Endrick fala sobre sonho pela seleção, pretere Messi e revela conversa com Diniz
Atacante concede primeira coletiva pelo Brasil, destaca dificuldade no início de temporada, cita Abel Ferreira e se diz mais fã de Cristiano Ronaldo; confira toda a entrevista
A semana tem sido especial para Endrick, convocado pela primeira vez para a equipe principal do Brasil. Após estrear pela seleção na derrota para a Colômbia, a jovem estrela concedeu entrevista coletiva neste domingo, 19, e falou sobre a realização do sonho de vestir a amarelinha. O atacante também destacou o início de temporada complicado, citou Abel Ferreira e revelou conversa com Fernando Diniz. Na expectativa para o clássico contra a Argentina, preteriu Lionel Messi, mas se mostrou ansioso para o encontro: “Vai ser maravilhoso”.
“Estou muito feliz. É só desfrutar do momento, muito importante para a minha vida, minha família e todos que estão do meu lado. Agora é viver o dia a dia e esse sonho que eu tenho desde criança”, disse Endrick.
Relaxado, descontraído e à vontade, mas também focado. Este foi o semblante transmitido pela grande joia do futebol brasileiro na sala de imprensa. Aos 17 anos, Endrick parece cada vez mais uma certeza da seleção. O atacante revelou que estava jogando “com ódio no coração” durante o início da temporada, mas garante que agora é outro: “Eu via algumas pessoas criticando, falando mal e eu só queria rebater elas e fazer um bom jogo para provar que eu não era aquilo. Me deixou bem mal… Agora vou desfrutar do meu momento. Vou ser feliz”.
O atleta do Palmeiras ainda citou conselho de Abel Ferreira: “Se eu precisar jogar para conquistar a vitória, se for preciso ficar no banco, eu vou ficar. É como o Abel fala e ficou marcado no meu coração: não é fazer o que eu quero e sim o que o time precisa”.
A estreia de Endrick na seleção brasileira aconteceu na última quinta-feira, 16, na derrota para a Colômbia. O atacante entrou em campo já na reta final, restando oito minutos para o término da partida. O jovem também revelou conversa com Fernando Diniz.
“O Diniz é um excelente treinador. Estava com um pouco de receio de treinar e fazer as coisas. O que ele me falou foi para ser feliz, driblar e ir para frente. Se eu perder a bola é só correr para trás. Descarregou um peso das minhas costas”.
O Brasil vive má fase nas Eliminatórias Sul-Americanas e não vence há três jogos – mesmo jejum contra a seleção da Argentina, próxima adversária. Na expectativa para o clássico, Endrick falou sobre a comparação entre Pelé e Messi e mostrou ansiedade para o encontro.
“Para mim o Pelé é o Rei. Não tem ninguém que vai chegar aos pés dele ou perto dele. Não tem ninguém para ser comparado. Sobre o Messi, é fenomenal, melhor do mundo novamente esse ano. Eu só quero desfrutar o momento de jogar contra ele, de poder estar no mesmo estádio que ele e olhar para ele de perto – eu só via no vídeo game. Para mim o Messi é um grande jogar, mas eu sou mais fã do Cristiano Ronaldo… Vai ser uma experiencia maravilhosa”.
O confronto entre Brasil e Argentina acontece na próxima terça-feira, 21, no estádio do Maracanã. Além da rivalidade, a vitória é importante para recolocar a seleção brasileira nos trilhos e subir na tabela. Para Endrick, “esse jogo contra a Argentina vai carimbar um grande trabalho”.
Confira a primeira coletiva de Endrick pela seleção brasileira:
Momento
“Estou muito feliz. É só desfrutar do momento, muito importante para a minha vida, minha família e todos que estão do meu lado. Agora é viver o dia a dia e esse sonho que eu tenho desde criança”.
“Vou desfrutar do meu momento. Vou ser feliz. Para mim não importa estar jogando ou o número da camisa. O que importa é se o meu time está bem e está ganhando. Vou fazer o que for preciso para o time. Se eu precisar jogar para conquistar a vitória, se for preciso ficar no banco, eu vou ficar. É como o Abel fala e ficou marcado no meu coração: não é fazer o que eu quero e sim o que o time precisa”.
Temporada
“Foi um começo de ano muito difícil, com 16 anos. Eu gostava de ver as pessoas falando de mim. Tinha uma expectativa e pressão muito alta em cima de mim, por conta da venda para o Real Madrid. Eu via algumas pessoas criticando, falando mal e eu só queria rebater elas e fazer um bom jogo para provar que eu não era aquilo. Me deixou bem mal. Mas depois que eu fiz 17 anos mudou a minha cabeça. Eu ia jogar para mim e pela minha família e não com o ódio no coração. Estou feliz e bem comigo mesmo, não ligo mais para as críticas. Só vou fazer meu jogo e estar feliz, que é o mais importante”.
Título contra a Argentina (Torneio de Montaigu)
“Eu vim aqui na Granja algumas vezes treinar. Senti o ambiente que era o Brasil e o que os profissionais sentiam. Quando cheguei no início do torneio, era uma expectativa chegar na final que o Brasil não ganhava há muito tempo. Tinha um gostinho que era ser contra a Argentina. Só queria ajudar minha equipe e conseguir fazer um gol e sofrer um pênalti. Foi um gostinho muito bom vencer a Argentina e ser campeão em cima deles”.
Pressão e protagonismo
“Estou bem tranquilo, de boa. Claro que não tem como escapar de algumas coisas. O protagonista não tem que ser eu, tem que ser o time e os jogadores que estão jogando. Não importa se eu fizer um gol e tomarmos mil gols. Ninguém vai ganhar o jogo sozinho, vamos ganhar em equipe. Ninguém é melhor que o outro. Não tem que ser maior ou melhor que o outro. Quem precisa estar bem é o time”.
Dia da convocação
“Eu cheguei para treinar no Palmeiras, fiz um trabalho por lá. Naquele dia eu estava muito feliz, conversando, e meu celular começou a tocar. Não estava esperando, estava esperando a convocação para a Olímpica – que é algo perto de se conquistar, minha cabeça está nisso. As pessoas estavam me ligando, mandando mensagens. Esperei o treino acabar e meu pai tinha mandado a foto da convocação. Só felicidades”.
Expectativa
“Eu odeio perder e ficar atrás de alguém. Vocês já viram a minha gana de vencer. Eu não gosto de ficar atrás do placar e não gosto de desistir muito fácil. Se a gente estiver perdendo de 5 a 0, eu vou correr atrás. Eu só não quero sair de campo, como o Abel deixou marcado no meu coração, é sair de campo e sentir que você não deixou tudo lá dentro. É isso que eu vou fazer enquanto eu estiver jogando. Eu estava mais perto da seleção Olímpica, não imaginava vir para a principal agora. O sarrafo subiu. Vim aqui uma vez e sei que tenho potencial para voltar”.
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