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Aposentado das piscinas, Phelps quer vencer no golfe

O maior medalhista olímpico de todos os tempos visita o Complexo do Alemão, no Rio, brinca com crianças na piscina e fala de sua vida após a aposentadoria

“Não se deve colocar limites em nada que se queira fazer, nem deixar que ninguém coloque. A mensagem que quero deixar para essa comunidade é que não há nada que não se possa conseguir.”

“Eu tinha um sonho. E não deixei que ninguém se colocasse no meu caminho.” É simples assim a explicação de Michael Phelps para ter se tornado o maior medalhista olímpico de todos os tempos. Apesar do cartaz de boas-vindas ao ex-nadador, que contava parte de sua trajetória histórica, a maioria das crianças e dos adolescentes que aguardava a chegada dele na Vila Olímpica Carlos Castilho, no Rio de Janeiro, não parecia ter ideia do mito que se aproximava. “You are beautiful (‘Você é bonito’, em inglês)”, gritava uma menina antes mesmo de o nadador descer da van que o levou do hotel em Ipanema para o Complexo do Alemão. “Mas ele é bonito?”, questionou a amiga do lado. “Não sei, mas foi isso que decorei para falar”, respondeu a primeira, entre risos.

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Por duas vezes, o coro de crianças gritou o nome do americano – que, para se proteger do sol escaldante desta manhã de terça-feira, aguardava na van o momento de início do evento. Foram 50 minutos de espera, culpa da desorganização brasileira. E depois de muitas aberturas de porta que causavam suspiros ansiosos entre o público que se acotovelava com jornalistas de todo o mundo, a lenda finalmente apareceu. Vestindo calça jeans, camisa polo e tênis amarelos, ele adotou um visual de barba e cabelos mais compridos do que se via nas piscinas, e manteve o sorriso simpático. Cumpriu os compromissos exigidos pelo protocolo do evento promovido por um patrocinador, e logo pode se deleitar em seu habitat natural.

Na piscina, dividiu seu conhecimento com dezenas de crianças da Vila Olímpica e se disse realizado com a possibilidade de divulgar seu esporte pelo mundo – especialmente entre futuros talentos. Com duas braçadas, cruzou a piscina na vertical, e os olhares infantis pareciam não acreditar na facilidade com que ele se movimentava na água. Pediu que os “alunos” pulassem. Receosas, as crianças se deixaram cair aos poucos e mantinham fixa a atenção em cada dica, passada com a ajuda de um tradutor. “Estar no meio de crianças é uma experiência incrível. O idioma, claro, é uma dificuldade, mas olhando a expressão do corpo e do rosto delas, a gente se comunica muito bem”, disse o ex-nadador, que elege esse contato como a parte mais divertida de seu trabalho. “Levar mais crianças para dentro do esporte faz parte do meu sonho. Elas é que vão seguir nossos passos amanhã.”

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Impressionado com o Complexo do Alemão, e já a par de todo o passado trágico e o presente de superação do local, Phelps disse estar feliz em doar um pouco do seu tempo àquelas pessoas, como faz na fundação assistencial que mantém há quatro anos nos Estados Unidos. Sua filosofia é nadar com segurança. E acreditar no que se quer. O menino que cresceu em uma piscina pequena onde precisava dividir espaço com outras 25 crianças aprendeu a nadar desviando delas para se tornar o supercampeão de hoje. “Não foi fácil, mas aprendi que sempre há uma maneira diferente de fazer as coisas.” E repetiu seu mantra: “Não se deve colocar limites em nada que se queira fazer, nem deixar que ninguém coloque. A mensagem que quero deixar para essa comunidade é que não há nada que não se possa conseguir”.

Rio 2016 – Nesta primeira visita ao Brasil, o americano que conquistou nada menos que dezoito medalhas de ouro olímpicas em sua carreira (confira no quadro abaixo) dedicou-se apenas a contemplar a paisagem e as pessoas da Cidade Maravilhosa. Sentado no balcão do hotel em que está hospedado, em Ipanema – o mesmo que recebeu Usain Bolt na semana passada -, Phelps admirou por algumas horas quem passava pela praia, surfando, jogando futebol, andando de skate. “O clima e as pessoas são muito empolgantes. Fiquei admirando isso por algumas horas e consegui, finalmente, relaxar”, conta ele, que já disse estar ansioso para voltar em 2016, trazendo a mãe – sua torcedora mais apaixonada, que sempre se fez presente em suas competições. “Ela também está ansiosa para ver o que o Brasil tem a oferecer.”

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Mas ele virá apenas como visitante, já que fez sua despedida das piscinas na Olimpíada de Londres, neste ano. “A única chance de eu competir em 2016 seria se eu me tornasse profissional de golfe nos próximos três anos, o que é improvável.” Entre uma viagem e outra – e elas têm sido constantes – é ao novo esporte que ele se dedica atualmente. Recentemente, disputou um torneio de celebridades ao lado de Ronaldo, na China. O que muda é somente o cenário, da água para a grama, porque a vontade de vencer é sempre a mesma. “Minha meta é superar meus amigos, para ser sincero. Sou muito competitivo. Tenho um técnico ótimo e espero estar melhor do que eles em um ano”, revela, desdenhando de quem ainda tem coragem de duvidar da sua garra. “O que me interessa é sempre atingir os objetivos que coloco para mim. Não ligo para o que as pessoas falam.”

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