Por que essa é a pior fase da história da seleção brasileira
Eliminado nas quartas da Copa América com apenas uma vitória, Brasil amarga jejum de títulos e vem acumulando fiascos pós-Copa de 2022; veja números
A seleção brasileira foi eliminada da Copa América de 2024 no último sábado, 6, após perder para o Uruguai na disputa por pênaltis, depois do 0 x 0 no tempo normal – quando teve um jogador a mais desde os 29 minutos do segundo tempo, com a expulsão do lateral-direito Nahitan Nández.
A queda nas quartas de final fez com que o Brasil terminasse a competição na modesta 6ª colocação, uma das piores em suas 38 participações, igualando a campanha de 2001, quando a equipe de Felipão caiu para Honduras nas quartas. Nossa seleção só teve um desempenho pior em 2016, quando caiu na fase de grupos e foi a 9ª colocada, e em 2011, quando também foi eliminada nas quartas e acabou na 8ª colocação.
Além disso, a seleção brasileira deixou a Copa América com apenas uma vitória (4 x 1 no Paraguai), igualando o feito de outras participações ruins, como em 1987, 1993, 2011 e 2016, quando também só ganhou um jogo.
Piores colocações do Brasil na Copa América (2016-2024):
9º – 2016 (Fase de grupos)
8º – 2011 (Quartas)
6º – 2001 (Quartas)
[6º] – 2024 (Quartas)
5º – 1987 (Fase de grupos)
5º – 1993 (Quartas)
5º – 2015 (Quartas)
Desempenho ruim pós-Copa do Mundo de 2022 e fim do ciclo Tite
Depois de cair na quartas de final da Copa do Mundo de 2022, para a Croácia, e amargar seu maior jejum de títulos (24 anos), como o de 1970 a 1994, a seleção brasileira vem piorando demais após a saída do técnico Tite. Com o antigo treinador, apesar de não ter tido bons desempenhos na Copa do Mundo (caiu nas quartas em 2018 e 2022), o Brasil venceu uma Copa América e foi vice da outra, e foi o primeiro colocado duas vezes nas Eliminatórias, com ótimas campanhas.
Pós-Tite, a seleção vem acumulando fiascos históricos. Em 2023, começou o ano sendo dirigida interinamente pelo técnico Ramon Menezes, que era o treinador da seleção sub-20. Em três jogos, todos contra seleções africanas, a seleção brasileira perdeu dois, para Marrocos (2 x 1) e Senegal (4 x 2), levando quatro gols de um país da África pela primeira vez na história.
Depois disso, com Fernando Diniz como técnico tampão (já que tinha a ilusão de contar com o italiano Carlo Ancelotti), a seleção brasileira foi colecionou mais fracassos:
– 1ª derrota em casa nas Eliminatórias após 64 jogos (51 vitórias e 13 empates)
– Pior campanha nas Eliminatórias até a 6ª rodada (apenas 7 pontos)
– Perdeu 3 jogos seguidos nas Eliminatórias
– Voltou a perder para o Uruguai depois de 22 anos
– Perdeu invencibilidade de 37 jogos nas Eliminatórias
– Perdeu por 2 gols de diferença em jogos de competição após 8 anos (2 x 0 Chile em 2015)
– Perdeu por 2 gols de diferença para o Uruguai depois de 40 anos (2 x 0 em 1983 – Final da Copa América)
– Perdeu pela 1ª vez para Colômbia em Eliminatórias
Na 6ª colocação nas Eliminatórias, atrás da Venezuela, a seleção brasileira demitiu o técnico Fernando Diniz após a derrota para a Argentina, em casa, no final de 2023. Em 2024, com Dorival Júnior, começou o ano com um boa vitória sobre a Inglaterra, em Wembley, e depois arrancou um empate contra a Espanha, por 3 x 3. Depois, venceu a fraca seleção mexicana nos acréscimos (3 x 2) e empatou com os Estados Unidos por 1 x 1 , no amistosos pré-Copa América.
Na competição, porém, estreou com um empate sem gols contra a Costa Rica, em um dos piores resultados da nossa seleção contra países menores na Copa América, venceu o Paraguai e empatou por 1 x 1 contra a Colômbia, ficando na segunda posição em seu grupo. Nas quartas, caiu diante do Uruguai, algo que não acontecia em mata-matas desde a final de 1995.
Depois da Copa do Mundo de 2022, o Brasil disputou 17 jogos em 2023 e 2024, com apenas 6 vitórias. A seleção empatou outras 5 partidas e perdeu 6, com um aproveitamento de apenas 47,1% dos pontos. Em competições oficias (Eliminatórias e Copa América), foram 10 jogos, com 3 vitórias, 4 empates e 3 derrotas, com um aproveitamento pior ainda, de 43,3%. Com Tite, entre 2016 e 2022, em 81 jogos, o Brasil teve um aproveitamento de 80,2% dos pontos. Em competições oficiais, em 39 jogos, o aproveitamento de 81,4%, com apenas 3 derrotas em 39 jogos (Bélgica, na Copa de 2018, Argentina, na final da Copa América de 2021, e Camarões, na Copa de 2022).
Com Ramon Menezes, o aproveitamento foi de 33,3%. Com Fernando Diniz, foi de 38,9%. Já com Dorival Júnior, o aproveitamento está em 58,3% (3 vitórias e 5 empates em 8 jogos).
Com alguns bons jogadores, titulares em grandes clubes da Europa, a seleção brasileira tem até um bom elenco (era o mais valioso da Copa América), mas nada de extraordinário, como já visto muitas vezes anteriormente. A nova geração ainda não inspira confiança. E está longe de imaginar essa seleção brigando por algo maior na Copa do Mundo de 2026. Ainda mais com uma geração da base pouco promissora, que sequer conseguiu vaga para os Jogos Olímpicos após o Sul-Americano Sub-20 em janeiro deste ano.
O Brasil volta a jogar agora em setembro, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, contra o Equador, em casa. Depois, pega o Paraguai, fora, três dias depois, para tentar melhorar sua posição na competição. Provavelmente já com a volta de Neymar. O que não sabemos ainda se será bom ou ruim.
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