Publicidade
Entorta-Varal ícone blog Entorta-Varal As novidades e curiosidades sobre o mercado de uniformes de futebol. Afinal, camisa pesa

Com vendas 40% acima de 2018, camisas oficiais do Brasil somem das lojas

Nike diz que novos lotes dos uniformes amarelo e azul estão sendo disponibilizados. Contexto político pode ajudar a explicar sucesso de vendas

Em falta: os uniformes da seleção brasileira para a Copa de 2022
Em falta: Rodrygo, a judoca Rafaela Silva e Richarlison, com os uniformes da seleção brasileira para a Copa de 2022

Faltando menos de um mês para o início da Copa do Mundo do Catar, as camisas oficiais da seleção brasileira estão em falta no mercado. Seja nas lojas virtuais ou físicas, tem sido difícil encontrar os uniformes de jogo da equipe, conforme mostrou reportagem da revista VEJA desta semana. O contexto político das eleições presidenciais mais tensas e polarizadas da história podem ser uma das razões do sucesso de vendas. A Nike, fornecedora da CBF e produtora das camisas, diz que as vendas estão 40% acima do ocorrido no mesmo período prévio à Copa de 2018.

Publicidade

Assine #PLACAR digital no app por apenas R$ 9,90/mês. Não perca!

Os modelos titular, amarelo, e reserva, azul, foram lançados em agosto, com chamativas estampas de onça-pintada, animal que representaria a “garra brasileira”. Vendidos a 349,99 reais, eles se esgotaram rapidamente e sua reposição não vem atendendo à demanda, em razão da procura acima das “expectativas mais otimistas”, alega a Nike, por meio da Fisia, distribuidora oficial da fornecedora americana no Brasil.

“Nos dois primeiros dias, vendemos cerca de dez vezes mais camisas em comparação com 2018. E, com um mês de campanha, atingimos um recorde de 40% de aumento na venda dos produtos, também em relação à 2018″, informou a marca em nota (ler íntegra abaixo), na qual garante que novas remessas serão entregues nas próximas semanas.

Publicidade

A Nike não comenta, mas é provável que a eleição do próximo domingo, 30, entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteja influenciando nas vendas. Chamou a atenção o fato de o controverso modelo azul com detalhes em verde nas mangas ter se esgotado em menos de uma hora no site da Nike. O mesmo aconteceu com a camisa preta, de goleiro, lançada no fim de novembro, atendendo a um apelo dos fãs.

O fenômeno foi visto como uma resposta de antibolsonaristas ao uso constante da camisa amarela por parte do atual presidente, que incentiva seus eleitores a comparecer às urnas vestindo a camisa canarinho. A presença dos cantores Djonga e Ludmilla, abertamente críticos ao atual presidente, também foi visto como uma estratégia da marca para desassociar a imagem da seleção da política.

Philippe Coutinho com a camisa azul da seleção
Philippe Coutinho com a camisa azul da seleção

A Nike não abre maiores detalhes, mas diz que a histórica proporção de vendas (65% da camisa amarela ante 35% da azul) vem se mantendo. Uma fonte ligada à marca, no entanto, garantiu a VEJA que o estoque de uniformes reservas teve de ser ampliado em 2022.

Publicidade

Pirataria ganha de goleada

Se faltam camisas da Nike nas lojas, sobram alternativas mais baratas, não só as clássicas de camelôs e portas de estádio, mas também as chamadas “réplicas tailandesas”, acessíveis em e-commerces como a Shopee. São modelos praticamente idênticos aos originais, muitas vezes produzidas nas mesmas fábricas asiáticas, e que podem custar até quatro vezes menos.

“Primeiro, precisamos deixar claro que pirataria é crime, e crime é responsabilidade das autoridades. A carga tributária eleva o preço do produto oficial e não há o devido combate ao fabricante ilegal” diz Armênio Neto, executivo em novos negócios do esporte, com passagem pelo marketing do Santos. “Os preços poderiam ser menores, mas dizer que esses valores estimulam a pirataria é culpar a vítima pelo crime .” Segundo o Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP), o Brasil deixa de lucrar cerca de 2 bilhões de reais por ano com a prática.

Confira, abaixo, o posicionamento da Nike:

A Nike, por meio da FISIA (distribuidora oficial da marca no Brasil), ressalta que as vendas de todo o portfólio de produtos relacionados à nova coleção da Seleção Brasileira estão em ritmo acelerado, superando as expectativas mais otimistas.

Mesmo com um planejamento acima do histórico das últimas competições, nos dois primeiros dias do lançamento dos uniformes, vendemos cerca de 10 vezes mais camisas em comparação com 2018. E, com um mês de campanha, atingimos um recorde de 40% de aumento na venda dos produtos, também em relação à 2018. Isso reflete a conexão verdadeira entre torcedores e a história da camisa, a Garra Brasileira e o visual inspirador da onça-pintada. 

Historicamente a camisa principal, a versão inteiramente amarela, representa 65% das vendas. Os outros 35% representam a comercialização do segundo modelo azul. Neste ano, a porcentagem tem se mantido.

A marca informa que algumas peças se esgotaram em poucas horas no site, mas novos lotes das camisas amarela e azul estão sendo disponibilizados semanalmente no e-commerce da marca e reforça que as camisas também podem ser encontradas em outros pontos de venda do mercado, enquanto durarem os estoques.

Ainda não assina Star+?! Clique aqui para se inscrever e ter acesso a jogos ao vivo, séries originais e programas exclusivos da ESPN!

Publicidade