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Um grito contra o preconceito em campo

Neymar foi expulso depois de ir para cima do zagueiro espanhol Álvaro González, a quem acusou de racismo

É bom acompanhar o crescimento de Neymar — aos 28 anos, é verdade, mas nunca é tarde. Nas finais da Champions League, em Lisboa, ele levou o clube francês a um honroso segundo lugar, sem chiliques. Na semana passada, o craque cresceu mais um tanto. Numa partida contra o Olympique de Marselha, Neymar foi expulso depois de ir para cima do zagueiro espanhol Álvaro González, a quem acusou de racismo. González teria chamado o brasileiro de “macaco”. Nas redes sociais, Neymar assumiu postura firme contra o inaceitável preconceito, dando as mãos a atletas como o piloto da F 1 Lewis Hamilton, pole position da campanha Black Lives Matter. “Eu não te respeito! Você não tem caráter! Assume o que tu fala, mermão… seja homem, rapá! Racista!”, escreveu o jogador no Instagram. Depois, baixou a bola, mas persistiu na toada contra a estupidez. “Sou negro, filho de negro, neto e bisneto de negro”, postou. O menino está ficando adulto mesmo: em 2010, aos 18 anos, instado a dizer se fora vítima de racismo alguma vez, ele informou: “Nunca, nem dentro nem fora de campo. Até porque eu não sou preto, né?”. O caso ainda terá novos capítulos. Neymar foi punido com dois jogos de suspensão. A Federação Francesa de Futebol analisa imagens com apoio do recurso de leitura labial para entender claramente o que disse o espanhol — e também o que teria proferido Neymar ao levar o vermelho. Imagens de outro ângulo indicam um comentário homofóbico do ex-santista contra o adversário. A moral dessa história toda: preconceito nenhum é aceitável. Tomara que Neymar esteja, de fato, aprendendo essa lição.

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Publicado em VEJA de 23 de setembro de 2020, edição nº 2705

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