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Armstrong admite: venceu as Voltas da França dopado

Confirmando a expectativa, ex-ciclista reconheceu que consumiu substâncias ilegais para melhorar seu desempenho em entrevista a Oprah Winfrey

“Você tomou susbtâncias proibidas para melhorar sua performance?”, perguntou Oprah Winfrey. “Sim”, disse Lance Armstrong

A esperada entrevista do “ídolo caído” Lance Armstrong, na qual ele reconheceria pela primeira vez ter usado doping em seus sete títulos da Volta da França, finalmente foi ao ar na noite desta quinta-feira nos Estados Unidos. E a expectativa se confirmou: em conversa com a apresentadora Oprah Winfrey no canal OWN, o ex-ciclista admitiu ter usado substâncias e práticas proibidas em seus anos de glória no esporte.

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Armstrong confessou que passou a fazer uso do doping desde meados da década de 1990 e revelou ter utilizado o hormônio Eritropoietina – conhecido como EPO – e testosterona. Além disso, o atleta confirmou que realizou transfusões de sangue em suas tentativas de aprimorar seu rendimento em competições e declarou que o procedimento estava longe de ser especial: “Meu coquetel era muito simples”.

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As primeiras perguntas foram feitas no formato de sim ou não. “Você tomou susbtâncias proibidas para melhorar sua performance?”, questionou Oprah. “Sim”, disse Armstrong, que também reconheceu que conquistou seus sete títulos da Volta da França dopado. O ex-atleta justificou suas ações com o argumento de que se vivia então a “cultura” do doping dentro do esporte, tanto no ciclismo como em outras disciplinas.

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Logo de início, Oprah perguntou a Armstrong qual a razão de ter escondido o esquema de dopagem por tanto tempo e o ex-ciclista não mostrou clareza em sua resposta: “Também me pergunto sobre isso. E não sei se tenho uma resposta. Agora é tarde demais para mim e para a maioria das pessoas. Construí uma grande mentira”. Ele ainda afirmou ter aceitado as punições recebidas. “Eu mereço”, declarou.

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História perfeita – Se não soube responder o motivo por ter mantido em segredo os anos em que se dopou, Lance Armstrong não teve problemas para explicar as razões para ter buscado soluções ilegais para chegar às conquistas no ciclismo mundial anos após ter sido vítima de câncer.

“Eu sei qual é a verdade. E sei que a verdade não é o que eu disse. A história foi tão perfeita e durou por tanto tempo… Você supera uma doença, vence a Volta da França sete vezes e tem um casamento perfeito. É uma história perfeita. Minha atitude com a maioria das coisas seria diferente hoje em dia”, afirmou.

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Perguntado sobre outros personagens do esquema, Armstrong se esquivou ao dizer que não se sente “confortável em falar de outras pessoas” e tratou de defender o caráter dos envolvidos. “Têm pessoas nesta história que são boas pessoas. Cometemos erros, mas ninguém é um monstro, ninguém é do mal”, garantiu, em referência ao médico italiano Michele Ferrari, que seria um dos mentores do golpe.

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Ciente da evolução do controle de dopagem, o ex-ciclista admitiu que seu esquema teria fracassado nos dias de hoje. “Os testes mudaram muito. Antes eles não iam até sua casa, não iam aos treinos. Agora o foco não é nas competições, o que é certo. Não existia teste fora das competições. Então, eu não ia ser pego, porque estava limpo nas corridas”, explicou Armstrong.

Por causa do caso de doping, Lance Armstrong teve todos os seus sete títulos da Volta da França cassados, depois que a Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada) divulgou um relatório detalhado acusando o americano de promover “o mais sofisticado, profissional e bem-sucedido programa de dopagem que o esporte já viu”. Depois do escândalo, Armstrong foi banido do ciclismo pela União Ciclística Internacional (UCI).

(Com agências Gazeta Press e EFE)

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