Há 28 anos, Roberto Carlos e Rivaldo brilharam em título do Palmeiras
Canhotos que se tornariam pentacampeões com a seleção brasileira integraram a equipe ideal da Bola de Prata do Brasileirão de 1994
O Palmeiras conquistou na última quarta-feira, 2, o seu 11º título do Campeonato Brasileiro, com uma vitória sobre o Fortaleza e bela festa no Allianz Parque. Há 28 anos, o torcedor alviverde vivia situação semelhante com a conquista do segundo título nacional consecutivo, no auge da chamada “era Parmalat”. Dentre os eleitos da Bola de Prata, a seleção de PLACAR daquele Brasileirão de 1994, destacavam-se duas lendas do futebol nacional: Roberto Carlos e Rivaldo.
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Na edição de janeiro de 1995, um especial sobre o Brasileirão do ano anterior, PLACAR definiu Roberto Carlos, então com 21 anos, como o “pulmão alviverde”, enquanto Rivaldo, de 22, era um “símbolo da modernidade”. Os dois ficaram de fora da seleção brasileira que ergueu o tetracampeonato naquele ano, mas seriam protagonistas do penta em 2002.
Havia mais dois atletas do Palmeiras na seleção da Bola de Prata: o zagueiro Cleber e o meia Zinho. O blog #TBT PLACAR, que todas as quintas-feiras recupera um tesouro de nossas arquivos, transcreve os textos sobre Roberto Carlos e Rivaldo e a seleção final daquela edição, que coroou o atacante Amoroso, do Guarani, como melhor jogador do campeonato.
Roberto Carlos, o pulmão alviverde
O Palmeiras vencia o Guarani por 2 x 1 na primeira partida das semifinais, quando o lateral-esquerdo Roberto Carlos apanhou a bola na intermediária de seu campo de defesa e disparou rumo à linha de fundo. Desesperado, o zagueiro Reginaldo — que não desgrudara de Evair um único instante — saiu em sua caça, tentando, em vão, alcançá-lo por mais de cinquenta metros. O cruzamento foi interceptado, mas, na sequência da jogada, Zinho tocou para Evair que, livre da marcação de Reginaldo, concluiu para o gol.
A jogada que praticamente selou a classificação do Palmeiras para as finais — depois dela o Guarani passou a precisar de uma vitória por dois gols de diferença em Campinas — sintetiza a importância de Roberto Carlos: uma válvula de escape que abre espaços no ataque, surpreendendo as defesas adversárias. “É bem mais difícil marcá-lo do que aos outros laterais-esquerdos”, assegura o são-paulino Cafu, responsável por sua marcação em várias partidas. Não bastasse, o camisa 6 do Verdão é pé-quente. Em dois anos de Palmeiras, ganhou cinco títulos e ainda foi Bola de Prata de PLACAR nos dois Brasileiros que disputou. Por isso, acabou convocado pelo técnico Zagalo para o amistoso contra a Iugoslávia, em dezembro, o último do ano do tetra canarinho. “Um dos meus maiores prazeres hoje é chegar em casa e ver a minha Bola de Prata”, garante Roberto Carlos.
Rivaldo, símbolo da modernidade
Empolgado com o futebol de Rivaldo nas finais do Brasileiro, o técnico Wanderley Luxemburgo não escondeu sua admiração pelo jovem pupilo. “Ele é um símbolo do futebol moderno”, disparou o treinador bicampeão brasíleiro. E nem os mais severos críticos do jogador discordam da afirmação. Afinal, como negar a modernidade de um jogador que conquistou duas Bolas de Prata em anos seguídos e em posições diferentes — em 1993, como atacante; em 1994, como meia.
“Rivaldo atende a qualquer exigência tática e poderia fazer a função de Zinho na Copa do Mundo com mais competência”, constata Mário Sérgio, seu ex-treinador no Corinthians. “E Zinho seria melhor aproveitado” completa. Na verdade Rivaldo tem condições de ocupar até outras funções, Como a de segundo atacante, como pretendia o treinador Wanderley Luxemburgo antes de trocar o Parque Antárctica pelo Flamengo. Nela, poderá marcar ainda mais gols heroicos como os da reta final do Brasileiro.
A seleção da Bola de Prata de 1994
Goleiro: Ronaldo (Corinthians)
Lateral-direito: Pavão (São Paulo)
Zagueiros: Jorge Luís (Guarani) e Cleber (Palmeiras)
Lateral-esquerdo: Roberto Carlos (Palmeiras)
Volante: Zé Elias (Corintians)
Meias: Rivaldo (Palmeiras) e Zinho (Palmeiras)
Atacantes: Marcelinho Carioca (Corinthians) e Luisão (Guarani)
Bola de Ouro: Amoroso (Guarani)
Artilheiro: Túlio (Botafogo)
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