Treinador argentino está próximo de ser anunciado pelo Galo, clube pelo qual teve passagem em 2020; confira retrospecto e ideias
Jorge Sampaoli está perto de voltar ao Atlético Mineiro. O acerto entre as partes ocorreu reunião realizada na manhã desta terça-feira, 2, segundo informações do jornalista Guilherme Frossard.
Livre no mercado desde que deixou o Rennes, da França, o técnico retorna ao Brasil após quase dois anos. Sua última passagem por clubes do país foi em 2023, quando comandou o Flamengo.
Além disso, Sampaoli já havia treinado o Santos, em 2019, e o próprio Galo, em 2020 e 2021. Outro trabalho nesse recorte dos últimos anos foi no Olympique de Marselha, clube em que atuou logo após deixar o clube de Belo Horizonte.
Depois de passagem decepcionante pela seleção da Argentina, o treinador desembarcou na Baixada Santista. Em seu trabalho no Alvinegro Praiano, comandou o Peixe em 63 partidas, somando 35 vitórias, 13 empates e 15 derrotas, levando o Santos ao vice-campeonato do Campeonato Brasileiro de 2019.
Após discordâncias com a diretoria, saiu do time paulista. Meses depois, chegou ao Atlético Mineiro, onde foi campeão estadual e terceiro colocado do Brasileirão de 2020, quando, em contexto de pandemia, totalizou 45 jogos, com 26 vitórias, nove empates e dez derrotas.
Sampaoli buscava mais reforços para a temporada seguinte, mas tendo em vista a recusa por parte dos dirigentes, partiu para o Olympique de Marselha. Trabalhando na França, fez 67 partidas, venceu 36, empatou 17 e perdeu 14, levando o time ao vice da Ligue 1 da temporada 2021/22.
Jorge Sampaoli trabalhou no Atlético em 2020 e 2021 – Bruno Cantini/Atlético
Após novos problemas com uma diretoria, saiu do time francês. Assim, no ano seguinte, foi contratado pelo Flamengo, onde levou o time ao vice-campeonato da Copa do Brasil, com passagem de 39 jogos, 20 vitórias, 11 empates e oito derrotas, em jornada que teve o curioso caso do soco do preparador físico Pablo Fernández em Pedro.
Depois disso, o único clube de Sampaoli foi o Rennes. No clube francês, teve apenas três vitórias e sete derrotas, em curto “casamento” marcado por novas discordâncias com os dirigentes.
Durante sua primeira passagem pelo Atlético Mineiro, o treinador Jorge Sampaoli utilizou, em grande maioria das vezes, formações em 4-3-3 ou 4-2-3-1. Além disso, em menos ocasiões, escalou time em 3-4-3, variação que permite a aplicação com mais facilidade das ideias do argentino.
Adepto da filosofia do Jogo de Posição (entenda o que é), o técnico interpreta a escola com um futebol ofensivo. Dessa maneira, com o “amor por el balón”, faz uma equipe que não tem medo de atacar – o que naturalmente cede espaço para os adversários.
Tendo em vista toda sua bagagem, é possível esperar que o Galo siga com formações similares ao que Sampaoli utilizou anteriormente (veja abaixo). As variações giram em torno de: um meio-campo com nomes equilibrados; um meio-campo com dois volantes e um meia; e uma formação com três zagueiros, liberando alas para a linha média.
Entre as peças que devem crescer com o técnico, destaque para quatro nomes específicos:
Guilherme Arana: em má fase atual, pode ter papel importante no ataque. Um trunfo é a capacidade de atuar “por dentro ou por fora”, como fez sob comando do próprio, entre 2020 e 2021.
Alexsander: volante canhoto, técnico e capaz de atuar na primeira e na segunda fase de construção. Tem potencial para “emular” tanto o Allan quanto o Jair da primeira passagem.
Reinier: meia-atacante de ótima chegada e capacidade criativa, já teve contato com o Jogo de Posição durante sua passagem pela Europa.
Tomás Cuello: atacante de velocidade e dribles, tem características que o permitem ser um dos “pontas muito agressivos”.
Como todo treinador posicionalista, tem uma “busca incessante” por dinâmicas de superioridade numérica nos setores iniciais e finais de campo. Assim, a construção sempre exigirá do bom jogo com os pés de Everson e de combinações entre os dois zagueiros, acrescidos por um lateral ou um volante.
Nesse sentido, buscará causar dúvidas aos marcadores na construção inicial, com o intuito de encontrar linhas de passe, conceito essencial do jogo de Sampaoli (abaixo, na imagem mais à esquerda, os marcadores circulados em vermelho teriam de fazer escolhas).
Outra ideia, que casa perfeitamente com isso, é a busca pelo “homem livre” para progredir e, enfim, chegar à entrelinhas decisivas do adversário (abaixo, na imagem central, o meia-atacante circulado em amarelo poderia receber em boas condições).
Da mesma forma, a tentativa por encontrar situações de “um contra um” para os pontas mescla todos princípios citados acima. Ao balançar a defesa rival, gerar dúvidas e encontrar homens livres, uma virada rápida (seja por baixo ou por cima) causaria um momento favorável para os pontas (abaixo, na imagem mais à direita, a situação é simulada).
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