Em Guayaquil, procura elevada de profissionais brasileiros e equatorianos abarrotou os espaços dedicados para entrevistas e derrubou sinal de internet
A estreia de Carlo Ancelotti no comando da seleção brasileira causou um verdadeiro colapso na estrutura preparada para o país nos poucos dias em que permaneceu em Guayaquil.
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As salas utilizadas para entrevistas ficaram completamente abarrotadas, mesmo com profissionais de fora. O sinal de wi-fi do estádio que geralmente é utilizado por jornalistas, comprometido durante todo o jogo pelo intenso tráfego. E nomes como Vinicius Júnior e Raphinha – ou mesmo Neymar, sempre lembrado até quando não convocado – quase não foram falados.
Logo na chegada da seleção ao hotel Hilton Colón, jornalistas equatorianos questionavam os profissionais brasileiros se havia a possibilidade de Carleto não dirigir a equipe.
A preocupação era baseada em algum possível impedimento em sua documentação ou mesmo na ausência de vacinação contra febre amarela – obrigatória para entrar no Equador. A suspeita foi desfeita ao descer do ônibus, com o italiano sendo um dos primeiros a pisar em solo.
Ancelotti cumprimenta os jornalistas presentes na chegada ao hotel em Guayaquil – Rafael Ribeiro/CBF
Na véspera da partida, na entrevista concedida por ele em um salão do mesmo hotel, mais de 50 jornalistas equatorianos não conseguiram entrar. Com cerca 100 profissionais já posicionados na sala onde falou por pouco mais de 30 minutos, não havia mais estrutura segura para receber a todos. Sobrou reclamação.
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O controle para a entrada no hotel foi rígido, com segurança reforçada, a presença da polícia local e só ocorria mediante a passagem por um detector de metais.
Sala de entrevistas completamente lotada para a entrevista do técnico Carlo Ancelotti, com cerca de 100 jornalistas presentes. Ao menos 50 profissionais não conseguiram entrar @placar pic.twitter.com/IdO2phhTJe
— Klaus Richmond (@KlausRichmond) June 4, 2025
Diversos pontos da recepação do hotel foram dedicadas para atender aos profissionais credenciados. Na primeira entrevista, praticamente todas as perguntas foram direrecionadas para que falasse sobre suas escolhas, sentimentos ou o ‘trote’ que teria que se submeter no jantar.
Ele não foi pressionado a falar de forma recorrente sobre temas espinhosos como a recente polêmica expulsão de Neymar, por exemplo, ou questões políticas da CBF.
O “efeito Ancelotti” também foi sentido no estádio. Segundo jornalistas locais, o sinal de internet no Monumental Isidro Romero Cargo é bom e não apresentou nenhum problema na goleada por 4 a 0 diante da Bolívia, pela 11ª rodada, em 14 de novembro do último ano, a última vez em que a seleção atuou em Guayaquil.
Torcedores começam a cantar faltando 1h30 para o começoda partida. A La Tri ocupa a vice-líderença das Eliminatórias e pode confirmar hoje sua classificação para a Copa de 2026 @placar pic.twitter.com/ANRMAjQQ7G
— Klaus Richmond (@KlausRichmond) June 5, 2025
Outra movimentação curiosa é que antes mesmo do término da partida, restando dez minutos para o fim, uma enorme fila começou a ser formada em um dos cantos destinados ao setor onde a imprensa assistia ao jogo. A intenção era garantir uma melhor posição na entrevista coletiva.
“Amigos em Guayaquil, apressem-se para a coletiva. A sala é pequena e o espaço já está ficando crítico”, informou a assessoria da seleção em um grupo de WhatsApp para jornalistas.
Na zona mista, novo problema: jornalistas se amontoaram em uma tenda na tentativa de conseguir uma última resposta. O local tinha pouca circulação de ar e somente dois ventiladores. A comunicação da CBF tentou ajudar, pedindo para que os atletas parassem para atender os profissionais, e pediu desculpas pela estrutura precária.
Espaço dedicado para entrevista dos jogadores no estádio Monumental Isidro Romero Carbo. Faltou espaço, sobrou jornalista para fora. O mesmo ocorreu nas entrevistas coletivas de Ancelotti. Chegada do italiano provocou um “colapso” na estrutura preparada no Equador @placar pic.twitter.com/D5sO3Ffj98
— Klaus Richmond (@KlausRichmond) June 6, 2025
O jornal equatoriano El Comercio dedicou uma das matérias somente para dizer como foi o comportamento de Ancelotti e suas primeiras impressões. “Com a calma de sempre, vestiu-se elegantemente com um terno e uma gravata longa, como era costume no passado. Esperou pacientemente até que o argentino Sebastián Beccacece saísse para cumprimentá-lo gentilmente”, relatou em um trecho.
“Ele manteve a calma durante os 90 minutos, exceto aos 76 minutos do segundo tempo, quando reclamou irritado de uma falta de Vinícius Júnior”, acrescentou em outro momento. Em Guayaquil, estiveram presentes figuras importantes no país como o presidente Daniel Noboa e o presidente da Federação Equatoriana de Futebol, Francisco Egas.
O resultado manteve a seleção brasileira na quarta colocação das Eliminatórias, com 22 pontos. A equipe volta a campo nesta terça-feira, 10, diante do Paraguai, às 21h45 (de Brasília), na Neo Química Arena, em confronto válido pela 16ª rodada do torneio classificatório.
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