Times históricos: Vitória de 1993
Time em que surgiu Dida, um dos goleiros mais vencedores do Brasil
Foi um time incrível. Uma geração que deu muito certo na Bahia, revelando o goleiro Dida, um dos maiores da história do Brasil até hoje.
Além de Dida, aquele time tinha Rodrigo, que jogaria pelo Bayer Leverkusen e Corinthians depois, na lateral direita. Uma dupla de volantes experiente ajudava aquele time, com Gil Sergipano e Roberto Cavalo, grande nome daquela meia.
O meia mais ofensivo era Paulo Isidoro, que depois viria a jogar pelo Palmeiras, assim como o atacante Alex Alves, de boa técnica e muita rapidez, que caia pela direita. O time era uma mistura de juventude, jovens revelações, que continuariam surgindo, com a experiência de jogadores como Roberto Cavalo. No banco daquele time, ainda havia um jovem Vampeta.
Durante todo o Brasileiro, grande torneio daquele ano, o treinador do Vitória era Fito Neves, que fez a melhor campanha do time no torneio.
E o primeiro torneio do ano, no Campeonato Baiano, com dez clube participantes, o Vitória foi vice-campeão, perdendo para o Bahia no quadrangular final, que ainda tinha Catuense e Camaçari. O clube, com isso, foi vice-campeão baiano.
Contudo, como campeão baiano de 1992, o clube jogou a Copa do Brasil de 1993. Na primeira fase do torneio, contra o América-MG, estreou com vitória no Barradão por 1 x 0. No Independência, no jogo da volta, o Vitória venceu por 2 x 1.
Na segunda fase, contra o Palmeiras, venceu no Barradão por 2 x 1, mas caiu com derrota de 0 x 1 no Palestra Itália, contra o time com quem decidiria o Campeonato Brasileiro no fim do ano.
Restava o Campeonato Brasileiro, grande torneio do time naquele ano. O Vitória caiu no grupo C, mais fraco, com equipes piores classificadas. As oito times se enfrentavam em jogos de ida e volta. Os dois primeiros iriam para os playoffs, enquanto os quatro últimos cairiam para a série B. Nos playoffs, os dois vencedores iriam para a fase final.
Na estreia, em Goiânia, vitória de 3 x 0 sobre o Goiás, com dois gols de Pichetti, outro atacante perigoso do time, jogando do lado esquerdo do Paulo Isidoro, autor do outro gol. No jogo seguinte, em casa, empate sem gols com o Fortaleza. Novamente fora de casa, triunfo de 3 x 0 no Ceará, com três gols do centroavante Claudinho.
Em seguida, a primeira vitória em casa. 2 x 1 no Remo, com gols de João Marcelo e Alex Alves. A única derrota do primeiro turno da chave veio no Pará, contra o Paysandu, na quinta rodada, por 0 x 2. No jogo seguinte, no Recife, contra o Náutico, triunfo por 2 x 0, com gols de Alex Alves e Pichetti.
No returno da chave, estreia em casa contra o Goiás, com vitória por 3 x 1, com dois de Roberto Cavalo e um de Gerônimo. Contra o Fortaleza, fora de casa, derrota por 1 x 3, gol de Pichetti. Após empate sem gols contra o Santa Cruz, no Recife, o clube começou a ficar ameaçado, mas ainda estava tranquilo, pois o Remo vinha de duas derrotas no returno. Contudo, outros clubes começavam a chegar.
Contra o Remo, no Pará, a situação complicou com derrota por 0 x 2. O clube precisava se recuperar. E fez isso muito bem. Contra o Ceará, em casa, com gols de Alex Alves e Fabinho, o time fez 2 x 1 e voltou a vencer. Contra o Náutico, também na Fonte Nova (estádio onde mandou seus jogos em casa naquele Brasileiro), uma goleada por 4 x 1 deixou o clube muito perto da vaga. Claudinho fez três e Alex Alves um. Na última rodada, na Fonte Nova, fez 5 x 2 no Paysandu, se garantiu em primeiro e ainda ajudou o Remo a se classificar no lugar do rival. Claudinho (3), Alex Alves e Pichetti marcaram os gols do Vitória.
O Vitória foi para o playoff, contra o Paraná, podendo decidir em casa e com vantagem do empate. No Pinheirão, empate por 1 x 1, com gol de Alex Alves para o Vitória. Já no jogo da volta, na Fonte Nova, com mais de 60 mil torcedores, o Vitória se classificou para a segunda fase.
E para chegar à final, o Leão teria que passar por Corinthians, Santos e Flamengo. E foi isso que fez. Estreou contra o Flamengo, na Fonte Nova, com vitória de 1 x 0, com gol de Roberto Cavalo de pênalti. Contra o Corinthians, no mesmo estádio, novo triunfo baiano, por 2 x 1, com gols de Claudinho e Alex Alves.
No jogo mais duro até então, empatou no Palestra Itália com o Santos, por 3 x 3, com gols de Paulo Isidoro, Roberto Cavalo e Pichetti. Na Fonte Nova, com mais de 42 mil torcedores, com dois de Paulo Isidoro, novo empate em 2 x 2 com o Santos.
Restando duas todas, o Vitória decidiria sua vaga fora de casa contra Flamengo e Corinthians. Naquele momento, os baianos lideravam com seis pontos. O Corinthians vinha em segundo com quatro, seguidos de Flamengo e Santos com três.
No Morumbi, com mais de 60 mil torcedores, um empate praticamente garantiria o Vitória. Um triunfo, dava a vaga. Com sete e dez do primeiro tempo, Roberto Cavalo e Pichetti fizeram 2 x 0 para o time baiano. Ainda no primeiro tempo, aos 41, Rivaldo descontou para o Corinthians, que empatou aos 11 dos segundo tempo, com Henrique.
Com sete pontos e Corinthians e Santos, que se enfrentavam, com cinco, a vaga estava perto. Restava um ponto contra o eliminado Flamengo. E no Maracanã vazio, Roberto Cavalo fez o gol que deu o empate por 1 x 1 e vaga ao Vitória, que passou invicto na fase semifinal.
Mas na decisão, enfrentaria a sensação do Campeonato Brasileiro, o campeão paulista Palmeiras. No jogo de ida, com mais de 77 mil torcedores na Fonte Nova, derrota por 0 x 1. Já em São Paulo, no Morumbi, com mais de 88 mil torcedores, o Verdão voltou a vencer, agora por 2 x 0.
Naquela incrível campanha, o Vitória terminou o Brasileiro com onze vitórias, oito empates e apenas cinco derrotas, com 39 gols pró e 27 contra.
Claudinho, com dez gols, foi o artilheiro do Vitória naquele torneio. Alex Alves marcou oito, enquanto Pichetti e Roberto Cavalo marcaram sete gols cada.