Wenger: ‘Jogadores ingleses se tornaram professores em simulação’
Técnico do Arsenal opinou após polêmicas com Kane e Dele Alli. Já Pochettino, o chefe do Tottenham, disse que ‘enganar’ está na essência do futebol
O francês Arsène Wenger, treinador do Arsenal, criticou nesta quinta-feira os jogadores ingleses e assegurou que se transformaram em “professores” da simulação. A declaração, sem citar jogadores específicos, veio apenas quatro dias depois que os jogadores do Tottenham, Harry Kane e Dele Alli, foram acusados de simular faltas durante o empate em 2 a 2 contra o Liverpool no final de semana, pelo Campeonato Inglês. Alli foi recriminado e advertido com um cartão amarelo por tentar enganar o árbitro no Anfield Road.
“Na minha opinião, a simulação não tem lugar no nosso esporte. Lembro que há anos os jogadores estrangeiros eram muito criticados por isso, mas agora os ingleses aprenderam rápido e chegaram a se tornar professores”, declarou Wenger nesta quinta-feira, na coletiva de imprensa prévia à partida contra o Tottenham.
O treinador francês também demonstrou apoio aos árbitros e defendeu a conduta de seus jogadores. “Não os estimulo a se jogarem. Às vezes queremos que nosso jogador seja inteligente, que joguem um pouco com as regras, mas não que simulem”, disse.
“Todos os atacantes fazem isso, mas, até onde se pode chegar? No final são os juízes que determinam se há ou não (simulação) e isso é muito difícil de detectar. Nesse sentido, sou tolerante com os árbitros porque quando assistimos uma partida ao vivo, é difícil distinguir se uma queda é simulada ou não”, apontou.
Pochettino critica ‘hipocrisia’
O técnico do Tottenham, o argentino Mauricio Pochettino, foi na contramão das declarações de Wenger. Em declarações publicadas por diversos jornais ingleses, como o The Guardian, Pochettino admitiu que Dele Alli simulou um pênalti, mas viu “hipocrisia” na forma como casos assim são tratados na Inglaterra.
“Era para cartão amarelo, o juiz acertou, acontece. O problema é que agora estamos muito sensíveis, acho que isso é uma questão pequena”, desabafou. “Dele não é perfeito, ninguém é. Ele é um garoto esperto, um pouco perverso”, completou, citando que “enganar” faz parte da essência do futebol.
“Você acha que na Inglaterra todos sempre foram honestos e perfeitos? Esse é o futebol pelo qual me apaixonei quando criança. Tentar enganar o oponente faz parte do futebol. O que é a tática? É tentar surpreender o oponente. Estou preocupado porque talvez estejamos matando o jogo”, disse, criticando especialmente as decisões do árbitro assistente de vídeo (VAR, na sigla em inglês).