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#TBT Placar ícone blog #TBT Placar Toda quinta-feira, um tesouro dos arquivos de nossas cinco décadas de história

Em 1999, Pelé revelou time do coração e deu ‘medalha de prata’ a Senna

Na ocasião, o Rei do Futebol comentou sobre a concorrência pelo posto de Atleta do Século e disse que gostaria de receber homenagens em vida

Pelé foi eleito o Atleta do Século XX pelo diário francês L’Équipe em 1981, ou seja, bem antes da virada do milênio. Neste intervalo, brilharam ídolos mundiais como o americano Michael Jordan, do basquete, o argentino Diego Armando Maradona, também do futebol, e o brasileiro Ayrton Senna, do automobilismo, entre tantos outros. Em março de 1999, o Rei do Futebol concedeu uma larga entrevista à edição de PLACAR que apontava “10 razões por que Pelé é, sem dúvidas, o herói do século”. Na ocasião, o ex-jogador, morto no último dia 29, aos 82 anos, brincou sobre uma suposta rivalidade com Senna, revelou que tinha o Atlético Mineiro como time do coração na infância e contou histórias divertidas, como quando surgiu sua icônica comemoração do soco no ar.

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No papo com os jornalistas Luís Estevam Pereira e Celso Unzelte, Pelé deu o show de sempre. Sobre sua vítima preferida, o Corinthians, brincou: “Eu não procurava, tudo dava certo. Eu tinha cinco empregados, todos corintianos. Tinha jogo que eu falava: “Hoje, eu vou marcar dois gols”. E marcava.” Sobre a suposta preferência do público por Senna, que morrera cinco anos antes em acidente em Imola, o ídolo do Santos pregou respeito pelo compatriota, mas o colocou com a medalha de prata entre os maiores da história. E disse adorar vencer prêmios e eleições: “Quero receber em vida todas as homenagens feitas ao Pelé”, disse “Edson”, em sua habitual mania de tratar a si mesmo em terceiro pessoa.

Nesta mesma entrevista, Pelé, que à época trabalhava nas categorias de base do Santos, profetizou que um dos meninos se tornaria um craque do país. “Tem alguns garotos que, se bem trabalhados, vão chegar lá. Tem o Robinho, um crioulinho (…) Ele é desnutrido, coitado. Até chamei o pai para saber se ele já teve algum problema de saúde, amarelão, anemia. O garoto sabe driblar, é inteligente, mas não tem força na hora de bater na bola.” Sempre de bom humor, o rei negou que fosse vingativo (pelo menos dois jogadores quebraram a perna em divididas com ele) e relembrou o dia em que o atacante Rinaldo não lhe passou uma bola em sua festa de 50 anos, em amistoso da seleção em Milão.

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O blog #TBT PLACAR, que às quintas-feiras recupera tesouros de nossos 52 anos de arquivo, reproduz, na íntegra, a entrevista com o rei:

“Este século é meu”

Pelé diz que Senna leva medalha de prata numa disputa com ele, revela seu time do coração, conta que gostava de sacanear os corintianos e anuncia que o Santos é a sua aposentadoria

Por Luís Estevam Pereira e Celso Unzelte

Com um patrimônio pessoal de estimados 25 milhões de dólares e negócios que movimentam outros 40 milhões de dólares por ano, o cidadão Edson Arantes do Nascimento, 58 anos, não precisaria mais madrugar e passar horas debaixo de sol e chuva instruindo garotos. Mas a pessoa em questão se chama Pelé e tal nome possui obrigações inescapáveis, como a de orientar as divisões de base do Santos toda terça-feira. A idéia de trabalhar garimpando jovens para a equipe santista partiu do próprio Rei. “É a minha aposentadoria”, jura. “Estou cansado de viagens.”

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Pelé, hoje, mora em São Paulo e costuma dar expediente diário em seu escritório, no bairro paulistano do Itaim Bibi. A entrevista que se segue foi realizada em fevereiro, pouco antes de Ele embarcar para Zurique, onde participaria do Comitê de Futebol da Fifa, ao lado de Platini e Beckenbauer. Essa é uma das poucas viagens internacionais que Ele ainda encontra prazer em fazer.

Recentemente, leitores da revista IstoÉ elegeram Ayrton Senna o esportista brasileiro do século. Você ficou chateado?

Pelo contrário. Não há dúvida de que o Senna foi um grande atleta, um piloto maravilhoso, que expôs o Brasil em todo o mundo. Só que a reação por sua escolha foi bem maior que a conquista. Todo mundo achou um absurdo. Todas as pesquisas realizadas pelo mundo afora apontam o Pelé como o Atleta do Século. E, no Brasil, é outro que ganha. Não tem sentido. Com todo respeito ao Senna, o Nélson Piquet também foi tricampeão e o Émerson Fittipaldi foi excepcional. Acredito que a escolha se deu por causa da sua morte trágica e prematura. Além disso, pode ter sido um tipo de pesquisa na qual o escritório dele poderia ter mandado mil cartas com votos.

