Treinador argentino do Peru citou a palavra “ganhar” uma única vez e disse não poder prometer que não sofrerá nova goleada
RIO DE JANEIRO – O treinador da seleção peruana, Ricardo Gareca, até disse estar confiante em uma façanha do time na final da Copa América no Maracanã, diante do Brasil, mas suas palavras e semblante diziam o contrário. Na entrevista coletiva da véspera, neste sábado, 6, o técnico argentino citou as palavras “ganhar” e “vitória” uma única vez cada e se negou a prometer que o time jogará melhor do que no encontro da primeira fase, quando foi derrotado por 5 a 0, em Itaquera.
“Não disse que vai acontecer, nem que não vai acontecer. Esperamos que seja totalmente diferente, mas não posso prometer absolutamente nada”, disse o treinador com breve passagem pelo Palmeiras, sempre em tom bastante sério. “É outra partida, é uma grande final que tomamos como tal, o planejamento foi trabalhado no dia de hoje. Temos de aproveitar as falhas dos times dele. A partida anterior já passou.”
O treinador argentino disse ter assistido aos jogo em que o Brasil mais sofreu, diante das fortes retrancas de Venezuela e Paraguai, mas deu a entender que não seguirá a mesma estratégia. “Analisamos todos os jogos do Brasil, mas não me corresponde entrar na estratégia de outros times, acho que cada um trabalha da forma que acha mais conveniente e assim faremos amanhã (…) Ter a bola é importante, ainda mais contra uma seleção como o Brasil, quanto mais tenhamos a bola, melhor.”
Gareca driblou todas as polêmicas quando instigado pela imprensa peruana a falar sobre os problemas de organização, arbitragem e uso do VAR. “Está tudo bem, não temos nada que dizer sobre a organização, nos sentimos cômodos desde que chegamos ao Brasil, sempre foram todos muito amáveis. Pode haver algum problema, mas é algo normal num evento dessa magnitude. Ontem houve muito vento e muita chuva, a particularidade do dia”, disse sobre as dificuldades para treinar na manhã anterior.
“Não me preocupa nada, estamos focados na final e sempre confiamos na arbitragem. O VAR pode melhorar em alguns aspectos, deve ser operado por gente experiente, mas sempre todos estamos expostos”, disse. “As especulações não fazem nosso estilo, acho que todos cometemos erros, e acho que os árbitros estão capacitados, não creio em nenhuma má intenção e estamos focados no jogo.”
O treinador do Peru não quis adiantar a escalação para a final deste domingo, 7, e evitou cravar a chegada à final da Copa América como o ápice de sua carreira. “São acontecimentos, às vezes repassamos nossas carreiras, dirigi clubes grandes, seria injusto não dar valor… Tive a chance de ir ao estádio do Vélez torcer com meu pai e depois conquistar um título com o clube. Mas dirigir uma seleção tem uma dimensão mundial, então, claro que este é um momento único e que estou vivendo plenamente.”
Gareca disse acreditar que o entrosamento conquistado em quase quatro anos de trabalho é a maior força do time. “Estamos focados no futebolístico, na recuperação dos atletas. Somos uma seleção que se conhece bem e para mim isso é importante para o desenvolvimento do jogo. O emocional é o que menos me preocupa. São jogadores fortes, acostumados a jogos decisivos. Esta é nossa terceira Copa América juntos, acho que isso tem valor e também conta.”
E só falou em vitória quando questionado se estava pronto para ganhar e também para perder. “Estamos prontos para ganhar.” E deixou a sala de imprensa do Maracanã aplaudido pela imprensa de seu país, orgulhosa por participar de uma final de Copa América 44 anos depois de seu último título.
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