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Influência de Diniz fez Fábio se reinventar e ampliar fama de interminável

Experiente goleiro do Fluminense precisou aprimorar jogo com os pés para se enquanrar ao 'dinizismo' e virar peça-chave para campanha na Libertadores

RIO DE JANEIRO – Fábio assegura não contabilizar nenhum dos recordes ou números que alcançou durante a longeva carreira no futebol.

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Jogador mais velho em atividade (fez 43 anos em 30 de setembro) e com mais jogos em edições de Campeonato Brasileiro (651), primeiro nome a atingir 100 aparições na Copa do Brasil, recordista de jogos pelo Cruzeiro (973) e terceiro goleiro no mundo que mais partidas ficou sem sofrer gols (453), assim que pisar no gramado do Maracanã neste sábado, 4, o goleiro terá alcançado mais uma marca expressiva: a 100ª aparição em jogos da competição internacional.

Quis o destino que fosse em uma final contra o Boca Juniors, no Maracanã. E quis também o destino ter colocado Fernando Diniz no caminho do jogador.

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Em janeiro de 2022, Fábio já tinha quase tudo o que precisava: uma carreira consolidada e reconhecimento pelos anos de serviço ao Cruzeiro, mas acabou preterido pela SAF do clube, comandada por Ronaldo Fenômeno, e resolveu recomeçar.

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Com uma proposta do América Mineiro em mãos e uma casa recém-construída em Belo Horizonte, parecia simples dizer “sim”. Ele ainda iria como titular absoluto. Mas ele disse “não”.

“Eu tinha a possibilidade de permanecer em Minas, ia para o América [Mineiro], mas Deus me direcionou ao Fluminense”, disse em entrevista exclusiva à PLACAR em agosto.

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A escolha improvável pelo Fluminense – que tinha Muriel como titular da posição – o levou a um casamento perfeito com Diniz e o desejo incansável de entender que, mesmo mais velho, ainda poderia ser melhor do que em versões anteriores.

“Eu falo sobre ter a pessoa certa e o Diniz foi uma benção para nós aqui, É um cara que gosta de trabalhar, respeita o atleta e compra esse barulho fazendo o atleta acreditar que ele pode. E eu sempre tive isso na minha carreira, então estou aproveitando o Diniz para melhorar em outros aspectos que eu poderia melhorar”, afirmou.

Fábio é visto como um fora de série no ofício da função, mas precisou superar limites para se adaptar depois dos 40 aos moldes considerados ideias para execução do “dinizismo”.

“Antes era a bola de socorro, que você podia dominar e jogar para a frente. Fazer o que a grande maioria dos goleiros faz que é pegar e inverter a bola. Com o Diniz é completamente diferente, é um trabalho em que você vira um líbero, está pronto para que a jogada tenha sequênciaa. Então, claro, você trabalha diariamente no limite para que na hora dos jogos, como ele fala, ter coragem para fazer”, explicou.

O comandante do Fluminense enxerga o futebol como um tabuleiro de xadrez. Atrair o adversário para o próprio campo aumenta o espaço entre os setores. O goleiro, com isso, se torna parte vital do processo, acionado por diversas vezes durante a partida. Diniz chamou o jogador de “gênio do gol” por se reinventar mesmo com a idade mais elevada.

“Na minha opinião, é um gênio do gol. Por isso ele consegue jogar com a idade que tem. Um cara com a idade dele se predispor a aprender a jogar com o pé, treinar mais do que os outros… Ele joga [com os pés] com uma naturalidade incrível hoje”, disse o treinador em maio, após uma vitória diante do Cruzeiro.

“Diniz sempre frisa muito bem isso que a gente tem que evoluir e passar dos estágios se a gente quer alcançar as grandes conquistas para o nosso torcedor”, respondeu Fábio. que é só elogios ao treinador.

“O Diniz é um cara transparente, muito inteligente e muito justo. Correto com as coisas certas. Ele vai continuar fazendo da mesma forma o melhor dele aqui no Fluminense e merecedor de tudo o que está acontecendo. Às vezes as pessoas veem só o momento, aconteceu essa possibilidade da seleção, vem trabalhando muito bem com o Fluminense desde o ano passado, mas com certeza ele pagou muito o preço para chegar nesse momento e estar colhendo os frutos. Muitas coisas ele teve que evoluir ao longo da carreira que ele sempre frisa que ao longo desses 13 anos ele viu muita coisa que dava para melhorar ou deixar de fazer. Ele é um cara muito consciente do trabalho dele, tem um alicerce muito firme e muita fé também. É um cara do dia a dia, que conhece muito do futebol lá de fora também, da forma de todas as equipes e treinadores. É um cara muito capacitado para estar na seleção e de muito merecimento”,  falou Fábio, que ainda concluiu dizendo:

Diniz esconde time titular e diz que título da Libertadores não modifica sua vida - Alexandre Battibugli/Placar
Diniz esconde time titular e diz que título da Libertadores não modifica sua vida – Alexandre Battibugli/Placar

“Ele sempre frisa que o nosso adversário maior é a nossa acomodação, achar que de qualquer jeito vai fazer, que é quando acontece as coisas negativas”.

Além da importância da adaptação ao esitlo com os pés, Fábio seguiu correspondendo como goleiro. Jogou as 12 partidas da campanha, tendo sofrido 11 gols, além de atuações elogiadas como na semifinal contra o Internacional.

Desde a chegada ao clube, segundo informações do departamento de fisiologia, ele aperfeiçoou o salto vertical, apresentando sete centímetros de ganho no fundamento. Também aumentou o pico de potência no movimento.

Aos 43 e com contrato renovado até dezembro de 2025, Fábio ganhou a partir de Diniz o combustível necessário para fazer ainda mais história, Ambos agora podem assegurar juntos uma conquista inédita nas carreiras.

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