Em 1981, o jornal francês L”Equipe elegeu Pelé como o Atleta do Século. Desde então surgiram Maradona, Carl Lewis e Michael Jordan. Eles ameaçam o seu reinado?

Neste século não dá mais (risos). Há pouco, foi realizada outra pesquisa nos Estados Unidos, que tornou a apontar Pelé como o maior de todos os tempos, apesar de lá ser a terra de Michael Jordan. Quero receber em vida todas as homenagens feitas ao Pelé.

Pelé recebendo o troféu Atleta do Século, do jornal L´Equipe.
Pelé recebendo o troféu Atleta do Século, do jornal L´Equipe.

Pelé foi o Atleta do Século. Quem fica com a medalha de prata?

É difícil… Daria para o Senna.

Você sente falta de mais alguma paparicação?

Se eu reclamasse, seria uma injustiça tremenda. O Pelé é uma exceção no mundo. Faz 25 anos que parei de jogar e recebo homenagens até hoje. A China, por exemplo, quer que eu vá dar aulas de futebol no país. Na Rússia, os convites aumentaram com o lançamento do Café Pelé. Nos Estados Unidos, não preciso nem falar. O Joseph Blatter (presidente da Fifa) disse que gostaria de oficializar Pelé como o Atleta do Século. A Fifa criaria ainda um troféu para a escolha do maior jogador do próximo século. Para ganhá-la, ele teria que igualar os meus feitos.

Quais os projetos que vão resultar dessa aliança entre o Pelé e a Fifa?

O que chegamos a discutir foi voltar a trabalhar nos países mais pobres, na África, na China. Mas eu parei de viajar, quero me aposentar. Por isso, peguei o infantil e o juvenil do Santos, que é para ficar por aqui mesmo. Não estou tentado a recomeçar a viajar pelo mundo de novo.

Quer dizer que o trabalho no Santos não é fogo de palha?

Não, é a minha aposentadoria. Acompanho os treinos e dou instruções à garotada. É um trabalho que me dá prazer. Só me causa dissabor dispensar os garotos. Na última vez, fui ao banheiro, chorei um pouco, escondido, voltei e fiz a lista de dispensas… É a parte mais triste. O filho do Lalá, por exemplo. Infelizmente, tive que dispensá-lo. O Lalá jogou comigo, é meu amigo, é de Santos. Mas o garoto tem uma deficiência respiratória e, além de tudo, não estava no nível dos outros. Não há privilégios para filhos de ex-jogadores, de diretores e conselheiros. Se tiver condição, fica. Os filhos de dois porteiros do Santos foram aprovados porque jogam bem.

Você tem enfrentado alguma outra dificuldade no seu novo trabalho?

Eu sempre aprendi a falar dente-de-leite, infantil, juvenil. Agora, os caras falam “esse garoto aí é oito-dois”. Eu ficava pensando: “Pô, oito-dois? O que é oito-dois?”. É o ano do nascimento. Pô, vamos falar se é infantil, juvenil…

Tem algum Pelé, Ronaldinho ou Zico?

Tem alguns garotos que, se bem trabalhados, vão chegar lá. Tem o Robinho, um crioulinho, o volante Jonathan, que é do Maranhão, e o Mota, centroavante do juniores. O Robinho é oito-dois (risos). Ele é desnutrido, coitado. Até chamei o pai para saber se ele já teve algum problema de saúde, amarelão, anemia. O garoto sabe driblar, é inteligente, mas não tem força na hora de bater na bola.

Dizem que a sua maior exibição foi contra o Benfica, em Portugal, na decisão do Mundial Interclubes de 1962.

Pode ter sido uma das maiores. Pessoalmente, considero minhas duas maiores exibições com a camisa do Santos a partida contra o Fluminense em que eu fiz o gol de placa (Santos 3 x 1, no Maracanã, em 5/3/1961) e o jogo contra a Seleção da Checoslováquia (Santos 6 x 4, no Octogonal do Chile, em 16/1/1965). Fiz três gols, jogadas, um monte de coisa.

Qual o seu melhor marcador?

Meu melhor marcador individual foi o Bob Moore (Inglaterra). E o melhor defensor que eu vi jogar foi o Beckenbauer (Alemanha). No Brasil, o melhor foi o Aldemar, zagueiro do Palmeiras.

Qual o goleiro que mais deu trabalho para vencer?

Acho que não teve nenhum goleiro que me complicou a vida (risos). Mas destaco o Carrizo, da Argentina, o Banks, da Inglaterra, o Yashin, da Rússia, o Barbosa, do Vasco, e o Valdir (Valdir Joaquim de Moraes, hoje auxiliar técnico do Corinthians), do Palmeiras.

