Relembre confrontos emblemáticos entre as seleções que se enfrentam neste domingo, no Maracanã
RIO DE JANEIRO – A final da Copa América reservou um confronto inesperado. O Brasil, como país sede, era favorito para chegar até lá, mas o adversário não será Argentina ou Uruguai, seus maiores rivais no continente. Tampouco será o Chile, atual bicampeão da competição. O surpreendente Peru vai jogar a decisão. Apesar de não ser nem de longe uma das maiores rivalidades sul-americanas, o duelo reserva boas histórias – a última delas não foi favorável aos brasileiros. Os peruanos eliminaram a seleção brasileira na última edição do torneio. VEJA elencou os seis duelos mais emblemáticos entre as duas equipes. Confira a lista abaixo:
O primeiro confronto entre Brasil e Peru em Copas do Mundo aconteceu nas quartas de final da campanha do tricampeonato mundial, no México. Foi também um reencontro dos craques do primeiro título brasileiro, na Suécia. Pelé, o mais jovem do grupo na primeira conquista, em 1958, era o craque do lado brasileiro. Didi, eleito o melhor jogador daquela Copa estava no banco do Peru como técnico. Com gols de Rivellino, Jairzinho e dois de Tostão, o Brasil venceu por 4 a 2. Gallardo e Cubillas descontaram.
Em 1975, o antigo Campeonato Sul-Americano deu lugar à primeira Copa América com essa nomenclatura. Como não havia uma sede fixa, o Brasil enfrentou o Peru em dois jogos, um em casa e outro fora, para decidir a vaga na final. No Mineirão praticamente vazio, a seleção, que era quase toda formada por jogadores de Minas Gerais, foi surpreendida e perdeu por 3 a 1. Quatro dias depois, até venceu o jogo do volta por 2 a 0, mas acabou eliminada na disputa do cara ou coroa – o regulamento não previa prorrogação ou disputa de um jogo desempate.
O Brasil abriu o quadrangular da segunda fase da Copa do Mundo com uma vitória por 3 a 0 sobre o Peru, com dois gols de Dirceu e um de Zico. No grupo que ainda tinha Polônia e Argentina, só o primeiro colocado se classificaria à final da competição. Após um empate com os argentinos, que sediavam o torneio, os brasileiros até venceram a Polônia, mas viram os donos da casa golearem os peruanos por 6 a 0 e ficarem com a vaga, num jogo até hoje sob suspeita de combinação de resultado.
A maior goleada do confronto aconteceu nas semifinais da Copa América de 1997. O supertime comandado por Zagallo atropelou o Peru no caminho do primeiro título sul-americano da seleção brasileira desde a edição do torneio disputada em casa, em 1989. Romário e Leonardo marcaram duas vezes cada. Os outros gols foram de Denílson, ainda uma promessa do São Paulo na época, Flávio Conceição e Djalminha.
Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, o Morumbi recebeu um confronto tenso. O Brasil corria risco real de ficar fora de Mundial pela primeira vez e apenas empatou com o Peru. A torcida vaiou o time dirigido por Emerson Leão e jogou bandeiras no gramado, enquanto o narrador Galvão Bueno fez duras críticas aos dirigentes. Romário, autor do gol brasileiro, afirmou após a partida que os adversários não tinham mais o respeito de antes pela seleção.
A última derrota brasileira para o Peru teve sabor especialmente amargo para a seleção. O gol de mão marcado por Raúl Ruidiaz, atacante que jogou no Coritiba e é reserva na seleção atual, eliminou os brasileiros ainda na primeira fase da Copa América Centenário, disputada nos Estados Unidos. Apesar da reclamação dos brasileiros, o árbitro validou o lance – o VAR ainda era uma miragem. A derrota e a queda precoce na competição continental resultaram na demissão do técnico Dunga, que fazia sua segunda passagem pela seleção, dois dias mais tarde.
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