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Morre Ozzy Osbourne, lenda da música (e louco pelo Aston Villa)

Um dos personagens mais icônicos da história da música, ajudou a forjar o que hoje conhecemos como heavy metal. Morreu aos 76 anos, dias depois de se despedir dos palcos, justamente no Villa Park

Publicado por: Piero Sbragia* em 22/07/2025 às 16:48 - Atualizado em 22/07/2025 às 17:07
Morre Ozzy Osbourne, lenda da música (e louco pelo Aston Villa)
Ozzy Osbourne em campanha do Aston Villa e mosaico no estádio - Divulgação/AVFC

“É com mais tristeza do que meras palavras podem expressar que temos que informar que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor. Pedimos a todos que respeitem a privacidade de nossa família neste momento”.

Foi assim que a família de John Michael Osbourne, conhecido pelo pequeno e potente apelido de Ozzy, comunicou a morte do cantor e compositor aos 76 anos. A causa não foi divulgada mas o artista convivia com vários problemas de saúde nas últimas décadas. O mais recente deles foi um diagnóstico de Parkinson revelado em 2020.

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A morte surpreende pois ocorre menos de três semanas após a aposentadoria definitiva dele dos palcos. No último sábado 5 de julho, Ozzy Osbourne se reuniu com os antigos companheiros fundadores do Black Sabbath pela primeira vez desde 2005. Juntos, Ozzy, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward fizeram o último show do Back to the Beginning, evento que reuniu estrelas da música no estádio Villa Park, no bairro de Aston em Birmingham.

Foi ali naquela região que os quatro formaram em 1968 a banda que definiu os padrões do gênero musical mais subversivo de todos os tempos. O show foi transmitido ao vivo e arrecadou 140 milhões de libras (mais de um bilhão de reais) para três instituições beneficentes: o Hospital de Crianças de Birmingham, uma instituição de cuidados paliativos para crianças e uma ONG que pesquisa a curta do Parkinson.

Ozzy, fanático pelo Aston Villa

A escolha do Villa Park não foi à toa. Ozzy era torcedor fervoroso do Aston Villa, frequentava jogos e dava pitacos sobre o time. Ano passo, no lançamento da campanha publicitária do novo uniforme da equipe, ele foi um dos garotos propaganda.

O Aston Villa voltou a disputar a Champions League justamente na temporada em que completa 150 anos. Ozzy aparece junto de outros torcedores do clube, de jogadores, do cachorro e do amigo e baixista do de Black Sabbath Geezer Butler. A trilha sonora da campanha não poderia ser outra: Paranoid, clássico supremo da banda.

É justamente a letra do maior clássico do Black Sabbath que nos ajuda a entender um pouco sobre quem foi Ozzy Osbourne: “o dia todo fico pensando em coisas, mas nada parece me satisfazer. Acho que enlouquecerei se não conseguir algo para me acalmar”. Foi na música que Ozzy encontrou felicidade, amigos e conseguiu estruturar uma família, que até fez sucesso no reality show da MTV The Osbournes.

No show de despedida, três semanas atrás, Ozzy agradeceu aos fãs no microfone: “estou de cama há seis anos e vocês não têm ideia de como me sinto. Obrigado do fundo do meu coração”. Conhecido por entregar tudo e mais um pouco no palco, a sinceridade de Ozzy dilacerou o coração dos fãs. Depois de dezenas de turnês de despedidas, que até já haviam virado piada entre os produtores musicais, o músico definitivamente pisou no palco pela última vez. O cantor tocou no Brasil pela última vez em maio de 2018 com a banda solo e em dezembro de 2016 com o Black Sabbath.

Mosaico para Ozzy na torcida do Aston Villa, em Birmimgham - Divulgação/AVFC

Mosaico para Ozzy na torcida do Aston Villa, em Birmimgham – Divulgação/AVFC

Em 29 de janeiro deste ano, depois de vencer o Celtic por 4 x 2, o Aston Villa conseguiu avançar para as oitavas de final da Champions League e, de quebra, ganhou uma mensagem de apoio emocionante de Ozzy: “Brilhantes! Lágrimas de alegria estão escorrendo no meu rosto. Up The Villa”. A retribuição da torcida foi um mosaico gigantesco em homenagem ao Madman, louco em inglês (apelido de Ozzy).

Ozzy viveu uma vida marcada por excessos: de drogas, de confusões, de brigas com parceiros musicais. Mas quem viveu próximo dele garante que no fundo tinha um bom coração. Os excessos seriam por conta de uma personalidade intensa, hiperbólica e apaixonada por tudo que fazia.

Não importa se era na torcida pelo Aston Villa ou segurando um microfone no palco, Ozzy sempre entregou o melhor dele em todos os momentos da vida. A letra de No More Tears, clássico lançado em 1991, profetizou a tristeza deste 22 de julho de 2025 para os fãs: “a luz que atravessa a janela é uma rachadura no céu. Uma escada para a escuridão em um piscar de olhos. Uma represa de lágrimas até entender que ela nunca vai voltar. O homem nas sombras vai fazer outro ataque. Chega de lágrimas”.

Descanse em paz Ozzy! Pegue esse trem maluco, siga pela estrada para lugar nenhum, volte para casa e encontre sua mãe e nos deixe ouvir seu grito. Nunca pare de gritar! Grite daí que vamos ouvir daqui! Na próxima lua cheia, vamos uivar para você!

Ozzy no último show de sua carreira, no Villa Park – Ross Halfin

* Piero Sbragia é jornalista, documentarista, doutorando em Artes na UFMG e coordenador de produção e novos formatos na revista Placar. Escreveu “Na Ilha: Conversas sobre Montagem Cinematográfica” (2022) e “Novas Fronteiras do Documentário: Entre a Factualidade e a Ficcionalidade” (2020). Dirigiu o documentário em curta-metragem “República das Saúvas” (2021), indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em 2022.

 

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