrariando todos os prognósticos, o ciclista se recuperou da doença e voltou a competir, conquistando sete títulos da Volta da França – o torneio mais tradicional do ciclismo – e ganhando o status de herói do esporte, agora manchado permanentemente pelas revelações sobre o uso de doping.

Volta da França – Na segunda-feira, União Ciclística Internacional (UCI), órgão que regulamenta a modalidade, deve anunciar sua decisão oficial sobre o caso de Lance Armstrong. Após receber o dossiê da Usada, a UCI decidirá se acata as acusações da agência e confirma a perda dos sete títulos da Volta da França, conquistados entre 1999 e 2005. Caso o americano tenha as conquistas caçadas, foi decidido que os títulos não serão repassados para outro atleta, deixando um buraco de sete anos na lista de campeões. A Usada concorda com a escolha dos organizadores, por considerar que o nível de doping era elevadíssimo entre os competidores nos anos em que Armstrong venceu a Volta.

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