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São Paulo frustrou Atlético em BH, em seu primeiro título nacional

Em dia de decisão pela Copa do Brasil, TBT PLACAR relembra um dos jogos mais marcantes entre Atlético e São Paulo, que terminou com um doloroso vice invicto para a equipe mineira

O São Paulo tem uma dura missão nesta quinta-feira, 12, na Arena MRV, em Belo Horizonte, diante do Atlético Mineiro pelas quartas de final da Copa do Brasil. Depois de perder a partida de ida, em casa, por 1 a 0, o Tricolor precisa de ao menos um triunfo magro para levar a decisão para os pênaltis. No entanto, um feito histórico pode servir de alento para a torcida paulista: o primeiro título brasileiro do São Paulo, o de 1977, veio em cenário semelhante, diante do Galo, no Mineirão, em jogo disputado já em 1978.

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A lembrança é dolorosa para a torcida atleticana. O esquadrão do Atlético, até hoje celebrado com um dos melhores de sua história, fez um campeonato quase irretocável até a final. Estava invicto, com 10 pontos a mais que o São Paulo, rival da decisão, e por isso mandou a final em jogo único em casa. Diante de 100.000 torcedores no Mineirão, o Atlético não contou com seu ídolo Reinaldo, suspenso por ter sido expulso rodadas antes, e viu o goleiro Waldir Peres, do São Paulo, roubar a cena naquele 5 de março de 1978.

Lance do jogo entre Atlético Mineiro x São Paulo, partida válida pela final do Campeonato Brasileiro de 1977, no Estádio Mineirão.
Waldir Peres em ação na partida contra o Galo em 1978. – Ronaldo Kotscho

Após segurar a forte equipe do Galo fora de casa, o São Paulo levou o jogo para as penalidades após empate pelo placar de 0 a 0 no tempo regulamentar. Nos pênaltis, Peres, Antenor e Bezerra não desperdiçaram as cobranças e garantiram o título para o São Paulo. Pelo Atlético Mineiro, um jovem Toninho Cerezo, além de Joãozinho Paulista e Márcio bateram para fora.

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Capa da PLACAR 411, de 1978
Capa da PLACAR 411, de 1978

Como PLACAR cobriu o primeiro título do São Paulo

“Como sempre um time de raça e tradição”. Foi assim que a matéria na edição 411, de 10 de março de 1978, PLACAR resumiu a atuação da equipe paulistana na partida contra o Atlético-MG, no Mineirão. Hélio Silva, chefe da torcida uniformizada, argumentou que aquele São Paulo campeão brasileiro era “quase” tão bom quanto o elenco campeão paulista no início da década de 1970 e que perdeu o Brasileirão de 1971 para o mesmo Galo.

Lance do jogo entre Atlético Mineiro x São Paulo, partida válida pela final do Campeonato Brasileiro de 1977, no Estádio Mineirão.
Lance do jogo entre Atlético Mineiro x São Paulo, partida válida pela final do Campeonato Brasileiro de 1977, no Estádio Mineirão. – Ronaldo Kotscho

Na equipe atleticana, Toninho Cerezo, que viria a ser ídolo e campeão mundial pelo São Paulo anos depois, desperdiçou sua penalidade, disputa em que o goleiro Valdir Peres cravou seu nome na história do Tricolor e foi eternizado por PLACAR. “Valdir Peres mostrou, mais uma vez, porque deve continuar sendo apontado como um dos três melhores goleiros do Brasil. Sereno, preciso, presente nas horas mais difíceis, quando precisou fazer seus milagres”, diz a matéria.

O técnico Rubens Minelli também foi exaltado por PLACAR, que classificou seus comandados  como “Leões”; “Dirão que foi uma decisão fria, feia, conseguida apenas na cobrança de pênaltis, com os erros de Cerezo, Márcio e Joãozinho Paulista, sem a beleza de um gol trabalhado, sem que a torcida esgotasse suas emoções. (…) Dirão mil coisas. E a resposta, feita em forma de pergunta, deve ser uma só: E daí?”.

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Trecho da matéria do título do São Paulo - Arquivo PLACAR

Trecho da matéria do título do São Paulo - Arquivo PLACAR
Trecho da matéria do título do São Paulo – Arquivo PLACAR

A matéria ressalta ainda o lado derrotado. A tristeza do torcedor mineiro, que passou o jogo com o grito de guerra “GA-LO” ecoando no estádio, foi comparada a de todos os brasileiros em 1950, quando a seleção perdeu a Copa do Mundo, em casa, para o Uruguai.

Um time feito para durar

PLACAR classificou assim o time do Atlético que perdeu o título para o São Paulo ao contar a história do técnico Barbatana. O treinador, que nunca tinha trabalhado em uma equipe profissional, “subiu junto com todos os craque do Atlético. Por isso, talvez soube entrosa-los e levar o time a um brilhante vice-campeonato”.

Foi jogador de futebol do mesmo Galo, teve passagem pelo Bangu-RJ antes de voltar ao Atlético e se aposentar, em 1959. Desde então, se afastou do futebol e foi trabalhar com outras coisas. Em 1968, teve a oportunidade de treinar a escolinha do clube mineiro, onde conheceu os craques que levou à final do Brasileirão, menos de 10 anos depois.

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