Além de maior isolamento entre atletas, entidade promete aumentar testagens em novo protocolo; projeção é retomar o campeonato até 11 de abril
A Federação Paulista de Futebol (FPF) anunciou no início da tarde desta segunda-feira, 29, que adequará seu protocolo de saúde para a continuidade do Campeonato Paulista, paralisado há quase duas semanas. Farão parte das novas medidas a criação de uma “bolha” para o isolamento de atletas e um maior número de testagens de exames de RT-PCR, antes e depois de cada partida. A entidade terá nova conversa com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) nesta noite.
Em comunicado, a FPF informou que a medida foi tomada de forma conjunta com os 16 clubes participantes. O documento divulgado cita também a redução do efetivo de pessoas nos jogos e aponta o detalhamento de como funcionará a bolha. A entidade pede ao governo estadual para que possa retomar a competição até o próximo dia 11 de abril.
A utilização de “bolhas” para isolamento de atletas já aconteceu nos Estados Unidos, na realização das fases finais da NBA. Na ocasião, a organização da liga reservou 18 hotéis no complexo da Disney, em Orlando, para abrigar 22 times em estabelecimentos luxuosos. Os atletas não podiam visitar uns aos outros e as testagens aconteciam diariamente.
“Manter os atletas em ‘Ambiente Controlado’, entendido como local onde os riscos são monitorados e minimizados”, diz um trecho do comunicado. Os colaboradores que precisarem deixar os clubes ou hotéis devem passar por novos testes para retornarem. Ao todo a entidade enumerou 12 itens de adequação ao protocolo.
O governo estadual prorrogou a fase emergencial do Plano São Paulo, que prevê regras ainda mais rígidas do que a fase vermelha da quarentena, até o dia 11 de abril. Inicialmente, as medidas deveriam permanecer até o dia 30 de março. Ainda nesta tarde, a FPF se reunirá com representantes das Séries A2 e A3 do estadual para decidir sobre a continuidade dos campeonatos.
Na reunião, não foi citada uma nova hipótese de judicialização em caso de nova negativa do MP-SP. O tema foi levantado pela entidade, com a contratação de um escritório de advocacia especializado, mas acabou desaprovado pela maioria dos clubes nos últimos encontros.
A entidade também não falou sobre a possibilidade de mandar novos jogos fora do estado. Na última semana, a partida entre Mirassol e Corinthians, no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, válida pela quinta rodada do estadual, foi a primeira delas. Um dia depois foi a vez de Palmeiras e São Bento jogarem no mesmo local.