Felipe “Maestro” é, sem sobra de dúvidas, um dos mais talentosos nomes já formados pelo Vasco. Apresentado ao futebol na segunda metade da década de 1990, após longos anos de destaque nas categorias de base do clube, não demorou para ganhar os corações cruz-maltinos graças a talentosa perna esquerda e os arrojados dribles. Multicampeão pelo clube, quem diria, ele surgiria anos depois com a camisa do arquirrival Flamengo.

Em entrevista ao repórter Léo Romano para a edição de abril de 2004, Felipe contou sobre o árduo processo de convencimento até mesmo na família para trocar de cores. O pai vascaíno reclamava da mudança.

A mudança do jogador também era comportamental. Aos 26 anos, ele contava estar mais maduro comparado aos anos de juventude. “Ganhei muita experiência na passagem pelo Galatasaray e agora estou jogando no Flamengo. Tenho consciência de que sou exemplo para vários jovens que estão se formando. Preciso passar uma boa referência”, disse na ocasião.

Em campo, mais uma mudança: ele deixou a lateral ou funções mais marcadoras no meio-campo para envergar a dez que já foi de Zico, completamente livre para criar dentro de campo. O reposicionamento feito pelo técnico Abel Braga o levou à seleção.

“Ele chegou, me chamou e disse que eu ia jogar livre. Fiquei empolgado; pela primeira vez um treinador pensou em me usar nesta função. Criar e marcar é mais difícil do que só criar”, contou.

A passagem pela Gávea foi entre 2003 e 2004. Em 2005, ele rumou para outro rival: o Fluminense, onde permaneceu até a chegada de proposta do Al-Sadd, do Catar. Depois ainda voltaria para o Vasco e terminaria a carreira no Fluminense.

Capa da edição 1269, de abril de 2004 - Reprodução/Placar