Ex-presidente da CBF morreu na madrugada deste domingo, 20, em São Paulo, aos 93 anos
Morreu na madrugada deste domingo, 20, José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Aos 93 anos, Marin estava internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e não teve a causa da morte divulgada. O ex-dirigente brasileiro foi peça chave e posteriormente condenado no escândalo de corrupção da Fifa que ficou conhecido como Fifagate.
PLACAR agora está nas bancas e em todas as telas. Assine a revista digital
José Maria Marin era advogado e se inseriu na política nos anos 60, quando se elegeu vereador. Também foi Deputado Estadual e mais tarde eleito governador de São Paulo, entre 1982 e 1983. Na mesma década, também presidiu a Federação Paulista de Futebol. Foi já no meio do futebol que o paulista ganhou maior notoriedade. Assim sendo, Marin foi presidente da CBF entre 2012 e 2015, e se tornou uma das figuras centrais do Fifagate.
Marin foi acusado de receber propinas de até US$6,5 milhões em contratos relacionados à comercialização de direitos de tv em torneios como Copa América, Copa do Brasil e outros promovidos pela CBF.
José Maria Marin e Joseph Blatter – ambos condenados no Fifagate – EFE/Marcus Brandt
O Fifagate foi um dos maiores escândalos de corrupção da história do futebol. Deflagrado em 2015, o caso expôs um esquema bilionário de subornos, lavagem de dinheiro e fraudes dentro da FIFA e de diversas confederações continentais. Entre os principais envolvidos estava o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que acabou condenado nos Estados Unidos.
A operação internacional foi liderada pelo FBI e pelo Departamento de Justiça dos EUA. A investigação revelou que dirigentes esportivos recebiam milhões de dólares em propinas em troca da concessão de direitos de transmissão e marketing de torneios como a Copa do Mundo, Copa América e outros campeonatos da CONMEBOL e CONCACAF.
O escândalo veio à tona em 27 de maio de 2015, quando sete dirigentes foram presos em um hotel de luxo em Zurique, na Suíça, a pedido da Justiça americana. Entre os alvos da investigação estavam nomes poderosos do futebol latino-americano e membros influentes da cúpula da FIFA.
O escândalo teve repercussão global e resultou em mais de 40 dirigentes e executivos indiciados, além de mudanças profundas nas estruturas de governança da FIFA. Muitos contratos suspeitos foram anulados e dirigentes históricos perderam seus cargos, incluindo o então presidente da FIFA, Joseph Blatter.
Marin foi preso na Suíça e posteriormente extraditado para os Estados Unidos. Em dezembro de 2017, após um julgamento que durou várias semanas em Nova York, ele foi considerado culpado por seis dos sete crimes dos quais era acusado, incluindo conspiração para fraude bancária e lavagem de dinheiro.
Em agosto de 2018, Marin foi condenado a 4 anos de prisão em regime fechado, além do pagamento de uma multa de US$ 1,2 milhão e a devolução de US$ 3,3 milhões. O juiz responsável pelo caso classificou o esquema como “um roubo descarado do coração do futebol”.
Marin voltou ao Brasil em 2020, libertado durante a pandemia de Coronavirus por conta de sua saúde. Em 2023, o ex-presidente da CBF sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em São Paulo.
Marin com Felipão em ação como presidente da CBF – EFE/Antonio Lacerda
“A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lamenta o falecimento de José Maria Marín, ocorrido na madrugada deste domingo (20), em São Paulo, aos 93 anos. Ele estava internado no hospital Sírio-Libanês e será velado nesta tarde, na capital paulista.
Nascido em 6 de maio de 1932, José Maria Marín foi presidente da CBF entre 12 de março de 2012 e 16 de abril de 2015.
Antes de assumir a presidência da entidade, o paulistano construiu carreira na política paulista, tendo sido vereador e deputado estadual nas décadas de 1960 e 70. Foi vice-governador de São Paulo de 1979 a 1982 e governador entre 1982 e 1983. De 1982 a 1988, foi o mandatário da Federação Paulista de Futebol e chefiou a delegação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México”.
Siga o canal no WhatsApp e fique por dentro das últimas notícias. Acompanhe a PLACAR nas mídias sociais.
MAIS LIDAS
LEIA MAIS