Você fez 49 gols em 49 jogos contra o Corinthians. Por que tanto ódio?

Eu não procurava, não pedia, chegava contra o Corinthians, tudo dava certo. Eu tinha cinco empregados, todos corintianos. Tinha jogo que eu falava: “Hoje, eu vou marcar dois gols”. E marcava. Brincava no vestiário: “Vou fazer um para você e outro para você”. E fazia. De sacanagem, eu falava para o “seu” Ladeira (um chofer corintiano do Santos): “Vou fazer dois, hoje”. E não é que cumpria a promessa!?

Rivelino, então jogador do Corinthians, e Pelé, que jogava pelo Santos, durante clássico entre os times paulistas no estádio do Pacaembu, em 1971.
Rivelino, do Corinthians, e Pelé durante clássico no estádio do Pacaembu, em 1971

Qual o seu time de infância? O Vasco?

Não. Essa história começou quando eu disputei um torneio por um combinado Santos-Vasco. Antes, o Antônio Soares Calçada (atual presidente do Vasco) até recusou o empréstimo do meu passe. Ele achava que eu era muito novo. Depois quis voltar atrás, mas aí era o Santos que não queria mais o negócio. Na verdade, eu torcia pelo Atlético Mineiro porque meu pai, “seu” Dondinho, jogou lá.

Você se orgulha ou lamenta os gols perdidos na Copa do México?

O chute da intermediária (contra a Checoslováquia) é o que eu mais gostaria que tivesse entrado. Não que fosse inédito. Eu já tinha feito um na Argentina. Mas, até aquele momento, ninguém tinha se preocupado em surpreender o goleiro chutando do meio de campo.

Como nasceu o soco no ar, sua marca registrada de comemorar os gols?

Foi na partida em que marquei um dos mais bonitos gols da minha carreira (seqüência de quatro chapéus, sem deixar a bola cair no chão, em três zagueiros e no goleiro). O jogo estava difícil porque o Juventus sempre foi de jogar se defendendo. E os torcedores enchendo o saco. Quando saiu esse gol, parti para cima da torcida, brigando. Não fui dando soco no ar para dizer: “Gol!”. Fui xingando os caras: “Seus f.d.p.!”. Foi aí que nasceu o soco no ar.

O Pelé era um jogador vingativo? Pelo menos dois jogadores quebraram a perna em lances com você (o cruzeirense Procópio e o meia alemão Gieseman).

Mentira! Nunca fui vingativo, não sou vingativo. O fato é que nunca tive medo e sempre joguei duro porque sabia que iam entrar duro contra mim. Nenhum jogador que se machucou comigo pode dizer que fui desleal. Já até falei com o Procópio porque soube que ele deu uma declaração dizendo que foi uma jogada desleal. Falei que estou à disposição para ver o teipe e discutir o lance. Com o alemão, foi uma prensada de bola. Tanto que o juiz não deu nem falta. Contra quem jogava limpo comigo, eu jogava limpo. Contra quem vinha com deslealdade, eu me defendia.

O futebol era mais violento antes?

Sim. Se tivesse cartão vermelho na época do Santos, os adversários acabariam com cinco, seis em campo.

É verdade que, certa vez, você mandou a torcida adversária esperar que daqui a pouco vinha?

Eu fazia isso sempre. Os caras ficavam enchendo o saco e eu falava: “Espera aí”. Tinha noventa minutos de jogo, meio tempo, se saísse o gol, ótimo. Se não saísse, os caras não iam lembrar.

Nos Estados Unidos, você é mais popular que o Robert Redford, não?

Essa história é a seguinte: o Robert Redford tinha um escritório no mesmo prédio da Warner, dona do Cosmos. Nós dois estávamos na porta do prédio quando surgiu um grupo de crianças pedindo autógrafo para mim. Ele ficou abismado e disse: “Você é famoso, hem!”. Mas tem outra história boa. Minha filha Kelly, que é atriz, me levou ao coquetel de lançamento do filme O Beijo da Mulher Aranha. Ela disse que era louca pelo William Hurt. Fui contrariado, porque já estava de saco cheio de coquetéis. Quando o William Hurt me viu, gritou: “Você é o Pelé!”, se atirou em cima de mim e começou a beijar os meus pés. Minha filha ficou louca. Ele era apaixonado pelo Pelé e era a primeira vez que nós nos encontrávamos.

A Seleção Brasileira nunca perdeu uma partida com Pelé e Garrincha em campo. Na época, vocês tinham noção dessa magia?

Não, porque na minha época era difícil a Seleção perder. Além de Pelé e Garrincha, tinha também um Didi, um Nílton Santos. A Seleção de 70, por exemplo, ficou anos invicta.

