Com capacidade para 82 mil pessoas, Metlife Stadium teve pouco mais de um terço de seu espaço ocupado pelos torcedores no jogo entre Brasil e Equador
Ao contrário de quatro anos atrás, quando o Brasil venceu os Estados Unidos por 2 a 0, neste mesmo estádio em Nova Jersey (EUA), a torcida brasileira não deu as caras no 1 a 0 da seleção sobre o Equador nesta terça-feira de chuva intermitente. Em agosto de 2010, na estreia de Mano Menezes na seleção brasileira, o então New Meadowlands Stadium – ele só se chamaria Metlife alguns meses depois – recebeu pouco mais de 77.000 torcedores, que faziam festa no amplo estacionamento do complexo esportivo que tem também um autódromo, um estádio de beisebol e um ginásio para outros eventos. Os carrões, na maioria SUVs, paravam em largas vagas dentro do complexo, a poucos metros das entradas do estádio com capacidade para pouco mais de 82.000 pessoas, abriam suas mesinhas e faziam churrascos para a família toda. Era pura festa.
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Nesta terça, o cenário foi diferente. Em um sinal de que o prestígio do futebol brasileiro não anda tão bem em terras americanas, o Metlife – localizado a pouco mais de 12 km do coração de Manhattan – recebeu apenas 35.975 torcedores, pouco mais de um terço de sua capacidade. Para os padrões do Campeonato Brasileiro, o público foi bom. Mas se levarmos em conta outros amistosos internacionais realizados recentemente nos Estados Unidos, a comparação é desfavorável: no início de agosto, por exemplo, 109 mil pessoas acompanharam a partida entre Manchester United e Real Madrid em Michigan.
Nos espaços ocupados do estádio de Nova Jersey, predominava o amarelo, mas não era possível saber se as camisas eram da torcida brasileira ou equatoriana – e qual delas era maior. O resultado mais provável foi um empate: a vibração na hora dos lances mais incisivos parecia ter a mesma intensidade nas jogadas das duas equipes.
Miami – Na sexta-feira, quando o Brasil venceu a Colômbia por 1 a 0 no Sunlife Stadium, em Miami, na ensolarada Flórida, o estádio teve recorde de público, com pouco mais de 73.000 pessoas. A maioria dos torcedores, contudo, era de colombianos, que lotavam as entradas do estádio e não paravam de cantar enquanto subiam por escadas rolantes para as partes mais altas das arquibancadas.
Embalados pela boa campanha na Copa, os colombianos torceram e gritaram alucinados quando no telão apareciam as imagens de Falcao Garcia e James Rodrigues, mas tiveram de amargar o golaço de Neymar no finzinho do jogo. O calor de Miami ainda fez o estádio faturar alto com os preços da cerveja – copo pequeno 7 dólares e o grande, 10.
A volta para casa foi demorada: com obras na interestadual 95, o caminho mais largo e rápido, o torcedor gastou em média duas horas para ir do centro de Miami ao estádio, um percurso de quase 24 km, e o mesmo tanto na volta. Pode parecer que a demora lembre o Brasil, mas a diferença é brutal: com o estacionamento dentro das dependências do estádio custando 25 dólares, a “confusão” de carros se resumiu a obedecer os sinais, as indicações da polícia de trânsito, sem buzinadas, sem aceleradas e cada um respeitando sua faixa de rolamento. Tudo muito lentamente, mas ordenado.