Última vitória do Brasil na Argentina também foi fora de Buenos Aires
Seleção brasileira, no entanto, tem retrospecto desfavorável na casa dos rivais; veja os números e destaques do clássico desta terça
Já garantida no Catar, a seleção brasileira encara a Argentina nesta terça-feira, 16, a partir das 20h30 (de Brasília), no Estádio Bicentenário de San Juan, querendo adiar a classificação de sua maior rival para a Copa do Mundo de 2022 e frear a boa fase de Lionel Messi e companhia. Historicamente, o Brasil sofre para vencer em solo argentino. Contudo, curiosamente, o último triunfo como visitante aconteceu fora de Buenos Aires, quando a equipe treinada por Dunga venceu por 3 a 1, em 2009, pelas Eliminatórias da Copa, em Rosário.
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Novamente sediado fora da capital do país vizinho, o clássico carrega uma rivalidade que voltou a se intensificar, principalmente após a seleção argentina vencer a Copa América no Maracanã e pelo imbróglio sanitário que fez o último jogo ser paralisado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aos cinco minutos, pela entrada irregular de argentinos em território brasileiro.
Ao todo, foram 36 partidas na Argentina, com oito vitórias, 12 empates e 16 derrotas. Para os mais supersticiosos, o 3 a 1 brasileiro de 2009, com show de Luís Fabiano e Kaká, serve como “amuleto”. Naquela ocasião, a AFA (Associação de Futebol da Argentina) levou o jogo para o Gigante de Arroyito, em Rosário, terra de Messi, como o objetivo de armar o ambiente mais hostil possível para o time de Dunga. Porém, a vitória foi brasileira após uma atuação segura e convincente, com dois gols de Luis Fabiano e do zagueiro Luisão, frustrou a equipe argentina, então comandada pelo ídolo Diego Armando Maradona.
[box title=”Retrospecto do Brasil como visitante diante da Argentina”]8 vitórias
12 empates
16 derrotas[/box]
Nas contas totais, há grande equilíbrio, mas com com vantagem da seleção brasileira: 43 vitórias, 25 empates e 39 derrotas, segundo as contas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O diário argentino Olé publicou nesta terça uma matéria dizendo que, em caso de derrota da “Amarelinha”, o número de vitórias será igualado em 42. A entidade de futebol argentina não computa partidas da Copa Roca, enquanto a CBF, sim. O jogo tampouco traz boas lembranças a Tite, que acumula três derrotas e três vitórias diante da Argentina.
Levemente favorita para o confronto, a Argentina contará com o craque Lionel Messi, dúvida anteriormente, e deve ter força máxima dentro dos atletas convocados. O Brasil, por outro lado, não terá Casemiro, suspenso por cartão amarelo, e Neymar, com dores na coxas.
O inusitado palco do clássico
O jogo desta noite será disputado em um estádio acanhado (as 19.000 entradas foram esgotadas rapidamente) e que se tornará um “caldeirão”, segundo a imprensa argentina. A escolha pelo Bicentenário de San Juan se deu por motivos políticos: uma ligação entre o presidente da AFA, Claudio Tapia, e o governador local, o peronista Sérgio Uñac.
Atletas argentinos chegaram a questionar a escolha e afirmaram preferir o Monumental de Nuñez, estádio do River Plate e tradicional casa da seleção, com quase o triplo da capacidade de público, pela qualidade do gramado. O treinador Lionel Scaloni, porém, foi favorável à decisão: “É justo que a seleção possa jogar em outras cidades”.
Saiba como assistir a Brasil x Argentina
Localizada a 1.100 km de Buenos Aires, San Juan está próxima à fronteira com o Chile, em uma região cercada por montanhas e influenciada pelo clima da Cordilheira dos Andes. A seleção brasileira passou por uma turbulência e momentos de tensão durante o voo que o levou à sede do jogo. Por logística, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) decidiu não treinar no país vizinho e, após o jogo, os atletas retornam prontamente a São Paulo.
Houve tumulto durante a venda de ingressos. Nas imediações do estádio, torcedores fizeram grandes filas e muitos lidaram com frustrações por não conseguir adquirir uma entrada. A capacidade máxima do estádio (25.000) não foi permitida em decorrência de uma punição da Fifa por cantos discriminatórios da torcida contra Bolívia e Uruguai. Inicialmente, o “ticket” mais barato custava 3.000 pesos (160 reais), mas na internet, pela alta procura, chegou a ser encontrado pelo equivalente a 25.000 reais.