Uma homenagem ao futebol de São Paulo, terra que aprendi a amar
Em novo teste de memória, recordo esquadrões como o São Paulo de Gérson, o Santos de Pelé, o Palmeiras de Ademir e o Corinthians de Rivellino, entre outros
Sempre bati de frente com a imprensa paulista e isso não é segredo para ninguém. Bastava descer no Aeroporto de Congonhas para ser vaiado, mas como nunca fui de ouvir calado durante as entrevistas dizia que jamais moraria em São Paulo, um lugar poluído e com cheiro de podre do Rio Tietê. Acabei quebrando a cara porque morei anos nessa cidade, que adoro e fiz muitos amigos. E como nas últimas duas colunas fiz um teste de memória para lembrar alguns craques dos times cariocas, entre os anos 60 e 70, nada mais justo do que fazer o mesmo com os de São Paulo. E sem consultar o Google!
Adorava os torneios Rio-São Paulo, com seis clubes de cada estado! Vou começar pelo São Paulo, onde Gerson Canhotinha de Ouro foi campeão. Mas vou lembrar de um São Paulo um pouco mais antigo, quando eu era apenas um menino, da década de 50. Reforço que não estou consultando nenhuma fonte de pesquisa e pode ter algum erro. Me consertem! Poy, De Sordi, Mauro, Bauer, Noronha, Maurinho, Gino…..um time espetacular! Mas lembro de vários outros craques do tricolor, como Leônidas, Zizinho, Friaça, Jair da Rosa Pinto, que vi fazer dois gols no Manga, Dino Sani e Canhoteiro. E quando penso na Portuguesa a dó que me dá…. como foram deixar que chegasse a esse ponto. Olha só, os que saíram de lá, que me lembro sem pensar muito: Djalma Santos, Servílio, Sílvio, Ivair, Leivinha, Félix, Ditão, Zé Maria, Marinho Peres, Enéas, Basílio, Badeco e anos depois o diamante Dener. O Juventus, dos artilheiros Wilson Buzzone e Ataliba.
E o Santos? Aí teria que ter uma coluna só para esse time espetacular: Pelé, Pepe, Mengálvio, Edu, Coutinho, Djalma Dias, Dalmo, Calvé, Álvaro, Rildo, Ramiro Geraldino, Pagão, Dorval, Toninho Guerreiro, Tite, Abel, Lima, Ramos Delgado, Joel, Oberdan e tantas outros nomes que fizeram o futebol ser mais lindo! E o Palmeiras, a grande Academia: Valdir de Moraes, Leão, Baldocchi, Dudu, Ademir da Guia, Julinho Botelho, Chinesinho, Tupãzinho, Vavá, Ademar Pantera, Rinaldo, entre outros. Na década de 70, lembro de ter jogado contra um timaço da Ponte, com Carlos, Jair Picerni, Oscar, Polozzi, Odirlei, Marco Aurélio, Vanderlei Paiva, Dicá, Lúcio, Manfrini e Tuta, irmão do Zé Maria. O Guarani começa a montar aquele time que encantaria o Brasil, com Zenon, Renato, Careca, Capitão, Bozó, Zé Carlos, Mauro e Wanderley.
E pouca gente sabe, mas tive uma passagem curta pelo Corinthians, assinei contrato e tudo, mas com a morte de minha irmã, devolvi o cheque para o presidente Waldemar Pires e fui para França. Era época da Democracia Corinthiana. Mas, sem dúvida não seria fácil jogar porque metade da torcida era contra a minha contratação. De qualquer forma joguei algumas poucas partidas e até um torneio no México e posso dizer que joguei no time de Gilmar, Claudio, Luizinho, Balthazar, Ado, Olavo, Oreco, Tales, Sócrates, Vladimir e Rivellino e Luiz Carlos. A lista de grandes jogadores é interminável e é uma prova incontestável de como o nível de nosso futebol despencou.
Acho que passei em mais esse teste de memória, mas me surgiu uma dúvida. Como não lembro da escalação do meu Botafogo do ano passado e listo praticamente todo o time da Ponte Preta de 40 anos atrás? Melhor deixar quieto… Em tempo, ouvi ontem no Campeonato Alemão um narrador falar que a estratégia do time era dar a bola para o adversário! Alguém consegue entender? Sem contar com “consistência de jogo”, “orelha da bola” e muito mais!
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