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Operários que trabalham para a Copa do Catar são tratados como “animais”, diz Anistia Internacional

Relatório aponta que imigrantes vivem em regime análogo à escravidão e são forçados a trabalhar mais de doze horas por dia durante toda a semana

Publicado por: Da Redação em 18/11/2013 às 09:48 - Atualizado em 07/10/2021 às 01:31
Operários que trabalham para a Copa do Catar são tratados como “animais”, diz Anistia Internacional
Protesto na sede da Fifa contra a realização da Copa no Catar

Um relatório da Anistia Internacional divulgado nesta segunda-feira afirma que trabalhadores das obras para a Copa do Catar, em 2022, vivem em condições de miséria e são tratados como “animais”. O relatório foi publicado justamente uma semana após o presidente da Fifa, Joseph Blatter, visitar o país e declarar que o Catar está no “caminho certo” em relação ao tratamento de operários imigrantes que trabalham nas obras de infraestrutura.

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Após investigações e entrevistas, a Anistia Internacional concluiu que parte dos imigrantes trabalha em regime análogo à escravidão, vivendo com constantes dívidas com seus contratantes e impedidos de deixarem o local das obras. Os enviados da Anistia encontraram trabalhadores vivendo em barracões lotados, sem ar condicionado, com esgoto a céu aberto e sem água corrente. Os responsáveis pelas obras costumam a se referir aos trabalhadores como “os animais”. Muitos imigrantes, em sua maioria do Nepal, Índia e Sri Lanka, apresentam problemas de saúde.

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Imigrantes do Nepal confirmaram em entrevistas que são tratados sem dignidade e chegam a trabalhar durante os sete dias da semana mais de doze horas por dia sob o sol forte do Catar, com temperaturas diárias em torno de 45 graus celsius. As leis do Catar estabelecem que os operários devem trabalhar, no máximo, dez horas por dia e , durante o verão, deve ser respeitado um intervalo entre as 11h30 e as 15h00.

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“É simplesmente imperdoável que em um dos países mais ricos do mundo tantos trabalhadores imigrantes estejam sendo cruelmente explorados, privados de seus salários e lutando para sobreviver”, disse o secretário-geral da Anistia, Salil Shetty. “Nossas descobertas indicam um nível alarmante de exploração no setor da construção civil. A Fifa tem o dever de enviar uma mensagem pública de que não vai tolerar abusos dos direitos humanos em projetos de construção relacionados à Copa do Mundo”, completou.

No mês passado, a Fifa foi forçada a se manifestar sobre as condições de trabalho nas obras para a Copa de 2022 após uma reportagem do The Guardian demonstrar que há uma taxa de mortalidade alta entre os operários. De acordo com o diário britânico, mais de quarenta trabalhadores morreram no Catar entre 4 de junho e 8 de agosto, mais da metade por problemas cardíacos ou acidentes de trabalho.

Um levantamento feito pela Confederação Internacional do Trabalho estima que 4 000 pessoas podem morrer até 2022 se não forem feitas alterações drásticas nas condições de trabalho. Após a denúncia, Blatter viajou para Doha para encontrar-se com o emir Tamim bin Hamad bin Khalifa al-Thani. Na semana passada, após a reunião com o emir e uma apresentação do Comitê da Copa de 2022, Blatter disse que houve progressos no tratamento dado aos trabalhadores.

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A Anistia Internacional realizou entrevistas com 210 operários e teve catorze reuniões com as autoridades do Catar. A entidade afirmou que as empresas de construção civil vão investir 220 bilhões de dólares fazendo obras na próxima década.

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