Bolt, lenda olímpica, é bicampeão também nos 200 metros
Esporte
Bolt, lenda olímpica, é bicampeão também nos 200 metros
Ele já tinha feito história em Londres, mas queria mais – e, nesta quinta, virou o maior velocista de todos os tempos, com o segundo ouro em sua prova favorita
31/49 Usain Bolt comemora após vencer a final dos 200m em Londres (Frank Fife/AFP/VEJA)
32/49 Usain Bolt comemora após vencer a final dos 200m em Londres (Oliver Morin/AFP/VEJA)
33/49 Usain Bolt durante a prova de classificação para as semifinais dos 200m, em 07/08/2012 (Phil Noble/Reuters/VEJA)
34/49 Usain Bolt durante a prova de classificação para as semifinais dos 200m, em 07/08/2012 (Phil Noble/Reuters/VEJA)
35/49 Usain Bolt durante a prova de classificação para as semifinais dos 200m, em 07/08/2012 (Adrian Dennis/AFP/VEJA)
36/49 O jamaicano Usain Bolt nos 100 metros rasos em Londres-2012 (Antonio Milena/Milenar/VEJA)
37/49 O jamaicano Usain Bolt nos 100 metros rasos em Londres-2012 (Antonio Milena/Milenar/VEJA)
38/49 O jamaicano Usain Bolt nos 100 metros rasos em Londres-2012 (Antonio Milena/Milenar/VEJA)
39/49 O jamaicano Usain Bolt nos 100 metros rasos em Londres-2012 (Antonio Milena/Milenar/VEJA)
40/49 O jamaicano Usain Bolt nos 100 metros rasos em Londres-2012 (Antonio Milena/Milenar/VEJA)
41/49 O jamaicano Usain Bolt nos 100 metros rasos em Londres-2012 (Antonio Milena/Milenar/VEJA)
42/49 Usain Bolt comemora após vencer a final dos 100m e bater o recorde olímpico nas Olimpíadas de Londres, em 05/08/2012 (Dylan Martinez/Reuters/VEJA)
43/49 Usain Bolt durante prova da final dos 100m nas Olimpíadas de Londres, em 05/08/2012 (Michael Dalder/Reuters/VEJA)
44/49 Usain Bolt cruza a linha de chegada e vence a final dos 100m nas Olimpíadas de Londres, em 05/08/2012 (GAbriel Bouys/AFP/VEJA)
45/49 Usain Bolt comemora após vencer a final dos 100m e bater o recorde olímpico nas Olimpíadas de Londres, em 05/08/2012 (Johannes Eisele/AFP/VEJA)
46/49 O britânico Dwain Chambers, o jamaicano Usain Bolt e o chinês Su Bingtian durante prova semi-final dos 100m nas Olimpíadas de Londres, em 05/08/2012 (Lucy Nicholson/Reuters/VEJA)
47/49 Momento em que Usain Bolt assume a liderança da bateria das semi-finais dos 100m nas Olimpíadas de Londres, em 05/08/2012 (Pawel Kopczynski/Reuters/VEJA)
48/49 Momento em que Usain Bolt cruza a linha de chegada durante bateria das semi-finais dos 100m nas Olimpíadas de Londres, em 05/08/2012 (Pawel Kopczynski/Reuters/VEJA)
49/49 O jamaicano Usain Bolt após vencer bateria das semi-finais dos 100m nas Olimpíadas de Londres, em 05/08/2012 (Dylan Martinez/Reuters/VEJA)
Bolt fez uma prova segura e convincente. Tomou a liderança logo no início. Blake acelerou no início da reta, mas não conseguiu ameaçar o campeão, que fechou a prova com melhor tempo no ano
Faltavam apenas 200 metros para Usain Bolt virar uma lenda olímpica – pelo menos na avaliação do próprio jamaicano, que garantia ainda não estar satisfeito com as quatro medalhas de ouro que já tinha em sua coleção. E ele precisou de apenas 19s32 segundos para cruzar a linha de chegada, conquistar seu quinto ouro e entrar de vez na história dos Jogos. O homem mais rápido do mundo agora é também o primeiro bicampeão olímpico nos 100 e nos 200 metros rasos. Jesse Owens não conseguiu tal marca: depois das vitórias notáveis em 1936, não conseguiu repetir a dose em 1940 (a II Guerra impediu a realização dos Jogos). Carl Lewis também não – campeão nas duas provas em 1984, perdeu os 200 metros em Seul-1988 para Joe DeLoach, um jovem compatriota e companheiro de treinos. Na final dos 200 metros em Londres, nesta quinta-feira, Bolt, de 25 anos, também tinha um adversário bastante próximo: Yohan Blake, de 22, o último a conseguir derrotá-lo, nas seletivas jamaicanas para a Olimpíada. Mas o novato não foi páreo para o homem que deixa os Jogos como o maior velocista da história. Blake foi prata, com 19s44, e o bronze ficou para outro jamaicano, Warren Weir, com 19s84. “Era tudo o que eu queria, e deu certo. Vim aqui e fiz o que tinha de fazer, então estou orgulhoso”, disse.
