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O Comentarista do Futuro ícone blog O Comentarista do Futuro Ele volta no tempo para dar aos torcedores (alerta de!) spoilers do que ainda vai acontecer

No futebol, o que está bom pode melhorar

Cronista vai a 2003 ver final da Copa do Brasil, Cruzeiro 3 x 1 Flamengo, e dá 'spoilers' sobre aquela que é considerada a primeira Tríplice Coroa no Brasil

“Não há nada tão ruim… Que não possa piorar!” O negativismo comum que nos perturba criou esta máxima, mas o Tempo ensina que pode, sim, ser diferente, ao menos no Futebol! Me dirijo especialmente a vocês, torcedores do Cruzeiro de 2003, eufóricos hoje com a vitória sobre o Flamengo, 3 x 1, e a conquista da Copa do Brasil, segundo caneco deste ano, somando-se ao título do Estadual Mineiro. Como sou um Viajante do Tempo, vindo de 2023, vou fazer uma revelação talvez ainda mais difícil de acreditar: até dezembro a ‘Raposa’ alcançará mais um triunfo, sendo campeão do Brasileiro, o primeiro da história disputado com pontos corridos. E completará assim a chamada ‘Tríplice Coroa’ (três títulos numa única temporada), mérito que daqui a 20 anos ainda será um grande orgulho da torcida, principalmente porque será tido como a primeira conquista batizada assim no País. Até lá, outros clubes brasileiros conseguirão proezas semelhantes. Infelizmente, para vocês, cruzeirenses, justo o rival Atlético Mineiro, em 2021, anotem. A vida é mesmo de altos e baixos.

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Sigamos na gangorra… Daqui a 20 anos diferentes clubes do País também vão se gabar de terem a ‘Tríplice Coroa’), mas em formatos diferentes, e não apenas o que está sendo importado da Europa e consagrado no Brasil este ano: Estadual + Copa do Brasil + Campeonato Brasileiro. Serão eles (e, quanto aos títulos futuros, podem me cobrar!):

Santos (no passado, quatro vezes, a primeira delas em 1962, quando ainda não se falava nisso: Estadual + Brasileiro + Libertadores + Copa Intercontinental). Proeza que repetiram em 1963 (outra, digamos, ‘quádrupla coroa’: Rio-São Paulo + Brasileiro + Libertadores + Copa Intercontinental), 1964 (Estadual + Rio-São Paulo + Brasileiro) e em 1968 (Estadual + Brasileiro (Roberto Gomes Pedrosa) e Recopa dos Campeões Intercontinentais

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Flamengo, três vezes: em 1981 (Estadual + Libertadores da América + Mundial de Clubes); em 2019 (Estadual + Brasileiro + Libertadores) e 2020 (Estadual + Brasileiro + Supercopa + Recopa Sul- Americana);

São Paulo, três vezes: em 1992 (Estadual + Libertadores + Mundial de Clubes); em 1993 (Recopa Sul-Americana + Supercopa + Libertadores + Mundial de Clubes); e 2005 (Estadual + Libertadores + Mundial de Clubes); – Grêmio, em 1996 (Estadual + Recopa Sul-Americana + Brasileiro)

Palmeiras, em 1993 (Estadual + Rio-São Paulo + Brasileiro); e 2020 (Estadual + Copa do Brasil + Libertadores)

– E ainda Bahia, em 1959 (Campeonato Baiano + Torneio Norte- Nordeste + Taça Brasil, o Brasileiro da época); Athletico Paranaense (será em 2019: Estadual + Copa do Brasil + uma copa continental, a Suruga); e Paysandu (ano passado: Estadual + Copa do Norte + Copa dos Campeões).

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Como se vê, com diferentes e variados formatos de ‘tríplice’ conquista. Confuso, né? O termo ‘Tríplice Coroa’ foi criado na Europa, referindo-se a um clube que na mesma temporada conquiste o campeonato nacional, a copa nacional e a copa continental. E vai passar a ser usado com recorrência por aqui a partir do feito do Cruzeiro até o final deste ano. Sobe gangorra! Mas com um detalhe: reproduzindo o formato europeu (Brasileirão + Copa do Brasil + Libertadores no mesmo ano), ao menos até 2023, não teremos nenhuma agremiação nacional. Desce gangorra…

Até o fim da temporada deste ano épico, o Cruzeiro disputará 73 jogos – 12 no Campeonato Mineiro, 11 na Copa do Brasil, 46 no Brasileiro, 2 na Copa Sul-Americana e 2 amistosos – com 52 vitórias, 13 empates e oito derrotas. Como se sabe, foi campeão invicto no Mineiro e na Copa do Brasil. Ao todo, serão 179 gols marcados, tendo o craque Alex como principal artilheiro na temporada: 39 gols em 63 partidas, além de 39 assistências (passes para gol). A conquista que hoje os cruzeirenses comemoram foi indiscutível, mostrando a superioridade do time contra o Flamengo. Após o empate (1 x 1) do primeiro jogo da decisão, no Maracanã, ontem o placar foi aberto no primeiro minuto de jogo, facilitando as coisas para os mineiros alcançarem sua quarta Copa do Brasil. E mesmo tendo que suportar certa pressão no Segundo Tempo.

Não posso finalizar esta resenha sem dar mais um ‘spoiler’: daqui a 14 anos, em 2017, Cruzeiro e Flamengo voltarão a se enfrentar numa final de Copa do Brasil, com nova vitória da ‘Raposa’. Acreditem: “Não há nada tão bom… Que não possa melhorar!”

PARA VER OS MELHORES MOMENTOS DO JOGO

PARA VER O JOGO INTEIRO

FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 3 x 1 FLAMENGO
Competição: Copa do Brasil de 2003 (Final)
Data: 11 de junho de 2003 (quarta-feira)
Horário: 21h40 (Brasília)
Estádio: Mineirão
Local: Belo Horizonte (MG)
Público: 79.614
Árbitro: Paulo César de Oliveira (SP)
Assistentes: Valter José dos Reis (SP) e Ednilson
Corona (SP)

CRUZEIRO: Gomes; Maurinho, Gladstone, Luisão e Leandro; Jardel, Augusto Recife, Wendel (Márcio) e Alex (Sandro); Deivid e Aristizábal (Mota)
Técnico: Vanderlei Luxemburgo

FLAMENGO: Júlio César; Luciano Baiano, Fernando, André Bahia e Athirson; Fabinho, André Gomes (Igor), Fábio Baiano (Jean) e Felipe; Edílson e Fernando Baiano
Técnico: Nelsinho Batista

Gols: Primeiro Tempo: Deivid, a 1′; Aristizábal, aos 16′; e Luisão, aos 28; Segundo Tempo: Fernando Baiano, aos 18′

Cartões amarelos: Luisão e Aristizábal (Cruzeiro); Fernando, Athirson, Fabinho e Fernando Baiano (Flamengo)

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