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O Comentarista do Futuro ícone blog O Comentarista do Futuro Ele volta no tempo para dar aos torcedores (alerta de!) spoilers do que ainda vai acontecer

70 anos do primeiro ‘mundial’ do Corinthians

1953: cronista vai a Caracas, na Venezuela, ver vitória do clube paulista sobre o Barcelona (ESP) que garantiu a conquista da chamada ‘Pequena Taça do Mundo’

“Faltou combinar com os russos” é uma frase que ainda emergirá dos gramados – daqui a cinco anos, na Copa do Mundo da Suécia, pela boca do ponta-direita Garrincha, que estreia mês que vem no Botafogo – e se incorporar à filosofia das ruas; ‘Os Outros’ é uma série de TV que fará sucesso em 2023 expondo como cada um de nós tem a sua versão particular dos fatos da vida. E sei isso tudo, queridos leitores e queridas leitoras de 1953, porque sou um comentarista do futuro, do mesmo ano de 2023, de ‘quando’ parti a poucos dias de se completarem 70 anos dessa conquista do Corinthians na Venezuela, ontem, em vitória (1 x 0) sobre o favorito ao torneio Barcelona (ESP), garantindo, por antecipação, o Troféu Marcos Pérez Jiménez, que ganhará a eternidade como ‘A Pequena Taça do Mundo’. São muitos os torneios internacionais que por ora reúnem times da América Latina e da Europa e nas próximas décadas, em especial no Século 21, serão evocados para se defender a ocorrência ou não de títulos mundiais deste ou daquele clube. Incluem-se aí os dois triunfos nacionais dos últimos anos, com Palmeiras (1951) e Fluminense (1952) arrematando a badalada Taça Rio. Em se tratando da rivalidade do ‘Derby’ paulistano (Palmeiras x Corinthians), o título de ontem, em Caracas, será usado, daqui a 60/70 anos, pelo alvinegro para ‘zoar’ (provocar, em linguagem do Amanhã) o adversário, que no próximo Milênio ainda não vai ter um ‘Mundial’ de clubes reconhecido oficialmente pela FIFA. Será mesmo tema polêmico, o que se apresenta, ainda mais quando observamos que este quadrangular na Venezuela já teve um campeão brasileiro: em 1950, o Remo, do Pará. O que vai fazer palmeirenses reagirem assim à ‘zoação’: “Pó-pará!”.

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Dois serão os ‘mundiais’ do ‘Coringão’ até 2023: um torneio ou ‘mundialito’ – primeira competição interclubes oficial da FIFA – disputado no Rio de Janeiro em 2000 (em final contra o Vasco, que será vencida na cobrança de penalidades máximas) e um posterior intercontinental oficial de clubes campeões (que conquistará em 2012). Já se passaram 66 anos desde que, em 13 de agosto de 1887, o Hibernian Football Club, da Escócia, tornou-se o primeiro clube a se proclamar ‘campeão mundial’. E após o desempenho de nosso escrete na Copa de 50, mesmo com a trágica derrota na final, as principais agremiações futebolísticas do país vêm sendo mais e mais convidadas a disputar torneio internacionais. Mesmo antes, em 1948, o Vasco da Gama, lembrem-se, já saiu vencedor do Sul-Americano de Clubes Campeões organizado pela confederação do nosso continente (Conmebol). Real Madrid, Barcelona, River Plate, Roma, Benfica, Valencia e Porto, entre outros, são entidades que fizeram, fazem ou farão parte das disputas criadas nesses anos 50. Na edição finda ontem, o Corinthians – atual campeão Paulista e do Rio-São Paulo, convidado para substituir o Vasco, que recusou o convite – bateu, além do Barcelona (duas vezes: na primeira, 3 x 2), a Seleção de Caracas e a Roma (ITA) – vencida (1 x 0) no último dia 14, e que voltará a ser batida em 2 de agosto, por 3 x 1. Mas o empate, também ontem, entre italianos e venezuelanos já garantiu o caneco para o Parque São Jorge. O atacante alvinegro Luizinho, com 5 gols, anotem, será um dos dois artilheiros do torneio (com Kubala, do ‘Barça’) e a campanha do clube terminará com 100% de aproveitamento: seis partidas, seis vitórias; 11 gols marcados e 4 sofridos. Pode até não ser um ‘mundial’ propriamente dito – o próprio Corinthians não verá assim –, mas vai dar pra ‘zoar’ muito palmeirense…

E já adianto que daqui a 9 dias, em 04 de agosto, a torcida corintiana fará a maior festa de recepção a um clube brasileiro já vista no País até aqui, com mais de 100 mil pessoas acompanhando a delegação do aeroporto até o Anhangabaú. Pra vocês terem uma ideia, os jogadores descerão do avião às 18h30 e só terão condições de deixar o aeroporto às 9 da noite.

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Reportagem sobre a chegada do avião do Corinthians, em 1953, após a conquista do título – Reprodução/Internet

 

Além de Remo, Palmeiras e Fluminense, também vencerão competições reunindo clubes de diferentes continentes o São Paulo (que levará a mesma Taça Marcos Pérez Jiménez em 1955), Bangu (1958), Botafogo (1967, 1968 e 1970) e Cruzeiro (1970), todos futuros campeões do Torneio de Caracas, versão revista da atual disputa. Tudo isso até a FIFA tomar conta desse ativo, que crescerá tanto em importância que, em 2023, já terá sido anunciado um novo modelo de mundial interclubes, com um número maior de participantes. Mas o passado não se modifica. E, como disse na abertura dessa resenha, cada um dá a versão que quiser dos fatos, tanto na História (a ‘versão dos vencedores’) como no Futebol. Para desespero dos Palmeirenses… Corinthians!!!! Hoje é dia de gritar.

Jornal ‘A Gazeta’, sobre a vitória do Corinthians, em 1953 – Reprodução/Internet

PARA CONHECER MAIS SOBRE A CONQUISTA DO CORINTHIANS EM 1953 EM ‘HQ’

PARA SABER OS CONFRONTOS DO TORNEIO EM 1953

PARA SABER MAIS SOBRE A CONQUISTA DO REMO EM 1950

FICHA TÉCNICA
BARCELONA 0 X 1 CORINTHIANS

Competição: Troféu Presidente Marcos Pérez Jiménez
Data: 26 de julho de 1953 (DOMINGO)
Estádio: Olímpico de la Universidad Central de Vene
Local: Caracas, Venezuela
Horário: 21h30
Renda: Cr$ 1.200.000,00 (Cruzeiros)
Árbitro: Benito Jackson (VEN)

BARCELONA: Velasco; Seguer, Segarra, Flotats, Biosca, Bosch, Basorá, César, Kubala, Moreno e García. Técnico: Ferdinand Daucik

CORINTHIANS: Cabeção; Homero, Olavo (Julião), Idário (Sula), Goiano, Roberto, Cláudio Christóvam, Luizinho (Nardo), Vermelho, Carbone e Mário. Técnico: Rato

Gols: Segundo Tempo: Goiano, aos 17’

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