Criada oficialmente em 1960 para reunir os campeões nacionais da América do Sul em um torneio continental, a principal competição de clubes do continente tem, desde 1965, um nome que vai além do futebol. A Copa Libertadores da América homenageia líderes políticos e militares que comandaram os processos de independência sul-americanos no século XIX.
O batismo se trata de uma escolha política, histórica e identitária da Conmebol, construída ao longo de mais de três décadas de disputas regionais, articulações institucionais e projetos de afirmação continental. Até hoje, o trabalho de marketing do torneio tem influências da escolha do nome.
Os antecedentes
A ideia de uma competição entre clubes de diferentes países da América do Sul nasce a partir dos confrontos da Copa Aldao, disputada entre os campeões de Argentina e Uruguai. Aqueles duelos binacionais, que opunham os dois principais centros do futebol sul-americano da época, despertaram nos dirigentes a noção de que o continente comportava um torneio mais amplo, envolvendo principais clubes.

Vasco, campeão do Campeonato Sul-Americano de 1948 – Arquivo Vasco
O passo concreto veio em 1948, quando o Colo-Colo, do Chile, organizou em Santiago o Campeonato Sul-Americano de Campeões. Pela primeira vez, os campeões nacionais de vários países se enfrentaram em uma competição verdadeiramente continental. O torneio reuniu clubes de sete nações e terminou com o Vasco da Gama como campeão da competição.
Esse campeonato de 1948 é reconhecido hoje como o precursor direto da Libertadores. Além disso, sua importância transcendeu a América do Sul: anos mais tarde, Jacques Ferran, um dos idealizadores da Copa dos Campeões da Europa (atual Champions League), confirmaria que o modelo sul-americano serviu de inspiração para a criação do torneio europeu em 1955.
A criação
Apesar do impacto esportivo de 1948, a criação de uma competição permanente ainda exigia articulação política entre federações e a Conmebol. Esse processo amadurece na segunda metade dos anos 1950, impulsionado especialmente pelo Peñarol, então uma potência internacional.







