Durou menos de dois meses a aposentadoria de Tom Brady da NFL, liga de futebol americano. Pelas redes sociais, o atleta mais vencedor da história do esporte anunciou que retornará aos campos para mais em 2022. Aos 44 anos e já detentor de sete títulos, um recorde individual absoluto, o quarterback disputará a 23ª temporada da carreira pelo Tamba Bay Buccaneers.
“Nesses últimos dois meses eu percebi que meu lugar ainda é no campo e não nas arquibancadas”, diz em parte de um comunicado nas redes sociais. “Negócios inacabados”, acrescenta, em alusão a aposentadoria desfeita.
Brady é só um dos exemplos de esportistas que resolveram parar, mas que se arrependeram e voltaram atrás. No futebol, há desde casos mais recentes como o do holandês Arjen Robben, hoje aposentado, mas que retornou em 2020 ao futebol após quase um ano parado, até nomes como Pelé, Dida, Paul Scholes, Sócrates e Zico e tantos outros. Eles encorpam o time dos “desaposentados”, PLACAR lembra as histórias:
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Arjen Robben
O holandês de drible quase imparável anunciou oficialmente a aposentadoria em 23 de setembro de 2021. Antes disso, viveu grande indefinição nos anos anteriores. Em julho de 2019, quando deixou Bayern de Munique, anunciou ao mundo do futebol o fim de um ciclo no futebol, aos 35 anos: “não sou mais um jovem de 16 anos que não tem ideia do que as lesões podem fazer com você”.
Menos de um ano depois, em 27 de junho de 2020, anunciava a retomada da carreira pelo Groningen, clube onde se formou nas divisões de base. A motivação? Ele conta ter “seguido o próprio coração” para voltar.
Em setembro de 2021, Robben, enfim, pendurou as chuteiras. Com passagens por PSV, Chelsea, Real Madrid e Bayern de Munique, ainda atuou por longos anos pela seleção holandesa.
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Paul Scholes
Paul Scholes viveu uma história para lá de curiosa nos últimos atos pelo United. O talentoso meio-campista inglês não tinha sequer mais chuteiras quando foi convocado de forma insistente pelo técnico Alex Ferguson para suprir ausências no elenco. Seis meses depois da aposentadoria, no final da temporada 2010/11, em junho de 2011, Scholes aceitou em janeiro de 2012 voltar para ajudar o clube onde havia enfileirado títulos.
Com a camisa 22, e não mais a 18, terminou a reestreia com 97% de acerto dos passes e com elogiada atuação na vitória no Campeonato Inglês. Só se aposentou no fim da temporada 2012/13, após a conquista de mais um título nacional.
Curiosamente, em setembro de 2018, voltou novamente aos gramados para vestir a camisa do Royton Town, time amador que disputava a 11ª divisão inglesa. Aos 43 anos, a motivação foi ajudar a equipe do filho que ficou desfalcada de nove jogadores.
Dida
Com vasto currículo pela seleção brasileira – reserva nas Copas de 1998 e 2002 e titular em 2006 -, além de protagonista vestindo as camisas de Milan, Corinthians e Vitória, Dida resolveu voltar aos gramados em maio de 2012. Aos 38 anos e há dois anos longe do futebol, após o fim do contrato com o Milan, ele aceitou a proposta da Portuguesa para defender a equipe na Série A do Campeonato Brasileiro. A aposta deu certo, apesar do rebaixamento da Lusa ao final daquele ano.
Ele ainda passou pelo Grêmio e pelo Internacional antes de encerrar de vez a carreira em dezembro de 2015, aos 42 anos. Atualmente trabalha como preparador de goleiros do Milan.
Pelé
Despediu-se dos gramados pelo Santos em 2 de outubro de 1974. É histórica a foto do Rei do Futebol ajoelhado ao centro do gramado da Vila Belmiro, com os braços abertos. Em campo, a participação durou pouco: apenas 21 minutos selaram o último dos 1.116 jogos pelo Santos. Um ano depois, retornava para jogar pelo New York Cosmos, onde se aposentou oficialmente em 1977, contra o próprio Santos, em 1º de outubro daquele ano com presenças ilustres.
Segundo historiadores, em um momento da solenidade, o pugilista Muhammad Ali abraçou Pelé no centro do gramado e segredou-lhe ao ouvido: “nós somos os maiores do mundo”.
Sócrates
O doutor voltou ao Brasil em 1985 após fiasco com a camisa da Fiorentina. Chegou com pompa para jogar ao lado de Zico, seu companheiro nas Copas de 1982 e 1986, mas viu o projeto naufragar por uma rusga com o então técnico Sebastião Lazaroni. Irritado, ele anunciou a sua aposentadoria do futebol em 1987. O anúncio foi desfeito meses depois, em 1988, quanto aceitou a proposta para jogar pelo Santos, o seu time de infância. Ainda atuaria pelo Botafogo-SP, em 1989, antes do adeus oficial ao futebol.
Eric Cantona
Suspenso por agredir um árbitro, o atacante francês anunciou aposentadoria precoce dos gramados em 1991, aos 25 anos, quando atuava pelo Nímes, da França. Repensou a decisão e voltou para atuar no Leeds, da Inglaterra. Parou definitivamente somente sete anos depois, em 1998, aos 32, após boa – e polêmica – passagem pelo Manchester United.
Marc Overmars
O rápido atacante holandês encerrou a carreira em 2004, aos 31 anos, enquanto jogador do Barcelona. Cansado de seguidas lesões e problemas físicos, ele preferiu parar. Quatro anos depois, retornou pelo modesto Go Ahead Eagles, time da segunda divisão holandesa.