Foi curta a estadia da seleção brasileira na Copa América dos Estados Unidos. A derrota nos pênaltis para o Uruguai, após empate em 0 a 0 no tempo regulamentar, e jogando com um atleta a mais durante cerca de 20 minutos no Allegiant Stadium, em Las Vegas, não chegou a surpreender. Desde a eliminação para a Croácia na Copa do Catar, o Brasil coleciona frustrações e hoje é uma seleção inferior à Celeste, fato demonstrado durante o torneio e também nas Eliminatórias Sul-Americanas.

Ainda assim, uma campanha de apenas um mísero triunfo (4 a 1 contra o Paraguai), além de empates contra Costa Rica e Colômbia, ficou abaixo até das expectativas mais realistas. As estrelas do time, Vinicius Junior e Rodrygo, pouco apareceram, e o técnico Dorival Júnior abusou de decisões no mínimo contraditórias. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues soma, assim, mais um fracasso em sua gestão, e agora terá de arrumar soluções para que a seleção se recupere na rota para 2026 (é apenas o sexto nas Eliminatórias).

Confira, abaixo, os pecados que levaram à eliminação do Brasil:

Os métodos de Ednaldo Rodrigues

É impossível não relacionar a eliminação da seleção na Copa América à gestão de Ednaldo Rodrigues. Apesar de Tite ter avisado cerca de um ano antes da realização da Copa de 2022 que não permaneceria na seleção, qualquer que fosse o resultado no Catar, o presidente da CBF demorou dois anos para ter um substituto fixo. Obcecado pela possibilidade de ter Carlo Ancelotti, que por dois anos seguidos fechou a porta dizendo que preferia ficar no Real Madrid, Ednaldo apostou primeiro em Ramon Menezes, que perdeu dois dos três amistosos que fez.

Depois, escolheu Fernando Diniz, que, dividindo atenções com o Fluminense, não conseguiu impor seu estilo e somou duas vitórias, um empate e três derrotas em seis partidas. Ednaldo demitiu Diniz em 8 de janeiro, um dia depois de retornar à presidência da CBF, em meio a um imbróglio judicial, e agiu rápido para tirar Dorival Júnior do São Paulo. Contra seleções organizadas há mais tempo, como Uruguai e Colômbia, o Brasil sofreu.

Criticado internamente por seu estilo centralizador, Ednaldo pode ter escapado do processo de impeachment, mas terá de lidar com os fiascos de sua gestão, que incluem as categorias de base. Vale lembrar que Ramon Menezes segue como treinador da seleção sub-23 mesmo depois de o Brasil ficar fora de uma Olimpíada depois de 20 anos.