Corinthians tenta convencer Tite e estuda alternativas após saída de Cuca
PLACAR apurou que técnico rejeitou salário de R$ 1,5 milhão do Timão há uma semana e segue focado em trabalhar pela primeira vez na Europa
O Corinthians voltou à carga para tentar convencer Adenor Leonardo Bacchi, o Tite, a retornar ao clube quase sete anos depois da última passagem, oficialmente encerrada em 15 junho de 2016. O técnico não trabalha desde o desligamento da seleção brasileira, logo após o término da Copa do Mundo do Catar, em dezembro.
Treinador mais vitorioso da história do Timão, com seis taças conquistadas – dois brasileiros (2011 e 2015), um Paulista (2013), uma Libertadores (2012), um Mundial de Clubes (2012) e uma Recopa Sul-Americana (2013) -, Tite virou o principal alvo da diretoria após a saída de Cuca, anunciada por ele mesmo após a classificação diante do Remo, pela terceira fase da Copa do Brasil. A negociação, contudo, é considerada difícil.
O repórter Guilherme Azevedo, de PLACAR, conversou com uma pessoa próxima a Tite, que reiterou o objetivo do técnico de seguir aguardando por uma proposta da Europa: “Falamos ontem, perto de meio-dia, e ele nada comentou a respeito [de uma procura do Corinthians]. É muito difícil trabalhar no Brasil este ano pelo que temos falado seguidamente. Ele diz que vai ficar em stand by no Brasil, se surgir alguma coisa fora, ele sai.”.
No programa Opinião PLACAR, os jornalistas Felippe Facincani e Leandro Quesada também apuraram o desejo da diretoria pelo treinador como “plano A”, mas explicaram que o negócio ainda é considerado difícil. Segundo Quesada, antes do acerto com Cuca, Tite já havia rejeitado uma proposta com salário de 1,5 milhão de reais do antigo clube.
“Ele foi procurado antes do Cuca, que veio para ganhar entre 700 e 800 mil reais. Ofereceram 1,5 milhão de reais para o Tite e não aceitou”, informou Quesada, que ainda ouviu de um dos assessores de Tite que ele seguirá aguardando por uma proposta da Europa: “Uma pessoa ligada ao Tite, um assessor dele, me disse o seguinte: ‘Quesada, toda a vez que falo com o homem o projeto dele é trabalhar na Europa. Acho pouco provável’, acrescentou.
Facincani, por sua vez, explicou que o clube ainda não descarta nomes como Vanderlei Luxemburgo e até mesmo Rogério Ceni, ídolo do rival São Paulo, mas que a principal via é por Tite: “o Corinthians promete ofertar tudo o que pode, e que não pode, por Tite”.
“O nome do Vanderlei Luxemburgo foi discutido, mas, por enquanto, está em stand by. Mas outros dois nomes também são estudados: o nome do Rogério [Ceni] ainda não foi descartado. Existe, de novo, uma movimentação interna para que se analise com mais cuidado e, se não houver rejeição, uma oferta possa ser feita”, iniciou dizendo.
“Está em São Paulo o empresário do Tite, o Gilmar Veloz, em um evento no Pacaembu, e vão conversar seriamente com ele para falar: ‘pelo amor de Deus’. A proposta que foi feita pelo Tite já é a maior”, completou.
Sobre Luxemburgo, Quesada também diz que o experiente treinador “foi contatado na segunda-feira, ficou de sobreaviso” e que sobre Ceni “a resistência é muito grande por ser um ídolo do São Paulo”.
O profissional de 70 anos retornaria ao Parque São Jorge depois de mais de duas décadas. Em duas passagens, a primeira em 1998 e a segunda em 2001, Luxemburgo conquistou dois títulos em 136 jogos. O técnico está sem clube desde 2021, quando trabalhou no Cruzeiro e evitou um vexatório rebaixamento à Série C. Ele chegou a ter o seu contrato renovado, mas o novo sócio majoritário Ronaldo Fenômeno desfez o acordo.
Outros nomes também são comentados e, dificilmente, devem ganhar força nos bastidores. Entre eles, os de Roger Machado e Dunga, ambos desempregados. Além de Mano Menezes, que mesmo empregado no Internacional, teria como um dos entusiastas o ex-presidente Andrés Sanchez.
“Quando o Andrés quis colocar o Mano como técnico o Duílio na hora rechaçou: ‘eu quero o técnico escolhido por mim, não pelo Andrés. Não passará pelo ex-presidente a contratação do novo técnico. Se chegar o Tite, não será por essa influência”, explicou Quesada.
“O Dunga já teve o nome ventilado, mas não foi aprovado [pela diretoria]. O Roger Machado, até onde sei, a chance é zero por questão de perfil. Não é na causa social, é na bola mesmo. O Corinthians precisa hoje de um gestor de crise. Ele deixava o grupo [do Palmeiras] em ebulição”, acrescentou Facincani.
Tite jamais trabalhou no Velho Continente. Fora do país, ele tem duas passagens pelo futebol dos Emirados Árabes Unidos: a primeira no Al Ain, entre 2007 e 2008, e a segunda no Al Wahda, entre 2010 e 2011.
Em três passagens pelo Corinthians, Tite dirigiu a equipe em 343 jogos, com 175 vitórias, 102 empates e 66 derrotas, atrás apenas de Oswaldo Brandão. Ele esteve no clube entre 2004 e 2005, de 2010 a 2013 e, na última vez, de 2015 a 2016.
Para o dérbi que acontece no próximo sábado, 29, às 18h30 (de Brasília), no Allianz Parque, o nome mais cotado para dirigir a equipe interinamente é o do ex-meia Danilo, atual treinador do sub-20. Fernando Lázaro, que foi demitido do cargo de técnico principal e voltou a ser auxiliar, é outra opção.