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O fenômeno das pistas ainda deverá faturar mais uma medalha, no revezamento 4 x 100 metros, no sábado. Vencendo ou não, Usain Bolt vai se despedir desta Olimpíada com seus sonhos concretizados e com sua promessa cumprida. Ao chegar a Londres, avisou: “Esse será o momento, este é o ano, este é o meu tempo”. Resta saber se o tempo de Bolt se estende até 2016, no Rio de Janeiro – ele já disse que pretende estar na Olimpíada no Brasil. Usain Bolt chegou para a final desta quinta vivendo um momento bem diferente do que antecedeu a decisão dos 100 metros, no fim de semana. Com sua condição física e concentração colocadas em dúvida antes do desembarque em Londres, disputou os 100 metros sob pressão. Fez seu show para a torcida, com caretas, acenos e sorrisos, mas parecia carregar um peso adicional nas costas. Sentia-se obrigado a provar em 2012 o status legendário conquistado em Pequim-2008. Vitorioso na prova, assistida por uma audiência televisiva calculada em 2 bilhões de pessoas, o Bolt de Londres voltou a ser o Bolt de sempre – com direito a uma comemoração particular com três atletas suecas de handebol na madrugada seguinte ao ouro nos 100 metros. Nesta quinta, parecia mais relaxado, mas isso não significava que não levaria a prova tão a sério. Pelo contrário: os 200 metros rasos são a prova ideal de Bolt, a competição para a que ele mais trabalha – e a que melhor combina com seu extraordinário talento.
Bolt se diz muito mais confortável nos 200 metros, até porque a distância maior permite que ele se recupere de uma eventual largada ruim, o único ponto vulnerável de suas corridas – e um dos principais argumentos usados pelos críticos que questionavam o seu favoritismo em Londres. “Foi uma corrida fácil. É minha prova favorita”, disse, depois da eliminatória de terça. A decisão desta quinta não foi assim tão simples – Blake, afinal, era uma ameaça real, e tinha chegado à final com o melhor tempo das semis. Bolt, no entanto, fez uma prova segura e convincente. Tomou a liderança logo no início. Blake acelerou no início da reta, mas não conseguiu ameaçar o campeão, que fechou a prova com seu melhor tempo no ano – longe dos recordes olímpico e mundial, mas o suficiente para consolidar sua posição de destaque na história olímpica. Bolt revelaria depois que voltou a sentir as dores que vinham prejudicando seu desempenho. “Fui rápido, mas não estava totalmente em forma”, contou. Ainda assim, sobrou na corrida: ao passar pela linha de chegada, colocou o dedo indicador sobre a boca. Fez flexões de braço na pista, amarrou-se à bandeira jamaicana e deu a volta olímpica escoltado pelos compatriotas. Pegou a câmera de um fotógrafo e registrou imagens da torcida o aplaudindo. Ao completar o giro pela pista, beijou a linha de chegada e fez, mais uma vez, o gesto que é sua marca registrada, com os braços esticados para representar um raio.