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Cris Gambaré cogita Marta no Corinthians e trabalha por Mundial de Clubes feminino

À PLACAR, Diretora das Brabas do Timão exaltou hegemonia alvinegra no futebol feminino, mas disse que 8 x 0 no Palmeiras "não foi produtivo" para a modalidade

Cris Gambaré, diretora do futebol feminino do Corinthians e uma das principais responsáveis pela hegemonia das Brabas do Timão na modalidade, foi a convidada especial do último programa 45 Minutos de 2023, na PLACAR TV. Na entrevista exclusiva, a dirigente contou como se deu sua chegada no clube, ainda como atleta de basquete, e traçou os planos para a sequência do desenvolvimento de seu departamento.

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Gambaré revelou que o clube pentacampeão brasileiro e tetra da Libertadores já trabalha nos bastidores pela criação de um Mundial de Clubes feminino e cogitou a possibilidade de a rainha Marta encerrar sua carreira no time do coração. Em outra declaração impactante, a empresária disse que goleadas como o histórico 8 a 0 diante do rival Palmeiras, na semifinal do último Paulistão, não são produtivos para a modalidade.

Sobre Marta, que aos 37 anos segue na seleção brasileira e atua no Orlando Pride, dos Estados Unidos, Cris Gambaré deixou as portas do Parque São Jorge abertas.

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“A gente sabe que a Marta é uma corintiana fanática. Nunca disse que não vou trazer a Marta, deixo as portas abertas, vai chegar um momento em que ela poderá estar aqui, dentro ou fora de campo. Já passou, sim, pela minha cabeça, mas estávamos num momento de evolução, ela já estava em outro cenário. Se voltássemos atrás, naqueles momentos, não seria o ideal. Mas já pensei, sim, em trazer para um ou outro jogo. Conheço o empresário dela, já troquei ideia com ele, mas somos muito pés no chão. Já pensei, mas nunca seguimos numa proposta”.  Questionada se Marta poderia encerrar a carreira em Itaquera, Cris garantiu que “tudo pode acontecer.”

Ao 45 Minutos, de PLACAR TV, Cris Gambaré contou que já iniciou conversas com Fifa e Conmebol pela criação de um Mundial de Clubes feminino. “Para eu ficar satisfeita ainda falta uma coisa, que é o Mundial de Clubes. Já tivemos conversas com a Fifa sobre esse cenário, é importante a Conmebol também nos representar para que a Fifa realmente veja que já um trabalho bacana e que poderia juntar alguns continentes em um campeonato mundial (….) O que precisa é a América do Sul se mostrar um pouco mais, a Fifa entender que tem que começar, é uma nova profissão, nós estamos formando muitas meninas, há uma evolução no cenário.”

A gestora das Brabas do Timão contou que ficou com sentimentos divididos após a goleada por 8 a 0 sobre o Palmeiras na semifinal do Campeonato Paulista, na Neo Química Arena. “Não (fico feliz). Eu pensei que seria um cenário, até por termos ganhado a final da Libertadores, em que o adversário viria para competir. Surpreendeu a mim, torcedores e atletas, esse placar elástico, deixa a impressão que tinha alguma errada. Eu, como gestora, não gosto, não acho produtivo. Até porque os investidores que estão no adversário, vão olhar de uma forma diferente. Lógico que fiquei feliz por ganhar o jogo, mas o placar elástico não é legal, o legal é a competição. O Corinthians tem essa mentalidade de competir, é algo que conseguimos implantar. Quando acontece esse cenário, que não foi só contra o Palmeiras, não é o ideal para o crescimento do futebol das mulheres.”

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Confira outras declarações de Cris Gambaré à PLACAR TV:

RELEVÂNCIA MUNDIAL

“São oito anos de projeto, não terminados, e depois da Libertadores tive uma conferência com outros dirigentes e foi aí que eu percebi que todo mundo nos conhece, falamos com times dos Estados Unidos, da França e todos falaram do Corinthians, então eu realmente notei que atingimos algo além do que imaginamos. Não tenho muita noção do que eu represento, mas sei que não podemos parar e que é possível fazer um pouco mais, não só na América do Sul.”

SUSTENTABILIDADE DO PROJETO

“Nosso departamento está quase se tornando autossustentável. Desde 2022 não colocamos jogos sem venda de ingressos, pois acreditamos que é um produto e batemos nessa tecla para implementar essa cultura. Estamos indo muito bem, o Corinthians é o único clube hoje que tem uma receita bem importante de bilheteria, e temos planejamento. Nós já desenhamos um cenário no futebol feminino aqui dentro, não tem como mudar, já existe uma estrutura tanto no alto rendimento quanto na base, agora é só melhorar. Já existe um planejamento para dois anos, antes era só para um, agora já temos uma garantia para 2024 e 2025. Temos esse DNA de brigar por títulos, e o percurso já está desenhado.”

COMPARAÇÕES COM MASCULINO

“É uma questão cultural, as empresas investem milhões masculino porque tem mais tempo de mercado, nós não queremos nos comparar em momento nenhum, estamos buscando nosso espaço. Talvez falte um pouco de espaço na TV, uma cobertura maior de Estaduais, Libertadores, que se cobre a Fifa por um Mundial de Clubes, que já seria possível. Daqui para frente, o cenário vai só melhorar, não tem como, os clubes têm de investir, na sua proporção, não numa loucura, para que haja um retorno. O Corinthians está no caminho certo e está puxando outros clubes.”

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