Arthur Elias convocou jovens promessas para a competição continental no Equador; conheça mais sobre Johnson, Dudinha e companhia
Acostumados a torcer por nomes consagrados como Marta, Cristiane e Formiga — símbolos de uma era de ouro com oito títulos de Copa América e duas medalhas de prata olímpicas (Atenas 2004 e Pequim 2008) — a torcida brasileira começa a conhecer e vibrar com uma nova geração que assume o protagonismo na seleção feminina. A equipe estreou com triunfo por 2 a 0 sobre a Venezuela na Copa América 2025, no Equador.
Na campanha que resultou na medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, o Brasil superou duas rivais históricas em partidas marcantes. Nas quartas de final, bateu a França por 1 a 0, encerrando uma invencibilidade francesa contra as brasileiras e se vingando das eliminações nas Copas de 2019 e 2023. Na semifinal, superou a Espanha — que havia vencido o confronto na fase de grupos e não perdia há sete anos — com um expressivo 4 a 2. A seleção voltou à final olímpica após 16 anos.
O desempenho revelou novos nomes que passaram de promessas a protagonistas, como Tarciane e Duda Sampaio. Elas agora são pilares da equipe em um ciclo que terá como metas a conquista da nona Copa América, a classificação para os Jogos de Los Angeles 2028 e a Copa do Mundo de 2027, que será disputada no Brasil.
PLACAR destacou algumas das principais promessas que vêm ganhando espaço nas convocações e estão em busca da nona taça da Copa América com a amarelinha:
Ingrid Aparecida Borges de Morais, mais conhecida como Jhonson, é apontada como uma das principais promessas do futebol feminino brasileiro. Meio-campista de origem, chegou ao Corinthians em 2023, aos 17 anos, por empréstimo do Toledo (PR), e teve a contratação definitiva selada no fim de 2024, com contrato de quatro temporadas.
Estreou pelo time principal no Paulista Feminino de 2023, marcando um dos gols na goleada por 11 a 0 sobre o Realidade Jovem. Com passagens pelas seleções de base, foi chamada pela primeira vez à seleção principal em 2025, para amistosos contra Japão e França — e logo em sua estreia, marcou o gol da vitória sobre as japonesas.
Aos 19 anos, embalada pelo bom desempenho, foi convocada para disputar sua primeira Copa América, buscando consolidar espaço na equipe comandada por Arthur Elias.
Jhonson, meio campista do Brasil e do Corinthians. Foto: Lívia Villas Boas/CBF
Nascida em 2005, Dudinha começou no futsal e passou pelo Centro Olímpico e Prata da Casa antes de chegar ao São Paulo em 2020, onde se destacou nas categorias de base. Representou o Brasil nas seleções Sub-17 e Sub-20, disputando os Mundiais de 2022. Em 2024, brilhou na seleção principal ao marcar dois gols na prorrogação contra Camarões, garantindo a vaga nas quartas de final.
Desde 2022, vem se firmando no time profissional do São Paulo, com gols importantes nos clássicos. Aos 19 anos, marcou seus primeiros gols como titular na vitória contra o Japão e segue sendo convocada por Arthur Elias para amistosos.
Dudinha, atacante do São Paulo e da Seleção Brasileira. Foto: Lívia Villas Boas/CBF
Com apenas 22 anos, Tarciane já é considerada uma das jogadoras mais experientes da seleção brasileira feminina. Revelada pelo Fluminense, ganhou destaque ao conquistar o terceiro lugar na Copa do Mundo Sub-20 em 2022 e, logo em seguida, passou a figurar com frequência nas convocações da equipe principal.
Titular durante toda a campanha da medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a zagueira se firmou como peça fundamental no time de Arthur Elias. Após uma passagem vitoriosa pelo Corinthians, iniciou sua trajetória internacional no Houston Dash, dos Estados Unidos, e em 2025 protagonizou uma das maiores transferências da história do futebol feminino: foi contratada pelo Lyon, da França, por cerca de 960 mil dólares.
Tarciane, zagueira do Lyon e da Seleção Brasileira. Foto: Clive Mason/Getty Images
Nascida em São Paulo, Gio se mudou ainda criança para os Estados Unidos, o que explica o leve sotaque ao falar português. Em 2014, fixou residência em Madrid, onde iniciou sua trajetória no futebol e não parou mais. Com passagens por clubes como Barcelona, Arsenal e atualmente no Atlético de Madrid, Gio chegou a defender as seleções sub-17 dos Estados Unidos e da Espanha antes de optar por representar o Brasil.
Sua primeira convocação para a seleção principal brasileira aconteceu ainda sob o comando de Pia Sundhage, quando vinha sendo presença frequente nas categorias de base da Espanha. Com a treinadora, participou dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, e da Copa América de 2022, na Colômbia.
Já com Arthur Elias, Gio voltou a ser chamada em outubro de 2024, para amistosos contra a Colômbia, e desde então se manteve entre as convocadas. Com apenas 22 anos e boas atuações recentes contra Estados Unidos e Japão, ela disputa sua segunda Copa América em busca de um papel ainda mais decisivo com a camisa da amarelinha.
Gio Garbelini, jogadora do Atlético de Madrid e da Seleção Brasileira. Foto: Reprodução/Instagram
Duda se consolidou como uma das peças-chave da seleção brasileira sob o comando de Arthur Elias, técnico que a levou ao Corinthians em 2023 após passagens por América Mineiro, Cruzeiro e Internacional. Convocada para a Copa do Mundo no mesmo ano, foi nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 que se firmou como titular, participando de toda a campanha que garantiu a medalha de prata ao Brasil.
Em ascensão neste novo ciclo, a meio-campista de 24 anos, busca agora sua primeira conquista de Copa América e já começou com destaque: marcou um dos gols na vitória sobre a Venezuela na estreia da competição, reforçando o porque é titular na equipe.
Duda Sampaio, meio campista da Seleção Brasileira e do Corinthians. Foto: Reprodução/Carlos Alberto Silva
Amanda Gutierres, atacante do Palmeiras de 24 anos, é uma das esperanças de gols do Brasil na Copa América feminina e já balançou as redes na vitória por 2 a 0 na estreia da competição. Natural do Paraná, passou por Santos e Bordeaux (FRA) antes de se destacar no Verdão, onde é a maior artilheira da história, com 56 gols em 74 jogos, superando Bia Zaneratto.
Foi a goleadora do Campeonato Brasileiro Feminino em 2023 e 2024, com 13 e 15 gols, respectivamente. Com atuações de destaque, Amanda estreou na seleção de Arthur Elias em dezembro, contra a Austrália, marcando gols decisivos que ajudaram o Brasil a vencer as australianas pela primeira vez. Em 2024, se tornou a maior artilheira do Palmeiras em uma única temporada, com 26 gols.
Amanda Gutierres, atacante do Palmeiras e do Brasil. Foto: Lívia Villas Boas/CBF
O Brasil enfrenta a Bolívia nesta quarta-feira, 16, às 18h, em partida válida pela segunda rodada da Copa América Feminina. O duelo será transmitido pelo Sportv e pela TV Brasil. A seleção brasileira integra o Grupo B, que também conta com Venezuela, Paraguai e Colômbia e Bolívia.
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