Como o Valdemar de Brito, o seu descobridor, convenceu a sua mãe a deixá-lo ir para o Santos?

Eu vi o Valdemar conversando com minha mãe. Eu era garoto e não tinha certeza se ele estava emocionado ou se estava bêbado. Ele falava: “Mas é uma dádiva de Deus”. Minha mãe respondia: “Mas o Dondinho quebrou a perna, a gente está toda hora sendo despejado porque o clube não paga”. Ele chorava e eu pensava: “Caramba, deve estar no maior fogo”. Só que o Valdemar de Brito era muito sentimental. Cansei de vê-lo chorar. Eu também sou chorão para caramba. Ele me levou para o Santos porque o presidente do clube (Athiê Jorge Curi) era deputado e o Valdemar queria se transferir de Bauru para São Paulo. Ele era funcionário público, trabalhava na estrada de ferro. E o Athiê arrumou a transferência para ele.

Quando Pelé sentiu que era especial?

Eu estava com uns 12, 13 anos e jogava pelo Baquinho (time infantil do Bauru Atlético Clube). Na primeira vez que calcei uma chuteira num campeonato, nós fomos campeões. Todos me carregaram em torno do campo e a torcida jogou moedas. Cheguei em casa cheio de dinheiro. Pensei: “Poxa, me carregaram, me deram dinheiro”. Houve também um outro episódio que me marcou. Eu tinha 8 para 9 anos em Bauru. Meu pai jogava com um ponta-esquerda chamado Souzinha, que me deu de presente uma bola vermelhinha, de couro. Era a primeira vez que eu via uma bola de capotão. Só que estava com catapora e com o peito do pé cheio de feridas. Não podia chutar a bola. Chorei. Eu rezava e perguntava a Deus: por que não posso chutar? Isso me marcou.

Cruyff disse, em um artigo no jornal L”Equipe, que todas as décadas tiveram seus reis. Di Stéfano nos anos 50, Pelé nos 60, Beckenbauer ou o próprio Cruyff nos 70, Maradona nos 80. Só os 90 ficarão sem rei. Você concorda?

Se você for comparar com as estrelas das outras décadas, acho que realmente os anos 90 ficarão sem um grande jogador. Tem o Ronaldinho, embora eu considere o Romário mais técnico. E mesmo o Maradona nos anos 80 não foi completo: não cabeceava bem, não chutava bem com a perna direita.

O Ronaldinho amarelou na Copa?

O Ronaldinho não foi bem a Copa toda. Aliás, o Brasil estava mal.

Surpreendeu saber que a CBF se obriga a chamar pelo menos oito jogadores da Nike em algumas convocações da Seleção?

É um absurdo aceitar um negócio desses. Quer dizer que, muitas vezes, a Seleção não foi escalada por mérito mas sim por imposição do patrocinador. Outro absurdo é a CBF dizer que teve prejuízo no ano passado, quando foi vice-campeã do mundo. Por isso, peço que não se mude a Lei Pelé. É a única maneira de moralizar e profissionalizar o futebol brasileiro. Senão, nosso futebol vai continuar na mão dessa gente.

Quando vai estourar essa revolução que a Lei Pelé está prometendo?

Os resultados já estão sendo mostrados. Basta ver o número de empresas e de bancos que estão se associando aos clubes.

A organização da Copa de 2006 no Brasil não propiciaria negociatas?

Acho que não. É evidente que temos que tomar cuidado com a lisura do comitê organizador. Mas este é o momento para a América Latina abrigar um Mundial. Verdade que a reviravolta da economia atrapalhou um pouco e organizar a Copa com 32 países é muito caro. Hoje, eu diria que o Brasil só conseguiria sediar se tivesse o apoio do setor privado, como na proposta das Olimpíadas no Rio de Janeiro.

Pelé vai jogar uma partida para comemorar os seus 60 anos?

Acabei de ser convidado para jogar pela Seleção da África contra uma Seleção do Resto do Mundo dirigida pelo Parreira. Pensei: vou ter que me preparar e aí vão querer que eu jogue aos 70 anos, aos 80 anos… É verdade que também fui convidado para jogar uma partida de 60 anos, do mesmo modo que disputei aquela dos 50 anos, em 1990, em Milão. Naquela Seleção tinha o Cafu, o Veloso, o Neto, o César Sampaio…

O Rinaldo…

Nem me fale! O Rinaldo, aquele que me f.! (O então ponta-esquerda do Fluminense ganhou uma irônica projeção mundial ao não passar uma bola para Pelé, melhor colocado e com chances reais de marcar um gol, em sua festa de 50 anos. Rinaldo preferiu arriscar o chute ” para fora.)

O aniversário de 50 anos de Pelé em Milão, na Itália, em 1990
O aniversário de 50 anos de Pelé em Milão, na Itália, em 1990
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