Fim da novela: Corinthians anuncia a contratação de Dorival Júnior
Após longo período de especulação e negociações, Timão fecha acordo com treinador de 62 anos para comandar a equipe até 2026

Dorival Júnior foi anunciado pelo Corinthians, na tarde desta segunda-feira, 28, após uma longa novela. O ex-treinador da seleção brasileira aceitou a oferta do Timão e assumirá o comando técnico com contrato até o fim de 2026.
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O aceite do profissional se deu depois de uma viagem do diretor executivo de futebol do clube, Fabinho Soldado, até Florianópolis para alinhar detalhes do contrato. Após ajustarem as pedidas, o negócio foi concretizado na última sexta-feira, 25.
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Depois da demissão do argentino Ramón Díaz, o Timão foi ao mercado para trabalhar com diversas frentes: Dorival, Tite e o português Luis Castro despontavam como nomes favoritos.
Ao novo treinador, além de uma vantajosa oferta financeira, o Corinthians ainda prometeu pelo menos três reforços para a próxima janela de transferências. Ele estava desempregado desde o fim do março, quando a seleção brasileira foi goleada pela Argentina nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.
Em um ano no cargo, o treinador obteve sete vitórias, sete empates e duas derrotas, com um aproveitamento de pouco mais de 58%, em 16 jogos. O Brasil marcou 25 gols e sofreu 17.
Dorival terá pela frente a missão de subir o desempenho da equipe no Campeonato Brasileiro, além de lutar pelas taças da Copa Sul-Americana e da Copa do Brasil.
No Brasileirão, o Timão ocupa a sexta colocação, com sete pontos. Já na Copa do Brasil, a equipe enfrentará nos dias 30 de abril e 21 de maio o Novorizontino pela terceira fase do torneio.
Na Sula a situação é mais difícil: a equipe venceu apenas uma das três partidas que disputou. Assim, é o terceiro colocado do grupo C e precisa correr atrás do prejuízo no returno.
Na história e desempenho pelos rivais
Com o acordo, Dorival passa a integrar um seleto hall: o de treinadores que dirigiram os quatro grandes times do estado. Em toda a história, somente oito técnicos já alcançaram a façanha de trabalhar por Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo.
O último deles foi Cuca, hoje no Atlético Mineiro, de passagem de somente dois jogos pelo Timão em 2023. Além dele, Aymoré Moreira, Carlos Alberto Silva, Emerson Leão, Nelsinho Baptista, Osvaldo Brandão, Oswaldo de Oliveira e Rubens Minelli também trabalharam nos quatro grandes.

Lembrado pelos títulos conquistados no Santos e, mais recentemente, pelo São Paulo, Dorival disse em 2021, em entrevista ao canal de YouTube Café do Setorista, ter sido procurado outras três vezes pelo Timão e que acreditava ter compatibilidade de perfil para trabalhar um dia no clube.
“O Corinthians tem lá um técnico que é muito amigo, o [Vagner] Mancini, mas não vejo isso [de não ter o DNA do clube por ser ofensivo]”, afirmou em outro momento, para depois completar: “Quem viu o Corinthians de Sócrates, Biro-Biro, Zenon, Ataliba, Casagrande, esquece que era um time altamente ofensivo. O segundo time do Tite (de 2015) era altamente ofensivo”.
PLACAR relembra como foram os trabalhos do treinador nos rivais:
SANTOS (2010 e 2015 a 2017)
2010
61 jogos
37V, 8E e 16D, 65% de aproveitamento
2015 a 2017
128 jogos
74V, 26E e 28D, 64,6% de aproveitamento
Total
189 jogos
111V, 34E e 44D, 64,8% de aproveitamento
Títulos
Paulistas (2010 e 2016) e Copa do Brasil (2010)

Escolhido em 2010 para liderar a geração que contava com nomes como Neymar e Paulo Henrique Ganso, Dorival foi o mentor daquele que é considerado por muitos o melhor time já formado em um ano pelo Santos neste século. Conquistou o Paulistão e a Copa do Brasil emplacando goleadas históricas como o 8 a 1 no Guarani, o 9 a 1 no Ituano e o 10 a 0 no Naviraiense. Em agosto, faturou a Copa do Brasil, mas acabou demitido ao entrar em rota de colisão com Neymar.
Retornou ao clube em 2015, com a missão de tirar a equipe da zona de rebaixamento do Brasileirão daquele ano, e liderou uma rápida reação, que terminou com o vice-campeonato da Copa do Brasil, perdida nos pênaltis para o Palmeiras, além da sexta colocação na competição nacional. Foi responsável por recuperar Gabriel Barbosa, então em baixa na Vila. Em 2016, se sagrou campeão estadual e vice nacional. Em 2017, já com o trabalho em queda, acabou demitido.
SÃO PAULO (2017 a 2018 e 2023)
2017 a 2018
40 jogos
17V, 11E e 12D, 51,6% de aproveitamento
2023
54 jogos
25V, 13E e 16D, 54,3% de aproveitamento
Total
94 jogos
42V, 24E e 28D, 53,1% de aproveitamento
Títulos
Copa do Brasil (2023)
Contratado em julho de 2017 com a missão de salvar a equipe de um inédito rebaixamento no Brasileirão, o técnico comandou uma incrível reação na competição nacional. Chegou a terminar com uma das melhores campanhas do segundo turno daquele ano. Em 2018, o mau início no estadual – cinco derrotas em 11 jogos – provocou o fim do trabalho. Curiosamente, Dorival acabou demitido depois de uma derrota em um clássico para o Palmeiras.
Em 2023, o técnico voltou com outro status. Campeão da Libertadores e da Copa do Brasil com o Flamengo, ele não permaneceu no Rubro-Negro e aceitou o trabalho prometendo fazer história. Quis o destino que a promessa fosse confirmada com o inédito título da Copa do Brasil justamente diante da equipe carioca.
PALMEIRAS (2014)
2014
20 jogos
6V, 5E e 9D, 38,3% de aproveitamento

Com forte ligação com o Palmeiras por conta de seu tio Dudu, ídolo histórico do clube, além da passagem como jogador, entre 1989 e 1992 quando era conhecido como Júnior, o treinador fez no clube o trabalho de menor sucesso entre os grandes paulistas que dirigiu.
Foram só vinte jogos e uma demissão ao fim do Brasileirão daquele ano, pouco depois de salvar a equipe do terceiro rebaixamento de sua história – a equipe só se salvou graças a uma vitória do Santos diante do Vitória, fora de casa, na rodada final do torneio. Na ocasião, substituiu o argentino Ricardo Gareca, mas acabou se despedindo da agremiação junto com alguns dirigentes por conta de uma reformulação para viver uma nova era vencedora liderada pelo presidente Paulo Nobre.
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