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Jenni Hermoso rebate Rubiales e nega beijo consentido; confira reações de atletas

Alexia Putellas e outras campeãs do mundo trataram como inaceitáveis as palavras do presidente da federação, que se negou a renunciar

A decisão de Luis Rubiales de permanecer à frente da real federação espanhola de futebol (RFEF) gerou diversas críticas no país. Jogadoras da seleção espanhola feminina, ídolos da equipe nacional masculina e até clubes se manifestaram em oposição à decisão anunciada nesta sexta-feira, 25.

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A manutenção do dirigente que beijou na boca a jogadora Jenni Hermoso, na premiação após o título da Copa do Mundo, foi contestada nas redes sociais. Horas depois, mais de trinta atletas da seleção espanhola emitiram um comunicado oficial condenando o caso. Na nota, Hermoso rebateu as falas do presidente de que teria consentido o beijo.

Quero esclarecer que, como se vê nas imagens, em nenhum momento consenti no beijo que ele me deu e, claro, em nenhum caso procurei levantar o presidente. Não tolero que se coloque em dúvida minha palavra e muito menos que sejam inventadas palavras que não disse“, afirmou a jogadora.

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Pela manhã, durante audiência extraordinária em que sua renúncia era esperada, Rubiales seguiu alegando que não houve assédio contra Hermoso e citou o que chamou de “falso feminismo”. “Não há desejo e não há posição de domínio. Todas as pessoas entendem isso mesmo que estejam vendendo outra coisa, em nome de um falso feminismo, que é um grande flagelo neste país. Foi um beijo espontâneo. Jenni me disse: ‘você é um craque’; eu respondi: ‘Um selinho?’ E ela disse: ‘Tudo bem'”, alegou.

A reação de colegas contraria a versão do presidente da federação. Na nota divulgada, as atletas se dizem “perplexas” com o discurso e afirmam que não voltarão à seleção caso o atual dirigente não seja demitido.

“Do nosso sindicato queremos enfatizar que nenhuma mulher deve sentir necessidade de responder às imagens contundentes que o mundo inteiro tem visto e, claro, não deve estar envolvida em atitudes não consensuais (…) As jogadoras da Seleção Espanhola de Futebol, atual campeã mundial, esperam respostas contundentes dos poderes públicos para que ações como as contidas não fiquem impunes. Queremos terminar esta afirmação pedindo verdadeiras mudanças, tanto desportivas como estruturais, que ajudem a Seleção Nacional a continuar a crescer”, diz a nota.

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“Enche-nos de tristeza que um acontecimento tão inaceitável consiga manchar o maior sucesso desportivo do futebol feminino espanhol. Depois de tudo o que aconteceu durante a Copa do Mundo Feminina, queremos afirmar que todas as jogadoras que assinam esta carta não voltarão à convocação para a Seleção Nacional caso os atuais dirigentes continuem” finalizou.

Confira outras manifestações contra a permanência de Rubiales:

“Isso é inaceitável. Acabou. Estamos contigo, companheira Jenny Hermoso”, escreveu Alexia Putellas, melhor jogadora do mundo

“Vergonha alheia”, escreveu Iker Casillas, goleiro da Espanha no título da Copa de 2010.

“Há limites que não podem ser cruzados e isso não podemos tolerar”. Estamos contigo, companheira”, escreveu Aitana Bonmatí, eleita melhor jogadora do Mundial

“Contigo mais do que nunca, Jenni. Basta de mentiras, você não está sozinha”, escreveu Misa, goleira da seleção espanhola

“Não demorou para que todos vissem que o que exigíamos meses atrás não era uma simples birra. As imagens falam por si, creio que não há mais nada a dizer. É inaceitável. Por todas as mulheres, contigo, Jenni.”, escreveu Mapi León, outra campeã do mundo.

 

“Estamos com vocês”, escreveu Sergi Roberto, capitão do Barcelona

O atacante Borja Iglesias, do Bétis, anunciou que não seguirá na seleção espanhola caso Rubiales não renuncie. “Estou triste e decepcionado. Como jogador de futebol e como pessoa, não me sinto representado pelo que aconteceu hoje na Ciudad del Fútbol de Las Rozas (sede da Federação Espanhola) (…) Vestir a camisa da seleção espanhola é uma das melhores coisas que me aconteceu na minha carreira. Não sei se em algum momento voltarei a ser opção, mas tomei a decisão de não regressar à seleção até que as coisas mudem e este tipo de ato não fique impune”, continuou.

“Me sangram os ouvidos”, escreveu David De Gea, goleiro com passagem pela seleção espanhola

 

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